sexta-feira, junho 28, 2013

POR IDEOLOGIA, POLÍTICOS PROTEGEM MENORES DELINQUENTES




A tese da redução da maioridade penal vem esbarrando nas muralhas vermelhas do Planalto

Um delinquente de 13 anos foi preso (dizer que foi apreendido, é frescura), na noite de quarta-feira, 26 de junho, armado com uma pistola 7.65, com silenciador. Quem anda nas ruas, com uma arma desse tipo, ‘tá pro crime’.

Na casa onde ele tentou se esconder, no bairro Costeira, em Florianópolis, policiais militares encontraram um quilo de maconha, balança de precisão, e cocaína de bicarbonato de sódio, para engordar o “pó”. Detalhe relevante: está foi a 13ª. detenção do menor, num curto espaço de tempo. 

A PM gastou combustível, para transportar o traficante até a 6ª. DP, a delegacia criada para amparar crianças vítimas da violência, mas que também protege menores bandidos. Policiais, que poderiam se ocupar em outras atividades, perderam tempo fazendo relatórios. Porém, o delinquente foi liberado. Deixou a delegacia antes dos policiais, que lá ficaram “presos”, envolvidos com a burocracia. Voltou para o mundo do crime, porque o Estado não tem um local para deter menores infratores.

Mas, vamos encontrar um lugar, sim. Vão, aqui, algumas sugestões. Que tal hospedar o bandidinho na Casa D’Agronômica, onde mora, pomposamente, o governador Raimundo Colombo? Talvez o garoto possa ocupar um quarto de hóspede, na moradia do Secretário de Segurança, César Grubba. Quem vai adorar hospedar o menor traficante é a secretária de Justiça, Ada De Luca. Ada e Grubba estão ocupando cargos errados. Deveriam ser assistentes sociais, ou militantes dos direitos humanos.

Mas, esse não é um “privilégio” de Santa Catarina. É um grave problema nacional. E deveria ser uma das principais bandeiras das mobilizações. Mas, infelizmente, as vozes das ruas pouco falam sobre a redução da maioridade penal, e sobre o destino que devemos dar aos menores infratores, alguns deles, bandidos sanguinários, perigosos.

Não importa que destino o Estado / Nação venha a oferecer aos milhões de menores, que praticam crimes mais violentos que muitos bandidos adultos. O que não se pode concordar, é que eles continuem soltos, aterrorizando, matando, roubando, assaltando, estuprando, sequestrando. Queimando pessoas vivas, atirando no peito ou na cabeça de crianças, no colo dos pais. Assassinando para roubar um celular. É um terrorismo que está deixando a população enjaulada, trancada atrás de muralhas, olhando para o sol por detrás das grades de portas e janelas.

O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deveria sentir vergonha, quando se posiciona contrário à discussão sobre a redução da maioridade penal. A presidente Dilma Rousseff também não tem o direito de proteger menores bandidos, enquanto abandona o povo aterrorizado. Quando se posicionam, ideologicamente, em defesa dos delinquentes, Dilma e Cardozo não estão sensibilizados por causas humanitárias. É militância política. O crime dá votos. Bandidos de 16 anos votam e fazem campanha. Preferencialmente, para o PT, de armas nas mãos, em comunidades carentes.

Três projetos de lei estão tramitando, lentamente, no Congresso. Mas, há anos, a tese da redução da maioridade penal vem esbarrando nas muralhas vermelhas do PT. Lula da Silva e Dilma Rousseff, os guardiões do templo da imunidade, se mostram irredutíveis.

Atitudes confusas, motivadas por ideologias político-partidárias, prejudicam a Nação e geram uma sensação de impotência, um desânimo doentio. Paralelamente ao ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente – e outras vertentes, criados para garantir privilégios de minorias, nasceu e floresceu o IBI – Instituto Brasileiro da Impunidade. 

Quero dizer, a essas autoridades delicadas que, quando o ECA foi editado, em 13 de julho de 1990, o perfil dos infratores era bem diferente. As crianças da época furtavam frutas do vizinho e jogavam pedras em beija-flor. Ainda tinham um resquício de disciplina e obedeciam às regras dos pais e da escola. Hoje, os alvos das “crianças e adolescentes” são outros.

Quanto à questão de alojamento, o Palácio do Planalto e o Ministério da Justiça, certamente, têm centenas de acomodações para abrigar menores bandidos. Se Dilma, Lula e Cardozo  gostam tanto deles, que os levem para seus palácios. Porque, nas ruas, os brasileiros não os aceitam mais.

[Baby Espíndola]


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terça-feira, junho 25, 2013

A TIA SURDA TENTA CALAR AS VOZES DAS RUAS



O encontro com a presidente foi um monólogo. Os governadores e prefeitos permaneceram submissos, calados, como passarinhos na muda da pena

O grito do povo começou como o miado de um gatinho delicado, se transformou em uivo uníssono de uma alcateia de lobos e hoje já é o rugido de um leão com fome de justiça e dignidade.

Mas, a turma de Brasília – incluindo aqueles e aquelas com know-how em terrorismo, seqüestro, assaltos a bancos, entre outros crimes – insiste em não escutar as vozes das ruas. Em resposta, às muitas reivindicações, que pautam mudanças nas áreas de saúde, educação, transporte público e segurança, a guardiã do templo da corrupção acenou com propostas absurdas, praticamente impossíveis de serem alcançadas, justamente porque o vírus do mal continua intocado.

Para fazer uma suposta reforma política, a tia surda encheu o peito, como gaúcho de fronteira, e anunciou um plebiscito. Um plebiscito, que deverá desaguar numa constituinte, até pingar gostas reformistas. É um caminho muito longo e dolorido a ser percorrido. A consulta popular já está nas ruas, de forma voluntária. O povo já se manifestou. Desde crianças até senhores e senhoras de cabelos brancos se juntaram aos jovens, para protestar. E deram o recado, disseram o que querem. Não precisa plebiscito. O mais grave é que a convocação de uma constituinte não é atribuição da Presidência da República. Ninguém avisou Dilma Rousseff.

Os palacianos se esqueceram que a Constituição Brasileira é taxativa ao vetar a possibilidade de convocação de uma Constituinte, com finalidade específica: a reforma política. E que a proposta de plebiscito, para a tal Constituinte, tem de ser feita por meio de decreto legislativo, apresentado, unicamente, por deputados ou senadores. Ficou claro, então: a ideia palaciana é ganhar tempo. Tentar calar as ruas, pelo cansaço.

A presidente está, na verdade, tentando ganhar tempo. Quer calar as vozes das ruas, com promessas mirabolantes. Fantasias sobre a destinação dos royalties do petróleo, o que equivale a um ovo futuro naquilo da galinha. Importação de médicos, de origem suspeita, para resolver os graves problemas de saúde. Por trás dessa “boa” intenção presidencial, está embutido o projeto do PT de introduzir médicos cubanos e trazer de volta petistas que estudaram em Cuba.

O problema da saúde pública não se resume à falta de médicos. Está na escassez de dinheiro. Com uma melhor remuneração, os médicos marcharão rumo às cidades do interior. Mas o SUS é vergonhosamente econômico na hora de remunerar.

O ponto mais positivo, anunciado por Dilma Rousseff, é a tentativa de transformar a corrupção dolosa em crime hediondo, inafiançável. Iniciativa que vem com décadas de atraso. Também merece destaque, o anúncio de investimentos de R$ 50 bilhões, em obras de mobilidade. Projeto velho, que estava incluso no pacotão sobre obras da Copa do Mundo de Futebol, que fora esquecido, e que agora ressurgiu das cinzas.

É triste, mas temos que admitir. O encontro com Dilma Rousseff foi um monólogo. Os 27 governadores e 26 prefeitos de capitais permaneceram calados, como passarinhos na muda da pena. Sorridentes e submissos, ouviram o longo discurso da tia surda, sem contestação. Muito conveniente. Raimundo Colombo (PSD), que tenta se aproximar do Planalto, até tentou botar um ovo, sentado, no joelho da tia. Colombo tem planos para navegar em águas mansas. 

Foram anunciados cinco pactos. Até pacto para ensopar pato foi lançado. Mas, sobre o pacto federativo, a redistribuição da renda, com um quinhão maior para os municípios, a presidente nem mesmo tocou no assunto. Embora tenha falado sozinha por mais de meia hora. Senhora, o povo tem medo de pactos. No primeiro mandato de Lula da Silva, um pacto se avolumou e deu origem ao mensalão. 

O que está ocorrendo é que as manifestações se avolumam, se multiplicam, por todo o país. Em alguns cenários, já parece ser uma revolução. Porém, a turma de Brasília, que ocupa os muitos palácios e o Congresso Nacional, parece insensível às vozes, aos rugidos das ruas.

Certamente, os insensatos e desonestos do Planalto nunca leram sobre a Tomada da Bastilha (Prise de la Bastille) e a Resolução Francesa de 1789. E ainda não se aperceberam que todo movimento de contestação tenta chegar aos palácios.

Baby Espíndola


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domingo, junho 23, 2013

AS MISTURANÇAS DE FUTEBOL E POLÍTICA

Os políticos oportunistas tiram proveito do futebol. O Brasil de chuteiras dá votos


Ao se manifestar sobre os trovões dos protestos, que sacodem o Brasil e ecoam no mundo, Carlos Alberto, o Parreira, chutou uma grande bobagem. Aos jornalistas, que babam jogadores, Parreira insistiu numa teoria estapafúrdia. Afirmou, com ufanismo verde-amarelo, que “futebol e política não se misturam”.

Ah, se misturam, sim. E muito. Na verdade, a política está embutida em tudo. Quando você oferece um sagrado pãozinho ao seu filho, lá está a desgraçada da política, sob a forma de impostos, política de produção e armazenamento do trigo, regras para cultivo, ou medidas regulatórias de importação.

Quando alguém presenteia uma criança, com uma bola de futebol – chegamos ao ponto, Parreira –, está pagando impostos embutidos, que tornam cada chute muito caro. Além disso, a empresa que produziu, a loja que vendeu a bola, pagaram pesados impostos, e também arcaram com encargos sociais que tornam a atividade mercadológica quase impraticável.

Então, veja, senhor Parreira. Até aqui, o roteiro cruza futebol com política, que podemos classificar como intromissão do Estado/Nação.

E, o senhor sabe muito bem, o quanto a política interfere no futebol. Durante a era do Governo Militar – ah, o senhor, com certeza, lembra muito bem! –, um presidente indicava jogadores para a Seleção Brasileira. A Wikipédia insinua que "o título (o tricampeonato) serviu de propaganda política, quando o país estava no auge da ditadura militar". Parreira era membro da comissão técnica.

O senhor Parreira também sabe muito bem o quanto os políticos oportunistas tiram de proveito, a cada quatro anos, com os resultados da Copa do Mundo. O Brasil de chuteiras dá votos. Por conveniência, a Copa Mundial coincide com o calendário eleitoral, para presidente da República e outros cargos eletivos. Muito conveniente, principalmente quando os canarinhos cantam em campo.

Então, senhor Parreira, está satisfeito? Agora, acredita que futebol e política se misturam? Se essa argumentação não foi suficiente para convencê-lo, pretendo acrescentar outros detalhes, para reavivar sua memória.

Conhece João Havelange? Ah, claro que conhece. Parreira foi guru dele, a partir dos anos 70, na CBD (Confederação Brasileira de Desportos) e, depois, na herdeira CBF, Havelange também opinava sobre um certo distanciamento entre futebol e política. Mas, soube, como poucos, tirar proveito da relação com os militares e com outros presidentes, que os sucederam. Um ensinamento que Parreira aprendeu, como bom discípulo. Pois também soube tirar proveito dos políticos, que gerenciam a política, que dita ordens para a CBF.

Pois muito bem, Parreira, Parreirinha, Parreirão, por fim, vou lhe lembrar um hino de reação: “Caminhando e cantando e seguindo a canção (...). Geraldo Vandré. Música proibida pela censura, no Governo Militar. Pois é. Naqueles tempos, eu rodava Vandré, numa rádio. Era só para provocar os órgãos de repressão. Também rodava canções campesinas do ativista político chileno, Victor Jara. Também só para discordar das regras impostas. Eu combatia o Governo Militar, no qual o senhor Parreira estava encostado.

Mas, os tempos mudaram. Hoje eu contesto atitudes do governo da republiqueta do mensalão. E você, Parreira, continua coladinho na CBF, no Governo Federal. É coordenador técnico da seleção. Mudaram os patrões, uma estrela vermelha tomou o lugar das estrelas douradas dos generais, e Parreira continua aproveitando todas as benesses, dessa mistura volátil e explosiva de futebol e política.


Viu, Parreira. Futebol e política jogam juntos. Então, deixa os jovens protestarem, contra as gastanças nos estádios, contra a corrupção. E não atrapalha. Carrega os sacos de bolas, com a marca da Fifa, e vai cantarolando esse refrão: "Quem sabe faz a hora / Não espera acontecer". E não diz bobagem, Parreira.
(Baby Espíndola)

sexta-feira, junho 21, 2013

A INVASÃO DA TURMA DA CUECA VERMELHA



Venceu “a voz das ruas”, um trovão, que sacode o chão e eleva o eco até as nuvens.



Manifestantes queimaram várias bandeiras do PT, em diversas cidades. 

A turma da cueca vermelha é mesmo sem vergonha, muito descarada. Além de tudo, dissimulada. Nas manifestações de quinta-feira, 20 de junho, em algumas das grandes cidades, militantes do PT se misturaram, acintosamente, entre os manifestantes. Antes, em outros protestos, os cueca vermelhas do PT agiram, sorrateiramente, ao lado de membros de partidos radicais, para provocar a desordem, depredação do patrimônio público e privado, saques e roubos.

É muita cara de pau. Os protestos visam o PT, principalmente porque Lula da Silva e a tia surda resolveram gastar bilhões de reais, em obras que não são prioritárias para o povo brasileiro. Negligenciaram a saúde, a educação, a segurança, o transporte público, apenas para citar algumas áreas, e investiram pesado em estádios suntuosos. Agiram como os tiranos da Roma antiga – pão e circo para o povo. Na versão brasileira, além de pão e circo, drogas, muitas drogas.

A tia surda não ouviu. O grito de guerra traduz uma só versão: se não tem dinheiro para hospitais, para escolas, como então apareceu uma dinheirama para gastar nos estádios do pão e circo? Em outubro de 2007, quando Lula da Silva arrastou a Copa da Fifa para o Brasil, a peso de ouro, sabemos, já havia uma estimativa de que o Mundial de Futebol do Brasil consumiria 5 bilhões de dólares, com a probabilidade de chegar a cifras bem maiores. (Com dados da Revista Veja). Cinco bilhões de dólares, ou mais de 10 bilhões de reais para a gastança nos estádios. Obras sob suspeita de superfaturamento. Mas, o povo quer é hospitais, com padrão de estádio, dizem os cartazes.

Consultei um engenheiro civil e um perito em licitações públicas, e questionei sobre o número de obras na área da saúde, possível de realizar com 5 bilhões de dólares. Sem cálculos rigorosos, por estimativa, chegou-se a conclusão de que poderiam ser erguidas e equipadas mais de 150 Upas – Unidades de Pronto Atendimento. Mais saúde para o povo, que morre nas filas dos hospitais, por falta de médicos, remédios e leitos.

A infiltração de baderneiros de cueca vermelha não deu o resultado esperado. Por isso, suas lideranças estão frustradas. A mídia soube separar o joio do trigo. Ficou bem claro o que é manifestação pacífica e ordeira e o que é baderna. Sabe-se que a banda honesta da Polícia Federal está investigando a origem da desordem, que tenta desqualificar as manifestações ordeiras e pacíficas.

Na verdade, a aparição repentina dos petistas foi uma estratégia muito mal planejada. Os cueca vermelhas (cuecas com dólares) se deram mal. Apanharam nos beiços, foram hostilizados, e as malditas bandeiras do mal arderam em fogo intenso, sob os aplausos de milhões de brasileiros e pessoas de boa fé, que assistiam pela televisão e pela internet, em outros países. Só não deu de ver onde os manifestantes enfiaram os mastros das bandeiras vermelhas. Mas, sabe-se que os petistas, humilhados, fugiram gemendo e choramingando, e foram se queixar ao vovô Lula.

O grande especialista em distúrbios sociais dos anos 70, repreendeu, duramente, os petistas baderneiros, pelo fracasso. Lula da Silva, quando fazia agitação, quebrava tudo, e depois costumava se refugiar numa grande igreja, em São Paulo, onde era consolado.

É claro, foi só uma coincidência. A decisão de introduzir os petistas, no seio das manifestações, foi adotada logo depois da reunião de Lula, a tia surda e o criador do kit gay, prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Se a ordem de introduzir os petistas nos protestos dos brasileiros, não partiu deles, o trio do mal nada fez para impedir. Alguém deu essa ordem envolta em cinismo. O que faz o PT numa manifestação que cobra posicionamento do próprio governo do PT?

Porém, felizmente, venceu “a voz das ruas”, a voz que a tia surda insiste em não ouvir. A voz das ruas é um trovão, que sacode o chão e eleva o eco até as nuvens.


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quinta-feira, junho 20, 2013

TIA DILMA TEM CERA NOS OUVIDOS

Por isso, não conseguiu ouvir, até hoje, “a voz das ruas”, que exige investimentos em saúde, educação, transporte, justiça e segurança.



Tia Dilma tem cera nos ouvidos. Só pode ser. Não há outro diagnóstico. E deve ser uma cera muito antiga, resistente, quase petrificada. Recomendo uma furadeira elétrica, para desobstruir os canais de audição da presidente da republiqueta dos mensaleiros.

Tá surda, a tia. Mais de 70 mil vozes se juntaram, no Estádio Mane Garrincha, para formar uma vaia estrondosa, em cinco atos seguidos, mas ela não escutou. Agora recomenda que todos ouçam “a voz das ruas”, fingindo que não é com ela.

E continua desinteressada, quando deveria ficar bem antenada. Porque o povo brasileiro está nas ruas, e não é para brigar por centavos. A população está sintonizada na gastança, nos bilhões que o Governo Federal está gastando na construção ou reforma de estádios de futebol. Obras suspeitas de superfaturamento. Lula da Silva e sua criatura, com know-how de guerrilha, tentaram iludir o povo com pão e circo. Futebol e bolsa voto.

O plano da turma da cueca vermelha (e dólares na cueca) deu errado. O povo está nas ruas, exigindo mais qualidade de vida, mais saúde, educação eficiente, segurança e justiça. E condenando a gastança, com obras que não são prioritárias. Estes são temas nacionais. Mas cada região agrega, à temática geral, suas próprias reivindicações. O balaio da insatisfação está cheio até as alças.

Tia Dilma tá surda. Ou finge que não ouve. Primeiro, ela se recolheu ao santuário palaciano, como pomba gira cansada e sem fé, para depois reaparecer com um rosário de conselhos. A “dama de ferro” de Brasília está recomendando, que os brasileiros ouçam “a voz das ruas”. Agradecemos pelo conselho.

E, como a tia tá surda, vamos passar o letreiro, para que ela possa ler o que diz “a voz das ruas”. As vozes das ruas, senhora presidente, clamam por respeito e dignidade. Coisa que a senhora, ministros, ratos do Congresso Nacional, a politicagem de forma geral, esqueceram.

Abre bem os olhos, senhora presidente. É para a senhora e seus comandados, que o povo está gritando palavras de ordem. Só para começar a lista, a “voz das ruas” exige o seu impeachment. E, não demora muito, vai aparecer um abaixo-assinado, para recolher cinco milhões de assinaturas. Missão nada difícil, diante do mar de gente, que caminha pelas ruas de várias cidades.

A reforma política, tantas vezes prometida e sempre adiada – senhora surda –, será uma das exigências do povo, ao final das mobilizações. Um novo pacto federativo, com certeza também será cobrado. Porque os brasileiros cansaram de pagar impostos, para sustentar a canalhada de Brasília. De cada cem reais, mais de 70 são desviados para o governo dos mensaleiros. É como na Roma antiga. Todas as províncias produzem para sua majestade. E, quando uma cidade precisa de dinheiro, para um serviço público, como por exemplo, para melhorar o transporte coletivo, o prefeito se veste de súdito da rainha e cavalga para Brasília.

Um novo pacto federativo, deve inverter a pirâmide da tributação. O maior volume da arrecadação, deverá ficar, no município, onde vive o cidadão, para investimentos em obras sociais. Aí, sim, teremos um país mais justo.

A Roma antiga sumiu em meio a um incêndio. Das cinzas, brotou a esperança de dias melhores. Esse império podre, escandaloso, instalado, pomposamente, no centro do Brasil, alicerçado em princípios de submissão e corrupção, precisa ruir. Não deve ficar pedra sobre pedra, conforme profetizou o Grande Filósofo. Que assim seja.

A VERDADEIRA MOTIVAÇÃO DA REVOLTA DE OUTONO

A explosão social, que tomou as ruas do Brasil, é resultado de anos de revolta e insatisfação


Cientistas políticos, sociólogos, profissionais de imprensa, todos estão teorizando, em busca de uma explicação lógica, que nos conduza a uma visão esclarecedora sobre a motivação das últimas manifestações públicas. Contudo, muitos, principalmente alguns profissionais de televisão, estão buscando explicações nas catracas do transporte coletivo, culpando os míseros centavos de aumento. Outros, ainda mais teóricos, estão se aventurando num labirinto de teorias que nada explicam. Na verdade mais confundem do que explicam.

Essa explosão social, que tomou as ruas e que torna difícil até mesmo uma reação das autoridades de segurança, é resultado de anos de revolta e inconformismo. Os centavos de aumento das passagens do transporte coletivo, é uma desculpa primária. Apenas um dos motivos, certamente o menos importante.

Há muitos anos, governantes e políticos em geral abandonaram a população, particularmente, a classe média. A classe média vem sendo massacrada, extorquida, explorada, arcando com a maior carga tributária do mundo. Mas sem contar com serviços essenciais de saúde, educação e segurança. Neste quesito, a violência invadiu as ruas, numa escalada jamais vista.

Os empresários vivem sufocados por uma avalanche de tributos e encargos sociais, além de juros extorsivos. Esse conjunto de fatores, somados à falência da malha viária, sucateamento de portos e aeroportos, que dificultam a exportação e a circulação da produção, está deixando a indústria brasileira sem condições de competir.

A classe média, empresários, profissionais liberais e outros segmentos da sociedade, estão produzindo para sustentar uma máfia, que tomou conta do Palácio do Planalto e se espalhou pelos ministérios, como erva daninha. No Congresso Nacional, quadrilhas – como aquela de Lula-lá e seus 40 ladrões – formaram trincheiras e se cercaram de proteção, através do imoral instituto da imunidade parlamentar. São conhecidos alguns senadores e muitos deputados federais, que usam os gabinetes para fugir da polícia e se esconder da justiça.

Justiça, instituição falida, desacreditada, incapaz de combater a criminalidade e de aplicar punição aos agentes do crime. Justiça, lenta, vergonhosamente lenta, que perde corrida para tartaruga perneta.

Tudo isso foi gerando uma insatisfação social, uma revolta – uma raiva, podemos admitir –, contra aqueles que comandam a nação, com um único objetivo de atender a seus interesses e de pequenos grupos.

No sábado, essa insatisfação ficou bem explícita, com a vaia de mais de 70 mil vozes, contra Dilma Rousseff, que, no ato de reinauguração do Estádio Mané Garrincha, personificava uma governo podre, corrupto, e que não sabe eleger prioridades. Tanto é assim que, economiza na saúde, na educação, na segurança, para investir numa obra inútil, fantasiosa, que custou um bilhão e 500 milhões de reais.

Esse é um dos grandes motivos da revolta popular. A gastança que cheira a corrupção. Não tem dinheiro para escolas, para hospitais, para espalhar mecanismos de segurança, mas sobra nos cofres para construir estádio – pão e circo, para enganar o povo.

Mas, a classe média não se deixa enganar tão facilmente, porque estuda, trabalha, produz, e tem acesso às redes sociais, o que a deixa independente, em relação às parceiras do Governo Federal, as grandes redes de televisão. Onde proliferam vozes e imagens que manipulam notícias, com objetivos claros de alienar.

No campo, a revolta é geral. Agricultores e pecuaristas vivem acuados por grupos de sem terra, sem terra e sem vergonhas e, ultimamente, índios desordeiros e preguiçosos. Só no Mato Grosso do Sul, são mais de 60 fazendas invadidas. Pecuaristas viraram nômades. Andam, permanentemente, com o gado nas costas, sobre carretas, de um lado para outro, a procura de refúgio para esconder os rebanhos. Fazendas são incendiadas e saqueadas, e quando a justiça – que no Brasil é, justamente, cega, cega e ridícula – determina a reintegração de posse, as lideranças dos índios, protegidas pela Funai, rasgam a decisão judicial. E nada acontece.

Como nada acontece com os bandidos que estão matando, nas cidades, para roubar um celular, um par de tênis. Que estão incendiado pessoas, porque tinham pouco dinheiro, na hora do assalto. Que estão espancando idosos até a morte, para roubar. Que estão matando crianças, no colo do pai, porque houve demora em entregar as chaves do carro.     

Injustiça nas cidades e no campo. Governo voltado para minorias, em detrimento de uma maioria, que ajuda a construir o país. Intransigência, insensibilidade e arrogância do Palácio do Planalto, que nem mesmo aceita discutir a questão técnica da maioridade penal. São ingredientes explosivos.

Como numa represa, a água foi se acumulando, até que apareceu uma primeira infiltração. Surgiu na forma de protesto contra o aumento da passagem, em São Paulo e em outras cidades. O vazamento tornou-se mais evidente, evidente e perigoso, ameaçador, quando agricultores, pecuaristas e outros trabalhadores realizaram mobilizações simultâneas, em nove estados, inclusive Santa Catarina. 

Mas, foi no Mané Garrincha, que a sirene deu seu grito final de alerta. A vaia estrondosa, e merecida, contra Dilma Rousseff, foi o último aviso. Foram cinco ondas de vaias seguidas. Mas ela não levou essa preocupação, ao ninho da corrupção. Puxa-sacos do Planalto menosprezaram a manifestação popular. Acharam que se tratava apenas de vaia de torcedor.

Nos fatos relatados, está a motivação que multiplicou os brasileiros nas ruas de várias capitais. Uma multidão nunca antes vista. Admitir que apenas os centavos do transporte coletivo mobilizaram as massas, é ser econômico demais, na argumentação.

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Produção e apresentação: Baby Espíndola