sábado, agosto 15, 2009

Editorial – COLLOR AMEAÇA SIMON E CONSTRANGE OS BRASILEIROS

O balaio de escândalos, patrocinados pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB), e sua quadrilha, transbordou, e atingiu o extremo da paciência dos brasileiros. Naquela casa de orgias e corrupção, ninguém respeita mais ninguém.

Um episódio, no entanto, se tornou muito grave. O canastrão Fernando Collor de Mello, fez um pronunciamento agressivo, grosseiro, ameaçador, contra o senador Pedro Simon (PMDB – RS), um dos últimos pilares de honestidade da República. Ameaçador, é o termo mais exato. Xingou o respeitável sulista e ainda culpou a imprensa pela podridão que abala as estruturas do Senado da república brasileira do mensalão.

A postura de Collor de Mello, que, no passado, subiu a rampa do Planalto como rei e deixou a casa pela porta dos fundos, é um demonstrativo do quanto de podre há naquela casa legislativa.

Quem achava que, durante o período em que esteve afastado da vida pública, Collor de Mello, tinha aprendido algo, que o tombo da presidência lhe servira de lição, que moldara seu espírito vulgar, mesquinho, fútil e aventureiro, se enganou. Collor de Mello é o mesmo arrogante, diria, até, imoral. Pois é uma imoralidade atacar e ameaçar o veterano Pedro Simon.

Ao senhor Collor de Mello, quero dizer, por fim, que cangaceiro com fama de valente, nós aqui do Sul, costumamos cortar aquilo, que é supostamente roxo, para ser pendurado numa esquina qualquer, para a cachorrada vadia de rua lamber.

Constatada tamanha arrogância e agressividade, recomenda-se que, na portaria do Senado, por onde entram os senadores – muitos deles, suplentes, sem nenhum voto, de procedência duvidosa, coma validade ética vencida –, que sejam instalados detectores de metais, e que alguns senhores, que lá se escondem da polícia e da Justiça, que sejam revistados. Motivos para tal temores, os brasileiros os têm de sobra. Cenas de sangue já foram registradas no Senado.

Lamentamos... Mas devemos lembrar que, em 1963, o então senador Arnon de Mello (UDN-AL), pai de Fernandinho Collor, e seu adversário, Silvestre Péricles de Góes Monteiro (PSD-AL) sacaram armas dentro do Senado. Arnon, pai do Collor de hoje, errou o alvo e matou o suplente de senador, José Khairallah (PSD-AC). Os envolvidos foram presos.

Porém, em sessão secreta, por 44 votos contra 4, decidiu-se não abrir processo de cassação contra os dois pistoleiros. Tiveram a imunidade parlamentar suspensa e foram processados na Justiça comum. E, como a impunidade não nos surpreende, os dois pistoleiros foram absolvidos, em abril de 1964. (Notem que a diferença entre imunidade e impunidade é simplesmente um “p”).

Fico imaginando se aquela cara de pistoleiro de bang bang barato, a máscara que o senador Fernando Collor de Mello utilizou para ameaçar Pedro Simon e o Brasil, não é um indicativo de uma violência extrema, contida, como um vulcão que pode explodir a qualquer momento.

terça-feira, agosto 04, 2009

Editorial – REPÚBLICA DO MENSALÃO, O PEDESTAL DA IMPUNIDADE

Os brasileiros, de um modo generalizado, parecem anestesiados, sem capacidade de reagir, diante das várias denúncias de corrupção. Principalmente, porque predominam as regras da instituição denominada impunidade, talvez, a mais sólida, hoje, no país. Sobre a impunidade, devemos nos concentrar em torno dos mesmos argumentos. A justiça falha porque tarda demais, protege a bandidagem da política. E político corrupto faz favor aos seus comparsas de crime. No caso mais recente, o presidente Lula da Silva está apenas devolvendo um favor a José Sarney. A quadrilha do senador e presidente do Senado protegeu os mensaleiros do PT e Lula da Silva & Cia. Ltda.

A crise do Senado se agrava. Na terça-feira, 28, o jornal O Estado de São Paulo fez uma revelação estarrecedora, difundida pela Agência Estado: “Pelo menos 70% dos membros do Conselho de Ética do Senado são suspeitos de irregularidades”. Segundo o respeitável jornal, isso explica “A esperada benevolência do Conselho de Ética com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP)”. A biografia dos senadores esclarece porque a podridão que assola o Senado da República, de onde escorre um caldo fétido, nunca é alvo de punição.

Segundo o jornal, “pelo menos 70% dos membros do colegiado são alvos de inquéritos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), réus em ações penais e/ou envolvimento com nepotismo e atos secretos nos últimos anos”.

O mais grave, é que “caberá a esses senadores decidir, na terça-feira, 04 de agosto, o destino dos pedidos de abertura de processo de cassação de Sarney”. É, de fato, exigir demais que eles adotem uma postura mais ética contra o bandoleiro Sarney. O presidente do Senado é um deles, um igual, alguém cheio de privilégios. Como a maioria deles, um político que se aproveita da coisa pública em benefício próprio e dos seus. Um quadrilheiro, que assalta os cofres públicos. E que é protegido pela legislação: foro privilegiado. E goza das benesses patrocinadas pela oportuna lentidão da justiça.

Ainda segundo o “Estadão”, o senador Sarney “é acusado de ligação com boletins administrativos sigilosos, nomeação de parentes e afilhados, além de desvio de recursos da Petrobras pela Fundação José Sarney. A fundação vive hoje a perspectiva de intervenção por parte do Ministério Público (MP) do Maranhão, por causa do desvio de cerca de R$ 500 mil de uma verba de patrocínio de R$ 1,34 milhão, concedida pela estatal do petróleo”.

A reportagem do jornal – informa a Agência Estado – “cruzou a lista de integrantes titulares e suplentes do Conselho de Ética, com escândalos recentes semelhantes aos que alcançaram Sarney. Poucos escapam. Dos 30 titulares e suplentes, ao menos 21 estão nessa malha fina. Dos 14 suplentes, dez empregaram parentes, assinaram atos secretos, são alvos de inquérito ou réus em processos”.

“A tropa de choque do PMDB, por exemplo, marcha unida nesse quesito. Os quatro titulares – Wellington Salgado (MG), Gilvan Borges (AP), Paulo Duque (RJ) e Almeida Lima (SE) – têm algum tipo de ligação com nepotismo, ato secreto ou investigação externa. Outros quatro titulares aliados de Sarney também fazem parte desse grupo: Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), Gim Argello (PTB-DF), João Durval (PDT-BA) e Romeu Tuma (PTB-SP). Juntos com João Pedro (PT-AM) e Inácio Arruda (PC do B-CE), eles somam votos suficientes, entre os 16 titulares, para barrar as cinco representações que já foram protocoladas contra Sarney”.

Outros três titulares no Conselho de Ética têm seus nomes em boletins sigilosos ou casos de nepotismo: Demóstenes Torres (DEM-GO), Heráclito Fortes (DEM-PI) e Eliseu Resende (DEM-MG). Na terça-feira, 28, o Estado publicou a reportagem, na qual afirma que “o presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ), emprega um assessor "fantasma" no próprio órgão, desde novembro”.

É uma situação muito grave. Uma vergonha para o país. Os brasileiros decentes precisam reagir. Não pode ser tratado como “conselho de ética”, um amontoado de corruptos desonestos, reunidos em salões suntuosos.

A Roma antiga foi queimada porque o caldo fétido da corrupção e os resíduos do esgoto corriam juntos, nas valas comuns.

Abrascam confirma: “Pitanta é campeão de mandatos no Brasil”

A Abrascam – Associação Brasileira das Câmaras Municipais – confirmou, recentemente, aquilo que a maioria dos palhocenses e outros catarinenses já sabiam: “Não existe, no Brasil, outro vereador com oito mandatos consecutivos – ou seja, sem nunca se afastar do Legislativo”.

O recordista é o vereador Nirdo Artur Luz (DEM), que exerce o oitavo mandato. Pitanta nunca aceitou convite para ocupar cargos na administração municipal ou mesmo na estadual. E muitas foram as tentações, nesses mais de 30 anos de vida pública.


Pitanta: oitavo mandato, três décadas no Legislativo de Palhoça
Foto: Heverton Alessandro

Essa informação ocupou espaço de destaque, no “Jornal Democratas”, uma publicação do partido que, em Santa Catarina, tem como maior liderança, o ex-governador e ex-senador Jorge Bornhausen.


Com o título “Pitanta campeão de mandatos”, a publicação lembra que o palhocense se elegeu, pela primeira vez, em 1976, aos 18 anos de idade, incentivado pela mãe, já falecida, Natalina Martins Luz. À época, a legislação garantia mandato de seis anos. Pitanta foi o mais votado naquele ano, e, por isso, conseguiu a reeleição, para um segundo mandato, também de seis anos, com muita facilidade. E, na seqüência, conquistou mais seis vereanças de quatro anos, em 1988, 1992, 1996, 2000, 2004 e 2008.

Estranhamente, o jornal, uma publicação do DEM – que a nível de estado faz parte da Tríplice Aliança, e que, em Palhoça, é aliado da administração municipal –, também trata Pitanta como “oposição ao prefeito” Ronério Heiderscheidt. “O vereador é, hoje, líder da oposição, em Palhoça”, afirma o informativo.

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