sexta-feira, maio 23, 2008

SANGUINETTI, O SUPER LEGISTA, COMPARA O SOFRIMENTO DE ISABELLA A UMA NOVELA

Não se espantem... Não se espantem, se algum dia, os advogados de defesa do casal Nardonito e Jatobina acusarem a menina Isabella, de algum crime. Tudo é possível. Afinal, aqueles mauricinhos arrogantes, que decoraram leis e códigos e se afastaram das teses do bom senso e da ética profissional, são capazes de tudo, para tirar seus “clientes” da cadeia.

Vejam que interessante: assassinos, réus, na boca de certos advogados, viram “clientes”. Conclusão óbvia: pagando bem, o cliente sempre tem razão.

Observem que, mesmo depois da utilização de muito papel e tinta com habeas corpus fajutos, todos, até agora, ignorados pelos tribunais, os advogados da dupla mais odiada do Brasil não perdem a pose. Ainda tentam provar que havia uma terceira pessoa na cena do crime, na tenebrosa noite de 29 de março, quando a garotinha, de cinco anos, foi torturada, asfixiada e jogada do sexto andar do Edifício London, em São Paulo.

Segundo informações do Jornal da Tarde, “o médico-legista alagoano, George Sanguinetti, contratado pela defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta, acusados pela morte de Isabella Nardoni, disse que provará que a menina não foi asfixiada, antes de ser jogada, pela janela do 6º andar, na noite de 29 de março”.

Assim, temos que concluir, que todos os peritos, legistas e delegados, que pesquisaram e investigaram o caso, são idiotas. Só o senhor Sanguinetti é um gênio. Sua genialidade é invocada, repentinamente, como num passe de mágica. Aliás, basta alguém exibir uma carteira gorda, ou abrir um cofre pomposo, e essa genialidade, quase mística, aflora, em alguns setores da sociedade. O mesmo ocorre com alguns advogados, criaturas estranhas, homens de preto, a serviço do crime.

Defesa é outra coisa. A defesa, o sagrado direito constitucional de todos os investigados, acusados, réus, deve ser realizada com base em detalhes jurídicos, mas com base em princípios éticos. Essa bravata, essa luta desvairada dos advogados de Nardonito e Jatobina, é algo que beira a imoralidade. Eles afrontam as autoridades constituídas, que investigam o caso. Tratam a verdade, baseada em laudos, como lixo. E desrespeitam o sentimento de dor dos brasileiros.

Até porque eles continuam insistindo numa tese absurda, a da terceira pessoa na cena do crime. Mesmo com o fator tempo eliminando, excluindo essa possibilidade.

Já dei a dica, mas ninguém quis me ouvir: foi o “fantasma da ópera”, aquela criatura sinistra, asquerosa, quem acabou com os sonhos da menina Isabella.

Silêncio, o doutor Sanguinetti vai falar... "Não existe asfixia, sem marcas externas na região cervical. É só fazer o teste. Aperte delicadamente o pescoço de alguém e veja a reação do organismo. Imagine com muita força!", declarou o gênio.

Não provoca os brasileiros, senhor! Tem muita gente louquinha para apertar um pescoço. Respeite a dor dos brasileiros, que ainda estão chocados com a barbárie ocorrida no Edifício London, a casa dos horrores.

Pronto! Eu também tenho bola de cristal. Comprei no camelô, e ela está a me indicar uma significativa revelação. Silêncio... A imagem ainda é muito nebulosa, porque a bola é produto do Paraguai... Mas, com o tempo, vai ficando mais nítida. Então, vou adiantar o fato mais surpreendente. A menina Isabella não estava na cena do crime, na noite de 29 de março.

Essa é, sem dúvida, a mais brilhante conclusão, a qual chegarão os bicudos da defesa e o senhor Sanguinetti. A menina não estava na cena do crime. Foi tudo uma invenção da mídia. Assim, não houve agressão, asfixia, nem sangue. Sangue, sanguinetti, que horror!

Quase dois meses depois da tragédia, aparece um mago, quase um feiticeiro, para jogar areia no trabalho de seus colegas legistas, um estudo técnico realizado com tanta dedicação. Isso, no mínimo, é antiético.

O povo quer saber: onde o senhor bruxo vai fazer suas pesquisas? Na cena do crime, que, inclusive, foi lavada e adulterada pelos faxineiros Nardoni / Jatobá? Ou vai violar a sepultura da menina, à noite? Concluindo: se não tem onde basear uma perícia, o único objetivo do senhor Sanguinetti é tentar fazer confusão, desacreditar um trabalho realizado e acatado pela Justiça.

Caso é que, pressionado aqui e acolá, o senhor Sanguinetti já está a admitir, que não tem “elementos para levar uma terceira pessoa à cena do crime". Descarta a tese do “fantasma da ópera”. Sobre o lobisomem, não teceu comentários, ainda. Também admite que a menina foi jogada pela janela do apartamento. Oh, quanta benevolência, em admitir essa versão.

Porém, prestem muita atenção na fala do senhor Sanguinetti. Isso é um escárnio. Ele está zombando de todos os princípios cristãos conhecidos. Está tratando essa desgraça como uma “novela”. Ele compara o sofrimento e a morte de Isabella como uma “novela”. Está escrito no Jornal da Tarde: “Essa idéia de que a criança sofreu esganadura, asfixia, perdeu a consciência, a circulação ficou lenta. Isso é novela”, afirmou o insensível Sanguinetti.

Ela sangrou e morreu, porque foi tratada com amor e muito carinho. Brilhante conclusão! A verdade, é que alguns homens dizem o que lhes convém, desde que sejam bem pagos. É o caso.

Como já disse, é possível que os advogados, com a ajuda do médico-legista, venham a denunciar Isabella, por algum crime. Ou consigam convencer os jurados que a menina não estava na cena do crime, na noite de 29 de março.

Felizes, senhores do terno preto?, urubus de porta de cadeia! Se não pararem de dizer besteiras, vamos mandar chamar o Zorro.

quarta-feira, maio 21, 2008

ÉTICA NINGUÉM ENSINA

Por Antônio Marcos de Freitas

No ramo jornalístico, uma das questões que nunca pode se deixar de lado é a “ética”. Claro que isso se vale para qualquer profissão, só que o jornalismo ou um jornalista é muitas das vezes formador de opinião, e dependendo de como a informação é trabalhada, isso pode trazer transtornos ou distorção dos fatos.

Muitas vezes, mesmo sem a intenção, o jornalista pode ser antiético. Tomemos como exemplo um jornalista que se propõe a controlar as informações que vai revelar. Ele vai selecionar o que deve ser escrito na matéria e, por vezes, pode deixar de fora um dado relevante ao leitor. Logo, o jornalista passa a trabalhar com a revelação e omissão. Omitir não é ético, mais o pior de tudo, é quando de alguma forma exista um beneficiamento de uma situação, onde em cima do que seria publicada, cria-se uma distorção para que os fatos gerem polêmica. “Informação”, essa palavra pode ser interpretada de várias formas, mas na área jornalística o que fica como compromisso é a “veracidade dos fatos”.

Fazer jornal é muito fácil, o difícil é fazer jornalismo, é manter uma linha onde o mais importante é ter no reconhecimento do leitor, que a linha editorial é algo de muita “credibilidade”. A ética está alinhada á disciplina, os dois caminham juntos rumo ao resultado final que é um produto de qualidade. Tudo que se faz na vida se for bom ou ruim vai gerar uma conseqüência, num texto escrito e publicado é a mesma coisa, danos podem ser irreversíveis levando inclusive o profissional ao buraco.

Outro problema que pode acarretar a falta de ética é o não envolvimento do jornalista com a matéria. Cada vez mais, o jornalista se envolve menos com o seu produto. Como é fácil bater meia dúzia de fotos e produzir de forma artificial uma matéria sem se aprofundar nos fatos. Cito como exemplo o jornalista Luiz Carlos de Espindola, suas matérias são “vividas” e criadas. Existe um envolvimento, uma entrega e estudo de cada letra colocada num contexto, fazendo com que cada frase, além de esclarecedora, seja muito objetiva. Claro que a paixão pela profissão é algo notório, mas existe acima de tudo um compromisso com a ética, fazendo que com seus métodos sejam uma referência na área jornalística. Cabe a cada jornalista exercer com dedicação e seriedade a profissão, sem se deixar levar pelas facilidades e propostas que não condizem com o verdadeiro jornalismo.


* * *

Da redação:

NOS TRILHOS DA ÉTICA PROFISSIONAL

Num momento tão crítico, quando a República está sendo diluída no caudal e na lama da corrupção, alimentada pela hipocrisia de políticos que, de tudo fazem, para completar o quadro de desmoralização. Quando a população não confia mais na classe política e começa a manifestar dúvidas sobre atitudes de setores da Justiça...


Diante desse quadro negativo, exercer a atividade de jornalista profissional e, além de tudo, ser citado por um jovem íntegro e correto, como Antônio Marcos de Freitas, é, por demais, compensador.

Me sinto recompensado pelos momentos difíceis, de incompreensão, mas, acima de tudo, estimulado a, cada dia mais, lutar, intransigentemente, para andar num trilho, cujo trem é a ética profissional, na busca da luz reconfortante à alma, ao espírito, que há de brilhar no fim do túnel.

Freitas e o também jovem Heverton Alessandro da Silva, vêm, ambos, dando demonstração do quanto desejam executar um jornalismo sério, à frente do Primeira Folha, tentando fazer valer o slogan “Credibilidade é a nossa marca”. Um me chama de “mestre”, outro, “professor”. Nada dessa adjetivação é verdadeira, visto que ainda sou um aprendiz, nessa breve passagem pelo mundo materialista do Planeta Terra.

Jovens gladiadores do jornalismo, não tenham pressa. O sucesso já se avizinha e a recompensa não tardará. O velho Guttemberg, com certeza, não se arrependeu de seu empreendedorismo, ao inventar a primeira prensa.

Luiz Carlos Espindola - Jornalista

terça-feira, maio 20, 2008

TOLERÂNCIA ZERO, NO SHOW DA DESGRAÇA

Um duplo homicídio, ocorrido na bucólica Lagoa da Conceição – “um pedacinho de terra, perdido no mar (...) beleza sem par”, conforme cantou o poeta –, aparentemente é só mais um numeral na fúnebre estatística, um caso isolado, num contexto geral de violência. Mas, não deve ser observado sob essa ótica.

Para jornalistas, ou quase jornalistas, que estão enriquecendo com a violência, trata-se apenas de mais um degrau na escada da fama. Um detalhe a mais na escalada das pesquisas de opinião pública, que registram a audiência da televisão.

A execução sumária dos jovens André da Luz e Alexandre Gentil da Luz,26 anos, na madrugada de sábado, em frente à sede da Sociedade Amigos da Lagoa – SAL –, nos conduz a uma reflexão mais aprofundada, sobre o papel do Estado, na proteção do cidadão.

André da Luz, que trabalhava como vigilante noturno, já havia registrado quatro – quatro, quatro! – boletins de ocorrência, o burocrático e inútil BO, na delegacia da região, contra dois homens, que o ameaçavam com armas de fogo. André conhecia quem queria mata-lo. Nos registros oficiais que fez, relatou que levou um tiro na perna e que o mesmo pistoleiro, em outra ocasião disparou um tiro para o alto, com o corriqueiro aviso: “O próximo é na cabeça!” O criminoso é mais um protegido pelo IBI – Instituto Brasileiro da Impunidade.

Apesar disso – e não há informações contrariando essa afirmativa –, nem o delegado, nem um investigador, ninguém tirou o traseiro da cadeira, para investigar. Por que um vigilante noturno, que precisa descansar durante o dia, perderia seu precioso tempo, registrando boletins de ocorrência? Só se fatos de natureza grave estivessem em andamento.

E é justamente o que vinha acontecendo. Fatos graves: André fora alvo de tiros e buscava a proteção do Estado, no país errado. Quatro BOs não sensibilizaram as “otoridades”, que preferem recolher cadáveres, diante das agitadas câmeras de televisão, com narradores eufóricos, sempre muito apressados, como se os cadáveres fossem evaporar, ou sair voando como borboletas.

Se André tivesse descoberto a tempo, que estava buscando proteção no lugar errado, talvez ainda estivesse vivo.

André tinha um suspeito, falou sobre ele para as “otoridades”. O suspeito é o mesmo. Se agora, depois do duplo homicídio, a polícia considera o autor dos disparos um “suspeito”, passível de investigação, por que não fez o mesmo antes? Um tiro na perna, com lesão e um tiro para o alto, com ameaças, são mais que suficientes para colocar alguém atrás das grades, em qualquer país civilizado. Menos no Brasil. Por isso, devemos exigir tolerância zero para a criminalidade.

Esse caso, ocorrido na Lagoa da Conceição, está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios, de Florianópolis. Agora, os policiais começam a correr, atrás do prejuízo. Dois irmãos foram mortos a tiros – André e Alexandre – e um terceiro fugiu do tiroteio. Os três não têm passagem pela polícia, o que não quer dizer que sejam santos.

E que sejam instauradas investigações para apurar a omissão daqueles que têm por função prevenir o crime, investigar todos os tipos de denúncias, desde que fundamentadas, e punir responsabilidades.

Só vamos nos livrar das entranhas da criminalidade, dos tentáculos do crime organizado e desorganizado, com leis mais duras (o que, finalmente, o Congresso Nacional, parece, está disposto a criar), mas, com o devido cumprimento. Tolerância zero!

O Estado / Nação é o órgão arrecadador de impostos e taxas, de maneira ensandecida, muito pouco se preocupando com a prestação de serviços, inclusive em áreas cruciais para o bem estar da sociedade, como segurança e saúde.

No setor segurança, as “otoridades” alardeiam uma falsa redução da criminalidade, não porque os criminosos estejam nas cadeias ou se aposentando. É justamente por uma razão muito simples, que o vigilante André não compreendeu a tempo.

Ocorre que as vítimas de crimes contra o patrimônio e até contra a pessoa não estão mais procurando as delegacias de polícia para registrar os inúteis BOs. Porque essa burocracia, por si só, não resolve problemas, se não for precedida de medidas práticas, tais como investigação, identificação de criminosos em potencial, que fazem ameaças e que partem da fase da ameaça para a prática, e até prisão preventiva, para evitar a ação delituosa.

O que se vê é um descalabro. Furtos, roubos, arrombamentos, definições populares para os crimes mais comuns contra o patrimônio, e ameaças contra a vida, não são investigadas. Somente quando alguém grita – e aqui não se trata de narração esportiva: “Tá lá um corpo estendido no chão!” –, aí sim, policiais se apressam para chegar ao local, antes das equipes de reportagem.

Toda essa incompetência está conduzindo a sociedade para os braços de um poder paralelo, inclusive para o reinado das milícias, que proliferam em todo o país, inclusive muitas formadas pelos próprios agentes de segurança, com bandidos infiltrados. Ou, são criadas por bandidos, contando com a participação de agentes da lei.

Há que se admitir, ainda, o surgimento de milícias formadas por cidadãos revoltados com a negligência do Estado / Nação, que tentam conduzir suas ações, na busca desesperada da justiça. Nem sabemos se isso é possível. O que se sabe, é que o poder das “otoridades” está falido.

Enquanto escrevo, no cumprimento legal de uma profissão que ainda conta com a confiança da sociedade, agentes da lei e da ordem pública estão alvoroçados, muito prestativos e diligentes, talvez até recolhendo cadáveres e nos fazendo acreditar que estão interessados, de fato, no combate à criminalidade. Mera ilusão. É que, nesse momento, pouco passando das 10 horas, os programas de televisão, que se alimentam do sangue das vítimas da violência, estão caçando detalhes da desgraça. E os agentes da segurança recebem ordens para interpretarem seus papéis muito bem decorados.

São os figurantes legais no show da desgraça. Tentam passar, para grandes públicos, a idéia de uma polícia ágil e operante, protetora intransigente do cidadão. Mas isso é só ilusão.

Isso porque, quando câmeras e microfones retornam às estações, os agentes da lei e da ordem, fardados ou vestindo trapos civis, num desleixo facilmente perceptível e condenável, relaxam por completo. E somente a burocracia continua funcionando, com os seus boletins de ocorrência.

É claro, ainda podemos contar com as boas e raríssimas exceções. Mas, as ações de policiais dedicados à função fim, são fatos a cada dia mais isolados e escassos na seara da incompetência e negligência. Que é a regra ditada pelo Estado. O Estado faz o seu papel: faz que faz.

Importantes decisões devem ser tomadas, com urgência. O bom senso exige tolerância zero contra o crime.

Baby Espíndola

segunda-feira, maio 19, 2008

PRESIDENTE DA GAVIÕES ALVINEGROS ACHA QUE HOUVE NEGLIGÊNCIA DA POLÍCIA

O presidente da torcida organizada Gaviões Alvinegros, agremiação fundada em 1991, Carlos José Laus, o “Bola”, considera que houve “negligência, tanto da Polícia Militar, quando da Polícia Civil”, no caso da tentativa de invasão, à sede da entidade, na tarde de domingo, 18 de maio.


A PM, porque não escoltou os quatro ônibus da Império Alviverde, do Coritiba, até o acesso ao Estádio Orlando Scarpelli, no bairro Canto, Distrito do Estreito. E a Polícia Civil, porque liberou quase 200 agressores, autores de vandalismo, desordem, depredação do patrimônio público e privado, furto, roubo e violenta ameaça à integridade física de dezenas de pessoas.

Carlos Laus: "Fechamos o portão a tempo, com cadeado, e escondemos as mulheres e crianças em um barzinho, nos fundos"
Foto: Baby Espíndola

Apenas dois “torcedores” ficaram detidos – seriam liberados, mediante o pagamento de fiança. E os danos cometidos, quem vai pagar? – perguntam as vítimas.

Os quatro ônibus, com cerca de 200 agressivos torcedores, delinqüentes e bandidos, não vieram do norte, como seria natural. Segundo testemunhas, procediam de sentido contrário. Detalhe importante: quem viaja do Paraná, via BR-101, para chegar ao Estádio Orlando Scarpelli, não precisa passar, necessariamente, perto da sede da Gaviões Alvinegros, que está localizada no outro extremo do Estreito.

Carlos Laus disse que, em certo momento, devido à agressividade dos torcedores do Paraná, chegou a temer pela segurança das mulheres e crianças, familiares dos torcedores do Figueirense, que participavam de um churrasco de confraternização. “Felizmente, fechamos o portão a tempo, com cadeado, e protegemos as mulheres e crianças num barzinho, nos fundos”, afirmou, na tarde de segunda-feira, enquanto tentava colocar "a casa em ordem".

Todo o tumulto, iniciado pouco antes das 16 horas de domingo, 18 de maio, não durou mais de meia hora, tempo suficiente, contudo, para deixar um rastro de destruição. Pelo menos sete carros, estacionados na Rua Antônio Mattos Areas, foram destruídos e objetos foram roubados de seus interiores.

O presidente da Gaviões Alvinegros, explicou que a nota oficial da agremiação do Estreito denuncia a participação de “integrantes de uma torcida organizada, que é nossa rival”, numa clara alusão à torcida do Avai, porque imagens mostram a presença de faixas e bandeiras do Coritiba, junto aos torcedores avaianos, na Ressacada, no sábado, um dia antes do tumulto.

Para localizar a sede da Gaviões Alvinegros, um imóvel humilde, numa rua transversal do Estreito, escondida atrás de uma farmácia e, ainda, espremida por um edifício, somente conhecendo bem a região. Ou, então, contando com a ajuda de guias. Será que alguém, que conhece bem a cidade, cada bairro, cada rua, guiou os fanáticos "torcedores" do Coritiba, até a sede da torcida do Figueirense?


A sede da Gaviões Alvinegros, espremida entre os fundos de uma farmácia e um edifício, local pouco conhecido na região
Foto: Baby Espíndola

Volto a frisar: apesar de toda essa barbárie, a Polícia Civil de Santa Catarina liberou quase 200 bandidos, fantasiados de torcedores. O delegado deve ser torcedor fanático do Avai, o time rival do Figueirense. Ou intransigente defensor do direito humanitário, aquele em que o suspeito, investigado, acusado, réu, merece sempre mais atenção que a vítima. Outra justificativa, não existe.


* * *

NOTA OFICIAL DENUNCIA A AGRESSÃO



Em nota oficial, o Grêmio Recreativo Esportivo Social e Cultural Torcida Organizada Gaviões Alvinegros repudia, publicamente, “a forma covarde e vil”, como membros da Torcida Organizada Império Alviverde tentaram invadir a sede dos torcedores do Figueirense, de Florianópolis.

O documento se refere ao caso como uma “cilada” dos torcedores do Coritiba, time do Paraná, “contando com a participação de torcedores de Florianópolis, integrantes de uma torcida organizada, que é nossa rival. Aquela mesma que costuma jogar bombas nos estádios”. Alusão direta à torcida do Avai.

A nota, assinada pelo presidente da Gaviões Alvinegros, Carlos José Laus (Bola), cita que, no momento da tentativa de invasão, o portão foi fechado às pressas, enquanto que as mulheres e crianças, filhas dos associados, “foram colocadas dentro do bar, que funciona nos fundos da agremiação”. Os associados e familiares participavam do “tradicional churrasquinho”, uma forma de concentração para a etapa seguinte, no estádio.

Diz, ainda que os torcedores do Coritiba “promoveram um verdadeiro arrastão, na Rua Antônio Mattos Areas, depredando veículos, quebrando vidros, jogando pedras em todos que por ali transitavam”.

Baby Espíndola



BANDIDOS DO CORITIBA PROVOCAM TERROR E DESTRUIÇÃO EM FLORIANÓPOLIS. E SÃO LIBERADOS PELA POLÍCIA

Pelo menos 200 bandidos paranaenses, armados com pedaços de paus e pedras, tentaram invadir a sede da torcida organizada Gaviões Alvinegros, no Balneário Estreito, em Florianópolis. Como não conseguiram adentrar ao prédio, onde cerca de 30 pessoas, inclusive mulheres e crianças, ficaram encurraladas, passaram a destruir tudo o que encontraram no quarteirão. O bairro virou uma praça de guerra. Vários carros foram destruídos, imóveis danificados pelos bandidos. A sede da Gaviões ficou parcialmente destruída. Dez pessoas resultaram feridas.

Segundo testemunhas, alguns portavam armas de fogo. Esse é o detalhe mais verossímil. Invadiram o Balneário Estreito, região continental de Florianópolis, onde provocaram destruição e pânico, porque tinham armas para se garantir.

É bom lembrar, que já houve um precedente perigoso, quando do primeiro jogo pela final do Campeonato Paranaense, entre Coritiba e Atlético-PR, em 27 de abril. Na ocasião, 97 torcedores foram detidos pela polícia. Segundo as autoridades, eles invadiram a "estação-tubo" central de Curitiba. Outros quatro foram detidos porque tentaram invadir o camarote onde estava a diretoria do Atlético-PR, no Estádio Couto Pereira. Gente perigosa.

Estou tratando esses mostrengos como bandidos, diante da impossibilidade de qualificá-los como torcedores do Coritiba. Torcedor, quando viaja para outra cidade, procura conhecer pontos turísticos, faz amizade, torce para o seu time e retorna à origem, festejando a vitória, ou amargando a derrota.

Bandidos fazem justamente o contrário. Agem como esses paranaenses, que planejaram e executaram atos de vandalismo, desordem e destruição do patrimônio público e privado, além de furto e roubo, a uma considerável distância do Estádio Orlando Scarpelli, palco esportivo do Figueirense.

São elementos desqualificados, insignificantes, toscos e infelizes, sem talento para o trabalho e estudo. Solitários porque são violentos e horrendos e, na solidão, certamente fazem sexo em marcha à ré. Precisam da vitória do time, para superar e esconder suas frustrações.

A intenção do grupo ficou bastante clara. Os bandidos de além fronteira queriam massacrar as pessoas que estavam na sede da Gaviões Alvinegros, simpatizantes do Figueirense e, com certeza, destruir o patrimônio, para saquear objetos, que eles ostentam como “troféus”, após o ato criminoso.

Dessa vez, não conseguiram. Mas, com certeza, voltarão para concluir o que começaram na tarde de domingo, 18 de maio, incentivados pela impunidade. Já sabem o caminho e descobriram que nossas autoridades são omissas, frouxas, covardes e incompetentes. Não vi, pela televisão, nenhum bandidinho como os beiços sangrando, ou com ossos quebrados, ninguém levou um tiro na bunda, tiro de verdade.

Os bandidos do Paraná, estado de gente ordeira, trabalhadeira e decente, tentaram agredir pessoas encurraladas, provocaram desordem e destruição do patrimônio público e privado, roubaram e saquearam, mas foram liberados pela polícia, o que lhes permitiu viajar de volta às suas cidades, rindo da humilhação que causaram aos catarinenses.

Quem vai pagar pelos danos causados aos veículos que ficaram destruídos? É justamente nessa terra de ninguém, onde a autoridade age com exagerada cautela, para não se comprometer, que prolifera a criminalidade.

Os invasores do Balneário Estreito não são torcedores. São bandidos. Nem mesmo foram ao estádio, onde o jogo aconteceu, com resultado de dois a um para o time catarinense. Então, sem essa de polícia agindo com delicadeza, fazendo que bate mas não bate, atirando com balas de borracha.

Chega de eufemismos e palhaçada. Bandidos devem ser recebidos à bala, chumbo de verdade. Afinal, não se tratava de manifestação ordeira e pacífica e muito menos de ato de torcida. Foi invasão mesmo, ataque, saque e roubo de objetos. As imagens de destruição e ameaça à vida foram registradas por câmeras de vigilância de prédios vizinhos, onde os moradores viveram momentos de pânico, diante da possibilidade de invasão.

As autoridades foram omissas. O comando da operação policial militar foi covarde. O delegado que atendeu ao caso, brincou de ser polícia. Apesar da destruição e do pânico que causaram, só dois criminosos ficaram detidos. Os demais, cerca de 200, foram liberados. E os danos materiais, causados às vítimas, senhor delegado? E os danos morais, quem paga?

Outro fato a ser considerado. Os bandidos-torcedores encontraram a sede da Gaviões Alvinegros com extrema facilidade, quando o destino correto seria o Scarpelli. Chegaram em quatro ônibus lotados, prontos para uma guerra.

Não havia escolta policial. Policiais militares estão mentindo, quando afirmam que havia escolta. São desmentidos pelas imagens das câmeras de segurança. A PM apareceu muito mais tarde, quando o Balneário Estreito já era uma praça de guerra. E não sabia o que fazer, diante dos bandidos armados com paus e pedras. Batam neles com flores!

A polícia também precisa investigar uma possível parceria da torcida organizada Império Alviverde, com integrantes de uma torcida organizada do Avai, o rival do Figueirense. Ao que tudo indica, torcedores coxas-brancas já estavam em Florianópolis, desde sábado. No Estádio da Ressacada, torceram, ao lado dos avaianos, na partida contra o ABC. Faixas e bandeiras do Coritiba foram vistas na Ressacada. Naquele momento pode ter começado a parceria sinistra.

O know-how do crime, alguns membros da torcida avaiana já conhecem. Por conta de atos terroristas, de alguns que se vestem de azul, o aposentado Ivo Costa, de 62 anos, perdeu a mão direita, durante a explosão de uma bomba. Foram presos Franklin Roger Pereira, 22 anos, que levou duas bombas na cueca, para o Estádio do Criciúma, Juliano Marinho de França, ex-soldado do Exército, e Guilherme Augusto Fretta Lacerda, funcionário público. Como todos já estão soltos, entenderam que, de fato, no Brasil, o crime compensa.

Em 2006, outro bandido, vestido de azul, matou, com uma pedrada, um torcedor do Joinville. Reuniões aconteceram, propostas surgiram. Mas, ficou tudo como estava antes. Torcidas organizadas, com seus bandidos disfarçados de torcedores, na impunidade total. Alguém está pagando pela morte do garoto do Joinville? Alguém vai ser punido, pela desgraça do sr. Ivo? A delinqüência vai subverter a ordem pública, normas e leis serão atropeladas.

Quando toda essa violência vai ter fim? Certamente, quando o IBI – Instituto Brasileiro da Impunidade – for extinto. Quando for proibido usar enchimento na cueca, para provar que é macho.

Ressalto, que não estou tratando do tema, como torcedor. Não me permito fazer parte dessa ou daquela torcida, porque, dentre alguns bem intencionados, há muito mais desordeiros e criminosos disfarçados de torcedores.

Que fique registrado, o meu manifesto de condenação ao ato criminoso dos paranaenses bandidos e de repúdio às autoridades catarinenses omissas. Defendo uma palavra forte: Justiça! Respeito ao patrimônio público e privado e preservação da ordem e da vida. E cadeia para bandidos.

Desde já, aconselho às vítimas da destruição, que ingressem na justiça contra a figura do Estado, que não ofereceu a segurança necessária. Principalmente pela omissão, ao liberar os bandidos, que escafederam-se na mesma noite de domingo.

No retorno ao Paraná, foram escoltados pela Polícia Militar da “Santa e bela Catarina”, cujo povo foi treinado apenas para receber bem e jamais reagir. Mesmo quando os invasores nos saqueiam e agridem, somos adestrados para sermos bonzinhos, extremamente gentis. Podem ter certeza, defendo a exceção. A reação, diante da provocação. Invasão, como a de domingo, deve ser rechaçada na porrada e na força da lei.

Que coisa ridícula! Os bandidos foram liberados, escoltados e protegidos. Enquanto isso, as vítimas ficaram abandonadas. É sempre assim: proteção total ao criminoso, num absurdo desrespeito à vítima.

É por isso, que sempre digo: na ausência da justiça e diante da incapacidade da força policial em manter a ordem: Chama o Zorro.

Baby Espíndola

terça-feira, maio 06, 2008

PORTARIA DO HOSPITAL REGIONAL IMPEDE ENTRADA DE VISITANTES E GERA TUMULTO

Por falta de fichas, ou cartões, substitutos pobres dos crachás, muitas pessoas deixaram de visitar seus familiares, tanto no Hospital Regional de São José, quanto no Centro de Cardiologia, que é um anexo do primeiro. A decisão intransigente e irracional da chefe da portaria, uma senhora mal humorada, de nome Evanete, provocou tumulto, na tarde de terça-feira, 6 de maio, o que exigiu o reforço da segurança, serviço prestado por uma empresa de vigilância, inclusive com a convocação de um policial militar.

Mas, como tudo começou? Algumas pessoas, que enfrentaram a burocracia da fila de visitantes, na portaria comum ao HR e Centro de Cardiologia, foram informadas que não poderiam visitar seus familiares ou amigos, enfim. E por quê? Porque os cartões ou fichas, de cartolina, referentes a alguns leitos desapareceram. Sem ficha ou cartão, não sobe. Simplesmente porque a senhora Evanete, por trás de seus óculos esquisitos, o que a deixa ainda mais rancorosa, assim determinou.

Assim fui informado. Quando solicitei autorização para visitar meu pai, fui assim despachado: “Alguém perdeu o cartão, e o seu (...) não pode receber visitas”. E tentaram me despachar, com uma expressão rotineira: “O próximo!” Ressalto, que isso aconteceu no horário regular destinado às visitas. Tudo isso porque um mísero pedacinho de papel sumiu, nas mãos de outros. Escafedeu-se.

Vejamos algumas histórias. Uma senhora, bastante idosa de uma cidade do Alto Vale do Itajaí, voltou para casa, sem visitar o marido, porque o cartão correspondente ao quarto “X”, leito “Y”, desapareceu. A mulher, bem brasileira, do tipo que aceita tudo, chorou, e foi embora.

Em outro caso de profundo constrangimento, uma mulher não pode visitar o irmão, também por falta de um pedacinho de cartolina. Mas, seria a primeira visita ao paciente. Como, então, não havia o maldito papelzinho, referente ao leito dele? Simplesmente porque alguém do hospital extraviou ou um parente do “inquilino” anterior, daquele quarto, do leito tal, não devolveu a fichinha na portaria. Não se trata de crachá. É um pedacinho de papelão por vezes verde, amarelo, azul, rosa, na maior diversidade.

E, assim, os casos se sucederam, se multiplicaram. Num montante de aproximadamente umas três dezenas, suponho. Conversei com pelo menos uns quinze descontentes. Descontentes, mas submissos. Gente que veio de longe e foi embora sem fazer a visita. Saíram, murmurando lamentações, xingando pelos cantos, reclamando. Mas, sem manifestarem o descontentamento. São os brasileiros que não lutam pelos seus direitos.

O fato atingiu outros setores do HR e da Cardiologia. Houve bate-boca, tumulto, muitas discussões. Os prejudicados registraram, de próprio punho, suas reclamações, num setor específico para as lamentações, críticas, sugestões.

Eu fiz o mesmo. Registrei minha queixa. Um BO no HR. Até parece coisa de delegacia. Fiz questão de registrar, primeiro, o quanto são eficientes e dedicados os médicos / médicas e enfermeiros / enfermeiras do Centro de Cardiologia e de alguns setores do próprio Hospital Regional. Mas também registrei veementemente, o meu protesto contra a portaria do HR, pela intransigência de alguns funcionários.

Mesmo impedido de subir até o segundo andar, da Cardiologia, realizei a visita. Não aceito um grosseiro não, quando tenho o direito estabelecido. Realizei a visita planejada e necessária e, faço questão de ressaltar: não discuti quando adentrei ao hospital.

A discussão ocorreu na saída, porque a senhora Evanete, ao descobrir a minha "indisciplina", ameaçou fazer uma segunda visita ao meu pai. "Vou lá em cima resolver isso", disse ela. Se, da primeira investida, já fora extremamente grosseira, imaginem o que poderia acontecer. É bom lembrar que trata-se de um homem doente, que aguarda uma cirrugia do coração.

Durante a visita, fiquei sabendo que uma funcionária da portaria, provavelmente a tal Evanete, estivera antes, em alguns quartos, discutindo com pacientes, causando preocupação e constrangimento. Ameaçando que esse ou aquele não receberia mais visita, por causa do dito cartão. Imagine um homem de 81 anos, com problema grave no coração, escutando desaforos de uma funcionária despreparada! A senhora Evanete, certamente, foi treinada para lidar com animais em estábulos.

Amanhã, e depois, sempre que necessário, no horário padrão das visitas, cumprirei meu ritual, mesmo se a portaria e a segurança tentarem impedir. Não tenho culpa se alguns pedaços de cartolina desapareceram. Nos caminhos do direito, do que é correto e legal, se alguém cruza o meu caminho, eu o considero obstáculo. E obstáculos existem para serem ultrapassados. Obstáculos, eu passou por cima.

Mas talvez, tudo se resolva de uma outra forma. Talvez a direção do HR tome alguma atitude.

A propósito, antes da próxima visita ao HR, passarei numa livraria e comprarei algumas folhas de cartolina, de várias cores. É a minha contribuição para o estatuto do bom senso. Só não quero encontrar obstáculos.

Afinal, só desejo visitar meu pai, que está internado, há mais de 60 dias. Se tentarem me impedir, terão que arcar com as conseqüências. Se começar a terceira guerra mundial, não será minha a culpa.

Baby Espíndola


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quinta-feira, maio 01, 2008

PALHOÇA / REPORTAGEM ESPECIAL

ÁGUAS DE PALHOÇA PROJETA INVESTIMENTOS E ADMITE MUNICIPALIZAR TODO O SISTEMA

EM ENTREVISTA AO blog Baby Espíndola Repórter / site Rádio Cambirela, também publicada no jornal O Caranguejo, o engenheiro Carlos Alberto Fernandes, gestor do contrato Águas de Palhoça, responsável pela operacionalização do sistema de abastecimento de água e serviço de esgoto, na cidade, fala, com exclusividade, sobre projetos e investimentos, que vão revolucionar o setor saneamento, e afirma que a empresa está atendendo, também as áreas mais carentes.

O engenheiro Carlos Alberto confirmou, inclusive, que a empresa Águas de Palhoça tem planos para municipalizar também a coleta e tratamento da água, serviço que ainda é realizado pela Casan.

Engenheiro Carlos Alberto Fernandes: “Investimentos em projetos inadiáveis”

Foto: Baby Espíndola

Ao assumir a gestão municipalizada dos serviços de água e esgoto, em agosto de 2007, a Prefeitura Municipal “estruturou uma superintendência de saneamento, que ficou responsável pela gestão”, explica o engenheiro Carlos Alberto. Logo depois, nasceu a Águas de Palhoça, que é de domínio do município. A Prefeitura registrou a marca, como sendo de sua propriedade, e permite que uma outra empresa, que faz a operação dos serviços, use essa marca, esclarece Carlos Alberto.

O gestor da Águas de Palhoça, cita, como ponto positivo, desse primeiro período de aproximadamente nove meses, “uma importante conquista social”. Quase mil famílias, passaram a contar com o fornecimento de água potável, “com controle de qualidade”. Essa medida beneficia entre 2.500 a 3.000 pessoas. Também, em duas oportunidades, o valor da tarifa foi reduzido, o que significa dizer que, no geral, os palhocenses estão pagando oito por cento a menos, pela água.

Segundo Carlos Alberto Fernandes, a gestão Águas de Palhoça passou a priorizar as chamadas “áreas economicamente não viáveis”, comunidades carentes que não contavam com o serviço de abastecimento.

Por exemplo, no bairro Alto Aririú, Rua Ari Wagner, na chamada “Região da Pedreira”, cerca de 200 famílias, há muito tempo, reivindicavam o fornecimento de água potável. A fase de cadastramento já foi encerrada, com sucesso, e a Águas de Palhoça está concluindo a fase das ligações domiciliares.

Também na comunidade Alto Bela Vista, mais popularmente conhecida como “Rodeio”, a empresa Águas de Palhoça realizou ampliações de rede, necessárias a uma melhor prestação de serviço, para oferecer “um abastecimento confiável”. O cadastramento dos imóveis, que serão atendidos, encontra-se em fase final e a Águas de Palhoça já está passando para a etapa seguinte, realizando as ligações nos domicílios.

Com um detalhe importante: essas famílias, situadas em áreas consideradas carentes, contarão com o “benefício do cadastro de consumidor de tarifa social”. Vão pagar apenas dez a doze por cento do valor da tarifa normal.

DIRETRIZES DE INVESTIMENTOS

A Casan não vinha investindo conforme a demanda exigia. A cidade tem menos de um por cento de esgoto tratado e esse inexpressivo percentual, é uma conquista da iniciativa privada, sem a participação da Casan. A Águas de Palhoça traçou “diretrizes de investimentos”, conforme explica o engenheiro Carlos Alberto Fernandes. O que ele trata como “projetos inadiáveis”, vai definir uma nova estratégia no quesito saneamento básico, em Palhoça.

Cita, por exemplo, o “projeto, em definitivo, para a Baixada do Maciambu, região sem água tratada, que se encontra em fase final na Caixa Econômica Federal, e que prevê investimentos da ordem de vinte milhões de reais. Numa primeira etapa, serão aplicados doze milhões de reais, com recursos do Orçamento Geral da União, da ordem de 50 %, sendo que a outra parte fica sob a responsabilidade da Prefeitura Municipal.

Já no Bairro Brejarú, outra comunidade carente, será implementado um projeto, “em termos de atendimento social, é da maior importância”, frisa Carlos Alberto. O projeto, a ser financiado com recursos da Caixa Econômica, visa “a recuperação e a revitalização de todo o sistema de esgoto tratado, no bairro”. Vale lembrar que, quando da implantação do conjunto habitacional, pela Cohab, foi também instalada uma estrutura completa de esgoto. Passados alguns anos, por falta de manutenção e até de operação, “a estação de tratamento está completamente abandonada e deteriorada”, denuncia o gestor da Águas de Palhoça.

Também está previsto, para breve, “um volume considerável de recursos, para a revitalização da comunidade Frei Damião”, considerada a mais carente de Palhoça. O projeto tem sua origem na Prefeitura.

UMA “BOMBA” SOB A CIDADE

Existe uma adutora de 450 mm, que é uma verdadeira “bomba” hidráulica, sob a área central de Palhoça. O gestor da Águas de Palhoça, cita, como extremamente grave, o fato de essa adutora cortar a cidade, sob as estruturas de vários prédios. Para evitar os iminentes riscos de acidentes, ou, no mínimo, incidentes desagradáveis, a empresa vai fazer o desvio, a retificação dessa adutora, para um outro traçado, acompanhando a rua vicinal, paralela à BR-101.

Carlos Alberto Fernandes revelou, ainda, que a empresa Águas de Palhoça está terminando o termo de referência, para a contratação do projeto do sistema de esgoto sanitário de toda a região central de Palhoça”. O administrador acredita que, “ao longo do mês de maio, já teremos o edital de licitação, para contratação da empresa, que vai fazer o projeto”.

ÁGUAS DE PALHOÇA E CASAN

Águas de Palhoça e Casan. Quem é quem, nesse emaranhado de atividades, uma verdadeira teia de canos e de detalhes jurídicos? Carlos Alberto admite que “existem pontos conflituosos, entre as duas empresas, mas que podem e devem ser resolvidos, para o bem do serviço prestado à comunidade”, justifica.

Do ponto de vista operacional: a Casan continua captando e tratando a água, enquanto que a Águas de Palhoça se responsabiliza pela distribuição. A Estação de Tratamento de Água da área central de Palhoça, conhecida pela sigla ETA, continua localizada no Morro dos Quadros, no Aririú.

MUNICIPALIZAR A ETA

A Prefeitura, que já municipalizou a distribuição, pretende também municipalizar a captação e tratamento da água? Carlos Alberto respondeu diretamente, sem rodeios. Seguindo um veio de raciocínio, defendido pelo próprio prefeito Ronério Heiderscheidt, o gestor disse que, “com certeza, a Águas de Palhoça vai buscar a sua solução completa”.

Essa solução, para se completar, passa necessariamente pela coleta, tratamento e distribuição de água. E, coleta, transporte e tratamento de esgoto, complementa Carlos Alberto. “A Prefeitura tem o seu cronograma, que será colocado em prática”, afirmou. Isso deixa a Casan, literalmente, com as barbas de molho.


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A OMISSÃO DA CASAN, EM 30 ANOS, COMPROMETEU O DESENVOLVIMENTO DE PALHOÇA

DURANTE TRÊS DÉCADAS, a Casan explorou – literalmente, somente explorou – os benefícios de um contrato com a Prefeitura Municipal, que findou em 2007, e que o prefeito Ronério Heiderscheidt, mesmo formando fileira política com o governador do Estado de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, optou em não renovar.

Vale ressaltar, que o Estado é o maior acionista da Casan. Nessa decisão, o prefeito contou com o aval da Câmara de Vereadores, que, por maioria dos votos, decidiu pela municipalização dos serviços de água e esgoto.

Nos mais de 30 anos de vigência do contrato, a Casan investiu muito pouco na distribuição de água potável – tanto é que a Região Sul de Palhoça, onde estão praias como Pinheira, Sonho, Ponta do Papagaio e Guarda do Embaú, algumas delas conhecidas internacionalmente –, o saneamento é praticamente zero.

Nos balneários Ponta do Papagaio e Praia do Sonho, além de toda a região conhecida como Baixada do Maciambu, os moradores e visitantes captam água de péssima qualidade, no subsolo, através de ponteiras, que disputam espaço com as fossas de esgoto. Uma mistura nada agradável, que oferece sérios riscos à saúde pública.

No Balneário Ponta do Papagaio, a Casan não instalou um metro de cano, em 30 anos

Foto: Baby Espíndola


Guarda do Embaú, um paraíso que encanta nativos e turistas, sem rede de esgoto tratado

Foto: Baby Espíndola

Até a região central da cidade foi abandonada pela Casan. Palhoça tem menos de um por cento de esgoto tratado, e o serviço existente foi implantado pela iniciativa privada, no Condomínio Residencial Pedra Branca e Loteamento Madri. Uma cidade, com quase 150 mil habitantes, em fase de expansão, atraindo dezenas de investimentos de vulto, com notável vocação ao turismo, não poderia continuar dependendo de uma empresa que se pauta pela omissão.

Baby Espíndola


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COMENTÁRIO:

Data:

Fri, 2 May 2008 15:31:28 -0700 (PDT)

De:

"Marcos de Freitas"

Para:

babyespindola@yahoo.com.br

Assunto:

[BABY ESPÍNDOLA REPÓRTER] PALHOÇA / REP ORTAGEM ESPECIAL tem um comentário novo.

Marcos de Freitas deixou um novo comentário sobre a sua postagem "PALHOÇA / REPORTAGEM ESPECIAL":

Parabéns pela entrevista e matéria sobre a Águas de Palhoça. Muito esclarecedora e importante para a comunidade.

Freitas

(Antônio Marcos de Freitas é Diretor Executivo do jornal Primeira Folha)


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