A bagunça
nacional é bem pior do que você pode imaginar. Primeiro, foi o dólar na cueca,
onde o pintinho, de tão minúsculo, desapareceu entre as cédulas esverdeadas.
No
caso em questão, a transportadora de dinheiro é uma calcinha. E a inquilina da
calcinha, é uma poderosa, uma farta visão do pecado, com amplo espaço para
alguns milhares de euros.
Vamos
relembrar. São relembranças desagradáveis, escandalosas, cômicas, hilárias. Vamos
voltar no tempo...
Pois
bem. Em 2005, no auge do escândalo do mensalão, uma faraônica obra de Lula da
Silva, fomos agraciados com um episódio grotesco. Um fato inesquecível, no
currículo peçonhento do PT, o partido que mais protagonizou escândalos no país:
mais de 40, em doze anos – apoiado pelo podre PMDB, claro.
Estamos
relembrando a prisão de um assessor do PT do Ceará, no Aeroporto de Congonhas. José Adalberto Vieira foi
preso quando tentava embarcar para Fortaleza, com 200 mil reais em uma
mala, além de 100 mil dólares na cueca.
Brasileiros
de memória curta, relembrem. Adalberto era assessor do deputado estadual José
Nobre Guimarães, irmão do então presidente do PT, José Genoino. O Zé Genoino,
aquele que, quando entra ou sai da cadeia, faz um desafiador gesto de herói
nacional, o que deixa o amigo Lula da Silva imensamente emocionado. Lula vai às
lágrimas. Fica todo arrepiado.
Mesmo
sem relação com o mensalão, os dólares na cueca carimbaram
a queda de Genoino.
Mas,
agora, o transporte de moedas estrangeiras abaixo da linha da cintura ganhou um
novo episódio.
Desta
vez, não é um pintinho minúsculo, sufocado pelos valorizados dólares. Agora, a
agente do crime é uma sufocada. Uma sofredora. Uma violentada.
Pois
muito bem. Vamos aos fatos. A doleira Nelma Kodama escondeu 200 mil euros na
calcinha, e acabou presa pela Polícia Federal, no aeroporto de Guarulhos,
quando se preparava para embarcar para a Europa. Devido ao número de cédulas,
ou a calcinha é um calção, um cuecão vermelho, ou a gaveta da Nelma é espaçosa
demais.
Detalhe
1, que não pode ser esquecido. Nelma foi alvo da Operação Lava Jato, que
prendeu quadrilhas que enriqueceram com lavagem de dinheiro.
Detalhe
2, que não pode ser esquecido. O dinheiro 'lavado' era oriundo do tráfico de
drogas, sonegação de impostos e até contrabando de pedras preciosas.
Segundo
informou o Estadão, Nelma alegou que iria usar os 200 mil euros da calcinha,
para comprar móveis na Europa. Ela disse que os valores não foram declarados
porque o posto da Receita Federal estava fechado. Mas a usuária da calcinha
estava bem aberta, para receber a montanha de euros.
Nelma
gosta de ser apresentada como "a grande dama do mercado de câmbio",
conforme escreveu a Folha de São Paulo.
Detalhe
3, que não pode ser esquecido. Antes de ser monitorada pela PF, Nelma já tinha
sido investigada pela CPI dos Bingos, no
Congresso Nacional.
Detalhe
4, muito importante, que não pode ser esquecido. Em 2006, parlamentares
apuravam, se Nelma tinha comprado dólares para o PT, durante a campanha
eleitoral de 2002. "Não conheço", "nunca vi" e "não
sei", foram as respostas mais comuns de Nelma Kodama, na sessão de 9 de
março de 2006.
Detalhe
5, importantíssimo. Nelma sofre do mesmo mal de esquecimento, a síndrome Lula da
Silva.
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Puxei esse assunto, porque, na quarta-feira, 22, Nelma Kodama, acusada de atuar
em parceria com Alberto Youssef (o doleiro do caso Petrobras), foi condenada a
18 anos de prisão, em regime fechado. A sentença foi publicada nesta quarta-feira, pela Justiça
Federal do Paraná. Segundo a denúncia, a calcinha de Nelma virou
transportadora de dinheiro do crime.
Baby Espíndola
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