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Publicação cita que o petista qualificava os programas sociais de
FHC como “compra de voto, dominação do povo mais pobre”.
Nas
últimas horas, andei desenterrando alguns jornais, revistas,
arquivos que alimentam traças, e, no meio dessa papelada amarelada,
encontrei alguns textos antigos. Dentre eles, uma pérola. É um
texto que escrevi, para jornal impresso, pois na época, internet
ainda era um sonho.
O
texto trata de um pronunciamento de Luiz Inácio Lula da Silva,
presidente do PT, então ferrenho opositor de Fernando Henrique
Cardoso, do Plano Real e dos programas sociais. A matéria relata que
Lula condenou, veementemente, os programas sociais de FHC, que
beneficiava quatro milhões de brasileiros, os quais qualificou como
“assistencialistas e eleitoreiros”.
Porém,
mais tarde, quando presidente, Lula da Silva inicialmente criou o
“fome zero”. Depois, unificou os programas de FHC e passou a
chamá-los de “bolsa família”. Hoje, o programa atinge treze
milhões de famílias. E, segundo promessas eleitoreiras de Dilma
Rousseff, esse número vai engordar.
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O
texto de jornal é uma publicação de 1996 ou 1997:
“LULA
CONDENA ASSISTENCIALISMO DE FHC
Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) fez, ontem, um duro ataque à “política
assistencialista” do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Lula qualificou os programas sociais como “peça de troca, política
de dominação sobre o povo pobre”.
Lula
disse que “lamentavelmente, no Brasil, o voto não é ideológico.
Lamentavelmente, as pessoas não votam partidariamente.
Lamentavelmente, uma parte da sociedade, pelo alto grau de
empobrecimento, é conduzida a pensar pelo estômago e não com a
cabeça”.
Segundo
Lula da Silva, “é por isso, que se distribui tanta cesta básica,
tanto litro de leite. Isso tudo, na verdade, é uma peça de troca,
em época de eleição. Isso despolitiza o processo eleitoral”. Na
opinião do político petista, o assistencialismo é compra de voto,
o assistencialismo é um estelionato eleitoral.
Na
opinião de Lula da Silva, que pretende tentar mais uma candidatura à
Presidência da República, o Governo Federal está usando “o povo
mais pobre”, com interesses eleitoreiros. “Estão fazendo como
Cabral, quando chegou ao Brasil”, citou Lula, numa referência aos
presentes, espelhos, bijuterias, que os portugueses usavam para
conquistar os índios. “Agora, estão dando alimento, para enganar
o povo”, concluiu Lula”.
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Essa
matéria foi publicada no jornal O Metropolitano. Foi isso que
escrevi, retratando o discurso de Lula da Silva que, mais tarde,
viria a ser presidente da República.
Eu
não mudei meu ponto de vista. Continuo achando que o bolsa família,
que chamo de bolsa-voto, é um estelionato eleitoral. É compra de
voto. É corrupção. Mas, hoje, Lula da Silva e Dilma Rousseff não
pensam assim. No poder, mudaram de opinião.
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