quinta-feira, outubro 23, 2014

PRIMEIRO, FOI O DÓLAR NA CUECA. DEPOIS, EURO NA CALCINHA


A bagunça nacional é bem pior do que você pode imaginar. Primeiro, foi o dólar na cueca, onde o pintinho, de tão minúsculo, desapareceu entre as cédulas esverdeadas.

No caso em questão, a transportadora de dinheiro é uma calcinha. E a inquilina da calcinha, é uma poderosa, uma farta visão do pecado, com amplo espaço para alguns milhares de euros.

Vamos relembrar. São relembranças desagradáveis, escandalosas, cômicas, hilárias. Vamos voltar no tempo...

Pois bem. Em 2005, no auge do escândalo do mensalão, uma faraônica obra de Lula da Silva, fomos agraciados com um episódio grotesco. Um fato inesquecível, no currículo peçonhento do PT, o partido que mais protagonizou escândalos no país: mais de 40, em doze anos – apoiado pelo podre PMDB, claro.

Estamos relembrando a prisão de um assessor do PT do Ceará, no Aeroporto de Congonhas. José Adalberto Vieira foi preso quando tentava embarcar para Fortaleza, com 200 mil reais em uma mala, além de 100 mil dólares na cueca.

Brasileiros de memória curta, relembrem. Adalberto era assessor do deputado estadual José Nobre Guimarães, irmão do então presidente do PT, José Genoino. O Zé Genoino, aquele que, quando entra ou sai da cadeia, faz um desafiador gesto de herói nacional, o que deixa o amigo Lula da Silva imensamente emocionado. Lula vai às lágrimas. Fica todo arrepiado.

Mesmo sem relação com o mensalão, os dólares na cueca carimbaram a queda de Genoino.

Mas, agora, o transporte de moedas estrangeiras abaixo da linha da cintura ganhou um novo episódio.

Desta vez, não é um pintinho minúsculo, sufocado pelos valorizados dólares. Agora, a agente do crime é uma sufocada. Uma sofredora. Uma violentada.

Pois muito bem. Vamos aos fatos. A doleira Nelma Kodama escondeu 200 mil euros na calcinha, e acabou presa pela Polícia Federal, no aeroporto de Guarulhos, quando se preparava para embarcar para a Europa. Devido ao número de cédulas, ou a calcinha é um calção, um cuecão vermelho, ou a gaveta da Nelma é espaçosa demais.

Detalhe 1, que não pode ser esquecido. Nelma foi alvo da Operação Lava Jato, que prendeu quadrilhas que enriqueceram com lavagem de dinheiro.

Detalhe 2, que não pode ser esquecido. O dinheiro 'lavado' era oriundo do tráfico de drogas, sonegação de impostos e até contrabando de pedras preciosas.

Segundo informou o Estadão, Nelma alegou que iria usar os 200 mil euros da calcinha, para comprar móveis na Europa. Ela disse que os valores não foram declarados porque o posto da Receita Federal estava fechado. Mas a usuária da calcinha estava bem aberta, para receber a montanha de euros.

Nelma gosta de ser apresentada como "a grande dama do mercado de câmbio", conforme escreveu a Folha de São Paulo.

Detalhe 3, que não pode ser esquecido. Antes de ser monitorada pela PF, Nelma já tinha sido investigada pela CPI dos Bingos, no Congresso Nacional.

Detalhe 4, muito importante, que não pode ser esquecido. Em 2006, parlamentares apuravam, se Nelma tinha comprado dólares para o PT, durante a campanha eleitoral de 2002. "Não conheço", "nunca vi" e "não sei", foram as respostas mais comuns de Nelma Kodama, na sessão de 9 de março de 2006.

Detalhe 5, importantíssimo. Nelma sofre do mesmo mal de esquecimento, a síndrome Lula da Silva.

>>> Puxei esse assunto, porque, na quarta-feira, 22, Nelma Kodama, acusada de atuar em parceria com Alberto Youssef (o doleiro do caso Petrobras), foi condenada a 18 anos de prisão, em regime fechado. A sentença foi publicada nesta quarta-feira, pela Justiça Federal do Paraná. Segundo a denúncia, a calcinha de Nelma virou transportadora de dinheiro do crime.

Baby Espíndola

[23 10 14]

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