sábado, janeiro 24, 2009

INSPIRAÇÕES DO PREFEITO RONÉRIO, NA TERRA DE BARACK OBAMA

Em viagem de dez dias aos Estados Unidos, talvez inspirado pelos bons fluídos do carismático Barack Obama, o prefeito de Palhoça, Ronério Heiderscheidt (PMDB), passou a produzir idéias geniais, na área do saneamento e, também, com o objetivo de atacar a poluição visual.

Através da Assessoria de Imprensa, mandou avisar que pretende deflagrar uma operação de despoluição visual, definindo onde, quando e como devem ser instalados outdoors, placas e painéis, na cidade. Uma boa medida,visto que o município, que mais cresce na Grande Florianópolis, precisa, urgentemente, de normas de disciplina em várias áreas. A poluição visual, com placas, cartazes, faixas, essas escritas de qualquer jeito, precisa ser atacada, com coragem.

Inclusive, recomendo que qualquer produto de comunicação visual, antes de ser instalado, que seja inspecionado por técnicos capacitados do poder público. Para evitar os insanos ataques cometidos contra a língua portuguesa. Qualquer criatura tosca, da escola cultural Lulalá-da-Silva, armada com spray, pincel ou até carvão, produz peças de comunicação visual, sem nenhuma regra. Verdadeiras aberrações, atentados à cultura e ao bom senso.

Para colocar em prática as novas regras de despoluição visual, o prefeito Ronério vai enviar, à Câmara, em fevereiro, “um projeto de lei, para regulamentar a colocação de outdoors, placas e painéis na cidade”. É claro que os vereadores deverão aprovar, sem dificuldades, essa boa iniciativa do Executivo.

Ainda na terra, agora de Barack Obama, o prefeito Ronério busca inspiração para dar um tratamento mais adequado aos resíduos sólidos, produzidos em Palhoça, que hoje são transportados para Biguaçu. “Um destino ecologicamente correto para o lixo doméstico e industrial do município”, para ser mais exato. Vai seguir orientação dos técnicos norte-americanos, para os quais, o lixo urbano não é considerado como um problema, mas, sim, riqueza.

Sem dúvida, as inspirações em terras americanas estão influenciando o prefeito de Palhoça. Paralelamente aos anúncios de moralidade pública, feitos pelo primeiro presidente negro norte-americano, que inclusive congelou os salários dos principais assessores, o alemão Ronério (um “branquelo”, diriam alguns negros), também anuncia, via telefone e e-mail, aquilo que chama de “enxugamento da máquina”.

Segundo informações do prefeito, do orçamento 2009, da ordem de 200 milhões de reais, haverá uma reserva de onze por cento, para investimentos.

Nós, os mortais, que não temos o privilégio de passar dez dias na terra de Obama, estamos torcendo para que, diante da Estátua da Liberdade, Ronério Heiderscheidt encontre, também, inspiração para resolver outro problema gravíssimo.

E-mail que recebi, da Associação dos Caranguejos Atingidos pela Poluição, denuncia, com veemência, a falta de atenção para a questão esgoto. Dia e noite, mais de 130 mil palhocenses urinam e defecam em redes improvisadas de esgoto, inclusive a pluvial, produzindo um caldo escuro e fedorento que, através de canais, valas e rios, escorre para a Baía Sul. Menos de um por cento do esgoto de Palhoça recebe tratamento.

A poderosa Águas de Palhoça, a marca de fantasia, testa de ferro jurídica de outra empresa, que deveria investir no tratamento de esgoto, em Palhoça, não esta cumprido suas metas, conforme o prometido. A Prefeitura não renovou contrato com a Casan, alegando que a estatal não investia em obras de saneamento. Mas a Águas de Palhoça também não vem investindo.

Que o prefeito Ronério se inspire sob a Estátua da Liberdade, e, ao retornar a Palhoça, possa, finalmente, detectar que aquele caldo escuro, que escorre para o mar, não é água. É qualquer outro produto de composição química muito suspeita. Mas, água não é mais.

domingo, janeiro 18, 2009

MAIS CINCO ATRAÇÕES DIVERSIFICAM PROGRAMAÇÃO DA RÁDIO CAMBIRELA

A partir de segunda-feira, 19 de janeiro, mais cinco programas na Rádio Cambirela, alguns deles, com propostas bem ousadas.

Tarde Total Cambirela, com Rangel Valente, reserva espaço para a boa música, a conversa descontraída com os internautas, a notícia da hora, entrevistas com convidados especiais. Tarde Total Cambirela, de segunda à sexta-feira, das 13 às 14 horas.

Cambirela Mulher, com Luci Gonzaga, “a Guerreira da Flor”, das 17 às 18 horas, é outra boa atração. Uma viagem no trem do tempo, para fortalecer as lutas e revelar as conquistas das mulheres no Brasil e no mundo. Dicas de beleza, comportamento, etiqueta, sugestões. Entrevistas com convidadas especiais. Informação e música, com um desfile de grandes vozes femininas de todos os tempos.

Cambirela Afro Brasil, com Ricardo Leopoldino, o “Doutor Misticismo”, é outro bom programa. De segunda à sexta, das 19 às 20 horas, Cambirela Afro Brasil é uma viagem no tempo, entre o Continente Africano e o Brasil. O resgate da cultura, detalhes da culinária, a musicalidade que une os dois povos, a fé, a religião, o misticismo.

Cambirela Energia, com a participação especial do Consultor Técnico, Engenheiro Eletricista, Gilberto dos Passos Aguiar, é outra nova atração da Rádio Cambirela. Passos Aguiar analisa fenômenos da área energética, responde questionamentos dos ouvintes.





Gilberto dos Passos Aguiar analisa fenômenos da área energética e também responde questionamentos dos ouvintes.





Cambirela Entrevista - Também estou dando a minha contribuição nessa nova safra de programas. Cambirela Entrevista é mais um espaço para o jornalismo da Cambirela. De segunda a domingo, às 11 horas, estaremos abordando importantes temas, com destacados convidados. Cambirela Entrevista, compromisso com a verdade.

sexta-feira, janeiro 16, 2009

GOVERNO LULA ABRAÇA CRIMINOSO ITALIANO

Por muito esforço que se faça, mesmo assim, impossível é compreender algumas atitudes adotadas pelo Governo Brasileiro, no campo da diplomacia internacional. Episódios grotescos estão a arrazoar essa argumentação.

No mais recente deles, contrariando recomendação do Itamaraty, que optou pela extradição, o Ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu (ele, o ministro, com o aval de Lula da Silva) “status de refugiado político” para o criminoso italiano Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua, por vários crimes, inclusive quatro homicídios. Essa decisão pessoal de Tarso Genro está colocando Brasil e Itália em lados opostos da trincheira diplomática.

Alguns membros do governo petista agem por impulsos emocionais, motivados por ideologias. Difícil é aceitar que assuntos tão delicados sejam tratados por pessoas tão despreparadas.

Figuras destacadas do Governo Lula fazem valer, ao pé da letra, o velho ditado popular, segundo o qual, “os semelhantes se entendem”. Explico: O italiano Cesare Battisti, considerado um extremista de esquerda, cometeu vários crimes, na velha Itália, nos anos 70. No mesmo período, aqui no Brasil, alguns moços e moças – que, se hoje não estão com os cabelos brancos, é graças à boa tintura, talvez paga com cartão corporativo –, também assaltaram bancos, trocaram tiros com a polícia, praticaram seqüestros. E hoje estão no governo. Endeusados e fantasiados com os trapos da democracia.

Em resumo. Os semelhantes se atraem. Não só por ideologias. Também pelos crimes praticados. Assim sendo, aqueles que tiveram mais sorte e subiram ao pedestal do poder, passam a socorrer antigos “cumpanheiros”, “camaradas” de crimes e de ideologias.

Em seu favor, contam com um fato importante. A oposição ao governo petista é mais frágil que barata em galinheiro. Mas, há a imprensa, fiscalizando, ciscando nas gavetas oficiais e no lixo dos poderosos.

O que mais se estranha é que o presidente Lula Castro, Chávez, Morales da Silva, logo que o escândalo veio a público, correu em defesa do amigo Tarso Genro. Fez um pronunciamento, de maneira improvisada, usando uma camisa quadriculada, do tipo fantasia para parecer um “pobri”.

Afinal, por que tanto interesse do governo brasileiro, em contemplar um criminoso condenado à prisão perpétua, com o status de refugiado político? Inclusive, contrariando recomendação do corpo diplomático do Itamaraty.
Como se no Brasil já não tivéssemos bandidos de sobra. O Brasil é um celeiro do crime. Nossa safra de criminosos, tanto de tênis sujo, quanto de gravata importada, do tipo mensaleiros, é suficiente para abastecer o mundo todo, por vários anos.
Mas, amparar bandidos importados, é especialidade do Governo Lula. Devemos recordar do rumoroso caso, em que Francisco Antonio Cadena Collazos (conhecido como padre Olivério Medina, ou também "Cura Camilo"), delegado das Farc no Brasil, foi beneficiado com uma “proteção especial”, por ser casado com uma brasileira, que trabalha num ministério.

Medina foi preso em São Paulo, em agosto de 2005. Em 2006, o Comitê Nacional para Refugiados (Conare) concedeu a "Cura Camilo" o status de refugiado. Decisão que pesou bastante para o Supremo Tribunal Federal (STF) negar seu pedido de extradição para a Colômbia.

Se compararmos os dois casos – o status de refugiado político para o criminoso italiano e a “proteção especial”, concedida a Medina, das Farc –, com a postura nada diplomática, adotada no caso de dois pugilistas cubanos, ficamos mais perplexos ainda. Os atletas Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux, que desertaram da delegação cubana, durante os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio, foram expulsos do Brasil e atirados aos leões da família Castro.

Nesse episódio – lamentável, do ponto de vista diplomático –, ficou evidente o interesse pessoal do presidente Lula em agradar a Fidel Castro. Os dois boxeadores queriam proteção diplomática aqui no Brasil. Através de um processo de deportação cheio de falhas, Lula e Celso Amorim empurraram os cubanos de volta ao regime tirano dos ditadores Castro.

Já no caso do criminoso italiano... Bem, já afirmei: os semelhantes se entendem. E como se entendem.

sexta-feira, janeiro 02, 2009

VICE ASSUME PREFEITURA DE PALHOÇA. NAZARENO É O PRESIDENTE DA CÂMARA

A Câmara de Vereadores de Palhoça realizou duas sessões, na noite de primeiro de janeiro. Na Sessão Solene, marcada para as 20 horas, mas que começou com cerca de uma hora de atraso, foram empossados o prefeito reeleito, Ronério Heiderscheidt (PMDB), o vice-prefeito, Valmir Walmor Schwindem (DEM), e onze vereadores, dos quais sete foram reeleitos. Na sequência, outra sessão foi convocada, às 23h25min, para a eleição da Mesa Diretora, para o biênio 2009 / 2010.

Ronério disse que seu segundo mandato será “marcado pelo continuísmo, mas com algumas alterações, visando sempre o empreendedorismo”. Lembrou que, em sua administração, mais de 2.400 empresas se instalaram em Palhoça, o que elevou a receita, de 46 milhões de reais, para cerca de 200 milhões de reais.

Logo após ser empossado, para o segundo mandato, Ronério Heiderscheidt transmitiu o cargo ao vice-prefeito, Valmir Walmor Schwindem, o empresário "Valmir das Tintas, um fato inédito no município. Ronério é o primeiro prefeito reeleito em Palhoça.




O vice tenta sentir o peso da caneta, que recebeu de Ronério, para descobrir se tem tinta. Esse assunto, "Valmir das Tintas" conhece muito bem


Foto: Heverton Alessandro / Primeira Folha


A Sessão Solene, ou solenidade de posse, foi presidida pelo vereador mais velho, dentre os onze: Nazareno Martins.

UMA DISPUTA ACIRRADA, NA MADRUGADA

A disputa pela direção do Poder Legislativo de Palhoça foi bastante acirrada. Depois de um intenso debate de opiniões divergentes e duas interrupções, foi finalmente conclamado o resultado, já na madrugada de 2 de janeiro. Nazareno Martins (DEM) é o novo presidente da Câmara, para o biênio 2009 /2010.

Duas chapas – a “Chapa 1”, encabeçada pelo vereador Nazareno Martins (DEM) e a “Chapa 2”, tendo à frente o vereador Otávio Martins Filho (PMDB) – disputaram os onze votos, sob os olhos atentos de pelo menos duas centenas de munícipes, que permaneceram no plenário da Câmara, mesmo após o final da Sessão Solene. Ao final do processo de votação, que contou com discursos inflamados e até acusações, a Chapa 1 venceu por seis votos a cinco.

Embora a votação tenha sido secreta, sabe-se que, optaram pela Chapa 1, além dos membros da Mesa – o próprio Nazareno, Nirdo Artur Luz (Pitanta, DEM, vice-presidente), Isnardo Brant (PMDB, primeiro secretário), e Adelino Machado (Keka, PMDB, segundo secretário) – Cláudio Ari Leonel (Biriba, PSDB) e Ademir Farias (DEM).

Na Chapa 2 estavam, além de Otávio Martins Filho, os vereadores André Machado (PSDB), Nilson João Espíndola (PR), Arcendino José Cerino (Zunga – PR), e Leonel José Pereira (PDT). Eles somaram cinco votos. O sexto voto, do chamado G-6, do vereador Pitanta, migrou para a Chapa 1.




Tavinho (votando) e o G-6, que, sem Pitanta, se transformou em G-5


Fotos: Heverton Alessandro / Primeira Folha










A decisão do vereador Pitanta foi muito criticada, primeiro pelo colega Tavinho e, ao final da sessão, pelo novato Leonel José Pereira. Ambos qualificaram a decisão do veterano Pitanta como “uma traição, porque ele não honrou um documento que assinou”. Pitanta rebateu as críticas, argumentando que, por um período, emprestou apoio ao G-6, porque “não votaria no candidato do prefeito (Ronério), o vereador (Isnardo) Brant. Mas, depois, surgiu um fato novo. Eu não poderia votar contra o Nazareno, por vários motivos”, explicou. “Nossas esposas são primas-irmãs e o Nazareno abriu mão de uma candidatura a vice-prefeito, em meu favor. Isso gerou um compromisso”, afirmou. Detalhe: a candidatura de Pitanta não se consolidou. O vice de Ronério é o empresário Valmir.





Pitanta, na tribuna: "Eu não poderia votar contra o meu partido"



Foto: Heverton Alessandro / Primeira Folha


Porém, lembrou Pitanta, o fator decisivo foi a “posição do Diretório Municipal do DEM, que fechou questão em torno da candidatura do Nazareno. Eu não poderia votar contra o meu partido. É bom lembrar que os outros dois vereadores do PMDB não votaram no colega Tavinho, do mesmo partido”, ironizou.

“UM GRUPO INDEPENDENTE”

O G-6, agora esfacelado pela migração do vereador Pitanta para a Chapa 1, se autodenominava “um grupo independente”, mas não de oposição. Seus membros, quatro novatos e dois veteranos, queriam “mais autonomia”, em relação ao Executivo, e pretendiam eleger o presidente da Câmara de Palhoça. Porém, quando tudo parecia decidido, ocorreu aquilo que já era previsto. Uma reação do grupo ligado ao prefeito Ronério Heiderscheidt (PMDB).

De fato, seria difícil não acreditar numa reação. Afinal, os onze vereadores, eleitos e reeleitos, são filiados aos partidos da base de sustentação, ou seja, formam o grupo que elevou Ronério ao status de primeiro prefeito reeleito de Palhoça.

A mobilização que, ao que tudo indica, sepultou as ousadas pretensões do G-6, tornou-se realidade, na sexta-feira, 26 de dezembro. Ao final de um demorado encontro, o Diretório do Democratas fechou questão em torno do nome do vereador Nazareno Martins (DEM), como candidato de consenso, na sucessão de Nirdo Artur Luz (Pitanta, DEM). Na mesma reunião, ficou bem claro: os três vereadores do DEM, inclusive Pitanta, que ameaçava com uma rebeldia, deveriam votar na candidatura, que mais tarde foi oficializada como Chapa 1.

Inicialmente, o grupo liderado pelos três vereadores do DEM apoiaria o vereador Isnardo Brant (PMDB), aparentemente, o preferido do prefeito Ronério e seus principais aliados. Mas, por diversos fatores, diante da necessidade de unir o grupo, em torno de um candidato de consenso”, conforme explicaram as lideranças do DEM, surgiu o nome do veterano Nazareno Martins.

A decisão do DEM, de lançar candidato, significou um balde de água fria nos planos do Grupo dos Seis. Sem o voto do vereador Pitanta, Otávio Martins Filho (Tavinho, PMDB) e os quatro novatos – André Machado (PSDB); Nilson João Espíndola (PR); Arcendino José Cerino (Zunga – PR); e Leonel José Pereira (PDT) – não conseguiram a maioria (seis votos), para eleger o presidente. Que seria Tavinho.



Antes da votação, era visível o clima de tensão entre os vereadores

Foto: Heverton Alessandro / Primeira Folha


Antes da votação, que terminou já na madrugada do dia 2, a sessão foi suspensa duas vezes, quando foi proposto, ao grupo da Chapa 2, a migração de membros para a Chapa 1, “como maneira de se encontrar o consenso, o que tentamos de todas as formas”, conforme explicou Nazareno Martins. Mas eles preferiram “bater chapa”, como declarou Tavinho em plenário.


NAZARENO E A PROPORCIONALIDADE POSSÍVEL







Nazareno: “Família legislativa” em busca do consenso

Foto: Heverton Alessandro / Primeira Folha

Essa posição, segundo Nazareno Martins, derruba a tese de que a regra da proporcionalidade dos partidos na Mesa Diretora fora quebrada. A diretoria do Legislativo de Palhoça foi composta por dois vereadores do DEM (presidente e vice) e dois do PMDB, primeiro e segundo secretário. “Não podemos obrigar os outros partidos (PSDB, PDT e PR) a fazer parte da nossa chapa”, disse Nazareno. No caso, a proporcionalidade fica na base do “tanto quanto possível”. Mesmo assim, membros da Chapa 2 ameaçam recorrer à justiça.

A Mesa Diretora da Câmara de Palhoça, para o biênio 2009 / 2010, ficou assim composta: Nazareno Martins (DEM), presidente; Nirdo Artur Luz (Pitanta, DEM), vice-presidente; Isnardo Brant (PMDB), primeiro secretário; Adelino Machado (Keka, PMDB), segundo secretário.




A Mesa Diretora: Isnardo Brant, Pitanta, Nazareno Martins e Adelino “Keka” Machado

Foto: Heverton Alessandro / Primeira Folha

VETERANO NO SEXTO MANDATO

Nazareno Martins, 56 anos, casado com Luci Pagani Martins, três filhos, já presidiu a Câmara em cinco oportunidades. Conquistou o primeiro mandato em 1976. Além de vereador, também foi vice-prefeito e secretário municipal.

Na noite de primeiro de janeiro, Nazareno propôs “a união da família legislativa”, como forma de eliminar desentendimentos resultantes do processo de escolha da Mesa Diretora. Prometeu lutar pela “regularização fundiária”, defendeu a realização de “audiências públicas nas mini-regiões”, e a criação da TV Câmara, viabilizando “uma maior transparência aos temas em debate”.

quinta-feira, janeiro 01, 2009

RÁDIO CAMBIRELA TRANSMITE A POSSE DO PREFEITO, VICE E VEREADORES DE PALHOÇA

A Rádio Cambirela, que acompanhou toda a cerimônia de diplomação, na tarde de 12 de dezembro, no prédio da Câmara, no Loteamento Pagani, também vai transmitir o ato de posse do prefeito, do vice e dos vereadores eleitos de Palhoça, para o período legislativo 2009 / 2012.



Jornalista Baby Espíndola, entrevista o vereador Pitanta, um veterano de oito mandados
Foto: Heverton Alessandro / Primeira Folha


A transmissão começa às 19 horas, relatando tudo o que acontece nos bastidores, antes do ato oficial. Dois blocos políticos estão tentando se firmar, para conquistar a maioria dos votos (seis), para consolidar o nome do presidente da Mesa Diretora, para o biênio 2009 / 2012.

De um lado, o G-6, formado por dois veteranos e quatro vereadores novatos, tenta formar um bloco mais independente, em relação ao Executivo personalístico, comandado pelo prefeito reeleito, Ronério Heiderscheidt (PMDB).

De última hora, como carta na manga, uma reação do grupo liderado por Ronério, surge a candidatura de Nazareno Martins, imposta pelo DEM, com o apoio da bancada do PMDB. (Leia matérias sobre esse assunto).

O veterano Nirdo Artur Luz (Pitanta, DEM), eleito para o oitavo mandato consecutivo, é o coringa, nesse jogo de poder. Se firmar posição na trincheira do DEM, desarticula o G-6, que passa a contar com Otávio Martins Filho (Tavinho, PMDB), e os estreantes André Machado (PSDB), Nilson João Espíndola (PR), Arcendino José Cerino (Zunga – PR), e Leonel José Pereira (PDT). Portanto, somente cinco votos, numa Câmara de onze cadeiras.

Há que se reconhecer, ainda, a habilidade de um principiante na política palhocense, o advogado Camilo Pagani Martins. Na função legal de vice-presidente do DEM, o jovem Camilo foi de fundamental importância na costura do acordo, que deverá indicar o nome do presidente do Legislativo. (Tem matéria detalhada nesse blog).

Para dinamizar ainda mais a transmissão, a Rádio Cambirela vai contar com os trabalhos de reportagem do jornalista J. Bulin. Baby Espíndola estará na coordenação dos trabalhos. A Cambirela também acompanha a cerimônia de posse do prefeito Djalma Berger (PSB) e vereadores de São José.

VICE-PREFEITO ASSUME PREFEITURA DE PALHOÇA, POR QUINZE DIAS

Logo após ser empossado, no cargo de prefeito, para o segundo mandato, Ronério Heiderscheidt (PMDB) deverá transmitir o cargo ao vice-prefeito, Valmir Walmor Schwindem (DEM).



Vice-prefeito Valmir Schwinden, com o juiz Vilmar Cardozo: prefeito por quinze dias

Foto: Heverton Alessandro / Primeira Folha

A fonte da informação é a Assessoria de Imprensa da Prefeitura, que afirma que Ronério pretende “se afastar por quinze dias da Prefeitura de Palhoça”. Esse é um fato inédito. Pode ser traduzido como prestigiamento ao empresário “Valmir das Tintas”, um estreante na política.

A solenidade de posse do prefeito será conduzida pelo vereador mais velho, dentre os onze: Nazareno Martins. A cerimônia será realizada, às 20 horas do dia primeiro de janeiro, na Câmara de Vereadores, no Loteamento Pagani.

NOVOS E ANTIGOS POLÍTICOS. ANTIGOS E NOVOS DESAFIOS

A responsabilidade dos novos governantes e legisladores, para o período 2009 / 2012, vai além dos ensinamentos da cartilha formal. A Região Metropolitana de Florianópolis precisa se preparar para enfrentar graves desafios.

O sistema viário é ultrapassado, incapaz de acolher os milhares de veículos que, mensalmente, são despejados nas ruas. O transporte público, que poderá reduzir o caos no trânsito, é outro desafio a exigir soluções. A Saúde Pública, nem de longe, consegue amenizar o sofrimento da população. A Educação prioriza a quantidade de alunos matriculados, em detrimento da qualidade do ensino.

E, o pior dos problemas, a criminalidade, é um monstro errante, descontrolado e ensandecido. A violência precisa muito mais do que discurso e retórica. Exige investimentos e ações rigorosas dos administradores públicos e legisladores.

O saneamento básico, como plataforma para eliminar os riscos de enchentes e deslizamentos, está, desde agora, cobrando mais planejamento e medidas preventivas.

Para discorrer, breve e superficialmente, sobre esse tema, tomo emprestadas algumas palavras do juiz eleitoral, Vilmar Cardozo , pronunciadas, em tom de aconselhamento, na cerimônia de diplomação dos eleitos, em 12 de dezembro.


Prefeito Ronério, recebe o diploma do juiz eleitoral, Vilmar Cardozo: reflexão para o futuro.

Foto: Heverton Alessando / Primeira Folha

Do magistrado, em seu discurso nada econômico em metáforas, partiu um sutil recado, aos poderes Executivo e Legislativo. Citando a tragédia das enchentes e deslizamentos – que resultaram, até agora, em mais de 130 vítimas oficialmente confirmadas, e causaram prejuízos incalculáveis, aos catarinenses –, o juiz Vilmar Cardozo lembrou “a responsabilidade de quem exerce uma atividade pública”, no sentido de planejar, de exercer a autoridade legal, para evitar ocupações irregulares às margens de rios, valas e encostas.

Faz sentido, sua advertência. No Vale do Itajaí, muitas das vítimas fatais e alguns milhares de desabrigados e desalojados, são membros de famílias que migraram das várzeas e baixadas – onde sofreram duras perdas com inundações –, para as encostas. Ocorre que, no Vale do Itajaí, como nas demais cidades catarinenses e brasileiras, por extensão, não há um rigoroso planejamento, para definir a ocupação do solo.

Para não adotar medidas consideradas antipáticas, o que pode significar a perda de votos, as autoridades fazem vistas grossas à desordem de loteamentos, alguns até clandestinos, que nas últimas décadas proliferaram nas margens de rios, valas e nas encostas. Aqueles que evitam tomar medidas antipáticas, impedindo tais loteamentos e construções, agora contabilizam as perdas e ajudam a recolher os cadáveres, dentre os escombros, lama e entulhos.

Que as autoridades de Palhoça, do Executivo, do Legislativo e do Ministério Público tenham aprendido uma lição, com a tragédia que enlutou Santa Catarina, e que, a partir do aconselhamento do juiz Vilmar Cardozo, agendem projetos e ações. O juiz Cardozo, foi discreto, mas transmitiu um importante recado.

NAZARENO MARTINS É O CANDIDATO DE CONSENSO PARA O LEGISLATIVO DE PALHOÇA

Durante quase um mês, o G-6, um grupo dissidente, mas não de oposição, reinou absoluto. Seus membros, quatro novatos e dois veteranos, queriam “mais autonomia”, em relação ao Executivo, e pretendiam eleger o presidente da Câmara de Palhoça. Porém, quando tudo parecia decidido, ocorreu aquilo que já era previsto. Uma reação do grupo ligado ao prefeito Ronério Heiderscheidt (PMDB).

De fato, seria difícil não acreditar numa reação. Afinal, os onze vereadores, eleitos e reeleitos, são filiados aos partidos da base de sustentação, ou seja, formam o grupo que elevou Ronério ao status de primeiro prefeito reeleito de Palhoça.

A mobilização que, ao que tudo indica, sepultou as ousadas pretensões do G-6, tornou-se realidade, na sexta-feira, 26 de dezembro. Ao final de um demorado encontro, o Diretório do Democratas fechou questão em torno do nome do vereador Nazareno Martins (DEM), como candidato de consenso, na sucessão de Nirdo Artur Luz (Pitanta, DEM).

O vice-presidente do Diretório Municipal do DEM, o advogado Camilo Pagani Martins, revelou que, antes da reunião decisiva, “fizemos várias consultas aos demais partidos”. Em princípio – revelou – o candidato do grupo seria o vereador Isnardo Brant (PMDB), aparentemente, o preferido do prefeito Ronério e seus principais aliados. Mas, “por diversos fatores”, conforme explicou Camilo Martins, “diante da necessidade de unir o grupo, em torno de um candidato de consenso”, surgiu o nome do veterano Nazareno Martins.


Nazareno Martins, candidato de consenso

Foto: Heverton Alessando / Primeira Folha



Camilo Martins revelou, ainda, que é determinação do Diretório, que os três vereadores do DEM votem no “nome de consenso escolhido”, em primeiro de janeiro. Essa recomendação inclui o vereador Pitanta, até então considerado um rebelde, que formaria trincheira com o G-6.

Procurado pela reportagem, no final da tarde de terça-feira, 30, Pitanta confirmou seu apoio à candidatura Nazareno Martins. E justificou: “Não posso votar diferente. Afinal, o DEM fechou questão, para apoiar o Nazareno, que inclusive tem o apoio do PMDB. Minha posição é de apoio à decisão do Diretório do DEM. Nazareno Martins é um bom nome”, afirmou Pitanta.

A decisão do DEM, de lançar candidato, significou um balde de água fria nos planos do Grupo dos 6. Sem o voto do vereador Pitanta, Otávio Martins Filho (Tavinho, PMDB) e os quatro novatos – André Machado (PSDB); Nilson João Espíndola (PR); Arcendino José Cerino (Zunga – PR); e Leonel José Pereira (PDT) – não têm maioria para eleger o presidente. Que seria Tavinho.

Inicialmente, segundo informou Camilo Martins, Tavinho foi convidado a fazer parte da Mesa Diretora, mas, como tentou resistir na tarefa de recuperação do G-6, acabou ficando de fora da composição. “O Tavinho é um amigo, um parceiro”, disse Camilo, que acredita que “ele (Tavinho) vai apoiar o nosso grupo”. Para que Tavinho tome assento à Mesa Diretora, alguém (Pitanta, Brant ou Keka) terá que desistir do posto. Tudo é possível.

Ainda segundo informações do vice-presidente do DEM, a chapa de consenso, encabeçada pelo vereador Nazareno, conta com “o apoio do prefeito Ronério”.

Se o acordo for mantido até a noite de primeiro de janeiro, a Mesa Diretora da Câmara de Palhoça, para o biênio 2009 / 2010, ficará assim composta: Nazareno Martins (DEM), presidente; Nirdo Artur Luz (Pitanta, DEM), vice-presidente; Isnardo Brant (PMDB), primeiro secretário; Adelino Machado (Keka, PMDB), segundo secretário.

MOBILIZAÇÃO DO DEM DESARTICOU OS PLANOS DO G-6, EM PALHOÇA

A proposta do G-6, para a composição da Mesa Diretora da Câmara, se descortinava como um cenário nada promissor, para as pretensões do prefeito Ronério, reeleito com mais de 73 por cento dos votos válidos.

Fato é que, se a sementinha lançada à terra fértil da dissidência germinasse, o G-6 poderia crescer como uma árvore robusta, capaz de provocar alguma sombra nos sóis da Nova Palhoça. Na verdade, a posse do prefeito reeleito, do vice estreante (Valmir Walmor Schwindem, DEM), e dos onze vereadores, significa muito mais do que o ato formal deixa transparecer. Muito mais está em jogo. É a sedução do poder.

Alguns dos membros do G-6 insistem em afirmar que não se trata de um grupo de oposição ao prefeito Ronério. Porém, tudo indica que, no segundo mandato, o prefeito Ronério, que não enfrentou oposição até agora, poderia, sim, tropeçar em algumas dificuldades, no relacionamento com o Legislativo. Isso, se vingar o projeto do G-6, o que parece impossível. Diziam os “amotinados”, que o G-6 deveria “ agir com autonomia em relação ao Executivo”.

Mesmo não sendo um grupo de oposição, pois seus membros ajudaram a eleger Ronério, com certeza, mudaria o modelo de relacionamento entre o Legislativo e o Executivo.

Há que se admitir que eleição para a presidência do Poder Legislativo, em qualquer estágio, é sempre um ponto de interrogação. O mais sensato, mesmo, é esperar a contagem dos votos, em primeiro de janeiro.