quarta-feira, novembro 11, 2009

Editorial - A EDUCAÇÃO ABAIXO DA LINHA DA CINTURA

Os brasileiros insistem na triste mania de debater amenidades, fatos supérfluos, talvez como forma de fugir das questões mais complexas, que estão a exigir solução imediata. Temas prioritários são relegados a segundo plano, pela sociedade civil, comprovadamente muito menos organizada que o crime desorganizado. Ressaltemos que tudo isso é muito conveniente às autoridades que ocupam os poleiros do poder.

Mas, quando a mídia eletrônica descobre um esteriótipo, um escândalo, os debates se alastram Brasil a fora. O tema, nem sempre importante, passa a dominar as conversas nas esquinas, alastra-se pelos milhões de metros lineares dos balcões de bares, botecos e similares, invade os campos, claro, sempre ganhando uma versão espalhafatosa.

Assim foi com o caso da falsa professora, que rebolou o rabo pomposo, num bailão de periferia, e virou celebridade. Todos os debates relativos à educação foram imediatamente suspensos. Só a bunda – diria, pib: produto interno bruto, bruto mas muito macio – abundou nos debates, por um longo período. Diariamente, a televisão mostrava o rabão da “educadora”, que foi guinchada pela calcinha, pelo braço forte de um malandro qualquer.

Na mesma época, tentaram linchar uma professora, no Rio Grande do Sul, simplesmente porque ela mandou um aluno, desordeiro e mal educado, pintar a parede da escola que ele, deliberadamente, riscou e emporcalhou.

Agora, o tema é outro. Mas também tem a ver com rabo-cultural, com educação abaixo da linha da cintura. Desde que uma estudante, do tipo chester, só peitos e coxas, quase foi linchada, numa faculdade de São Paulo, porque seus panos estavam muito encolhidos, não se fala em outra coisa. A reforma da educação, a melhoria no ensino, todos os temas foram substituídos.

Que a loira, de contornos exuberantes, ousou demasiadamente nos trajes curtos, não há nenhuma dúvida. Mas, no país onde as pernas são ferramentas de trabalho, a punição, imposta pelos próprios estudantes, foi um exagero. Para deixar o prédio da faculdade, a jovem precisou da proteção de um esquadrão da PM de São Paulo. Pior, ainda, foi a decisão da direção da faculdade, que, num primeiro momento, expulsou a estudante.

Seus carrascos, mais pareciam fundamentalistas fanáticos, simpatizantes da execução sumária de mulheres, a pedradas, à moda bíblica. A turba era composta, principalmente, por estudantes alcoólatras, drogados, rapazes que não gostam de mulher e que fazem sexo em marcha à ré, além das garotas mal amadas, que trajam panos imundos e vulgares, ou que preferem o rola-rola com as colegas do mesmo sexo.

O grave de tudo isso, é que assuntos fundamentais deixam de ser discutidos. Por exemplo: o alcoolismo entre estudantes secundaristas e universitários, o elevado consumo de drogas ilícitas, a duvidosa qualidade do ensino, a exploração dos próprios universitários, que pagam valores exorbitantes para freqüentar as salas de universidades privadas.

Conclusão: é bem mais conveniente, e também divertido, discutir as variantes da educação abaixo da linha da cintura. Uma falsa professora guinchada pela calcinha, ou uma vistosa estudante com uma saia curta, são imagens muito mais tentadoras, o que significa excelente audiência para as emissoras de televisão.

Há que se concluir que as autoridades semi-analfabetas agradecem, pela ausência de discussão dos temas mais sérios.

quarta-feira, outubro 28, 2009

Editorial – A LEI VIOLENTADA NAS ENTRANHAS DA CÂMARA DE PALHOÇA

Pitanta, o veterano vereador, sempre provocador de grandes polêmicas, nem estava em plenário, por conta de uma viagem. (Nirdo Artur Luz está “emprestando” a cadeira para a terceira suplente do DEM, Maria Rosângela Prates, a Zana). Mesmo assim, a temperatura subiu, e muito, na Câmara de Palhoça, na sessão ordinária da noite de terça-feira, 27.

Respondendo ao colega Leonel Pereira (PDT), que cobrou informações sobre a sindicância, que apura denúncia de falsificação de documento na Câmara, o presidente do Legislativo, Nazareno Martins (DEM), elevou o tom do discurso.

Foi direto ao ponto. “O que aconteceu aqui, foi furto, um roubo”, bradou, referindo-se à falsificação das assinaturas do ex-prefeito Paulo Roberto Vidal (falecido), do vereador Otávio Martins Filho (Tavinho – PMDB) e de dois ex-vereadores.

Trata-se do escandaloso caso da Rua Mário José Mateus, bairro Bela Vista, onde, segundo denúncias, o prefeito Ronério Heiderscheidt (PMDB), construiu um suntuoso galpão.

Talvez, ai, se encaixe os termos “furto”, ou “roubo”, empregados pelo presidente da Câmara. Traduzindo: alguém falsificou a Lei 1.739/2003, que desafetou bens móveis (mesas, cadeiras), que foram doados a uma entidade... E esse misterioso alguém, agindo sorrateiramente, possivelmente entre março e abril deste ano, acrescentou um quarto artigo à lei, desafetando, também, a mencionada rua.

A falsificação – cuja materialidade está comprovada – interessa justamente aos usurpadores do bem público: a rua. Falta apurar a autoria do crime, justamente a etapa mais complicada. Acusar alguém, prematuramente, é leviandade. Não punir, seria total irresponsabilidade. Então, o caminho é investigar.

O Ministério Público, segundo informações, também está interessado nos fatos. Tanto na usurpação do bem público, a construção de uma fábrica sobre uma rua, quanto no caso da falsificação, que visava esconder o primeiro crime.

Desafetar... É, com certeza, uma terminologia pouco conhecida para alguns cidadãos. Segundo definição de Luís Carlos Alcoforado, advogado e professor de Direito, “A desafetação é o fenômeno jurídico por força do qual se processa a regressão ou eliminação da categoria do bem público, com mudança na sua destinação. Em situações excepcionais, desde que inspiradas na vontade da lei, é possível um bem público de uso comum sofrer desafetação, com alteração de sua destinação”.

Numa linguagem mais simplificada, uma área de terra pública pode passar para a iniciativa privada, desde que respeitada a legislação, e sem significar prejuízo para o município.

Lembro que, anos atrás, o grupo Supermercados Rosa tentou convencer o Legislativo a desafetar uma ruela, ao lado da loja de Palhoça, próximo ao quartel da PM. Se a área fosse liberada, o Rosa, que adquirira outra propriedade no lado oposto da rua, tinha projeto para construir uma grande loja. Mas a Câmara não autorizou a transferência da via pública para a iniciativa privada.

Voltando ao discurso da noite de 27 de outubro... Nazareno Martins disse que “uma sindicância está em andamento”, mas que os depoimentos devem ser mantidos, em sigilo, por enquanto, para não atrapalhar as investigações. “Quem fez o erro, vai pagar”, assegurou. Martins não acredita “no envolvimento de algum vereador. Foi roubo, e vamos provar”, numa referência à lei original, que foi violentada.

Violentada e arrastada pelos cabelos, até a Casa Vermelha, onde foi colocada numa bandeja de prata, como a cabeça do bíblico João, para servir aos interesses de algum rei.

Se desafetada fosse, a rua deixaria de ser um bem público, para servir a interesses particulares. Outra manobra tentada, foi o arrendamento da citada rua, para a empresa, que aluga o imóvel, por um período de 30 anos. Mas, o presidente da Câmara devolveu o projeto ao Executivo.

segunda-feira, outubro 26, 2009

Denúncia – LAGOAS "NATURAIS", NA CIDADE "BELA POR NATUREZA"


O presidente da Câmara, Nazareno Martins (DEM), decididamente, fez o discurso do ano. Para uma platéia silenciosa, postada atrás do aquário do plenário, e algumas dezenas de internautas, desenhou, com um conjunto de palavras, aquilo que pode ser resumido como o caos dos bairros de Palhoça.

Discorreu sobre a precariedade do sistema viário, mergulhou fundo nas lagoas que interditam várias ruas da periferia, patinou na lama e trepidou na buracaria. Para corroborar a argumentação, Nazareno Martins apresentou fotos de várias ruas, que viraram habitats de sapos, rãs e insetos.

As fotos refletem imagens muito comuns, dos bairros de Palhoça, onde os maquiadores e marketeiros ainda não chegaram. Até porque, não há como caiar ou pintar a lama. Mas, não chegaram, ainda, aos pontos mais críticos, porque evitam sujar ou encharcar os sapatos.

Ao exibir fotos da Rua Sabiá, Loteamento Marivone, Praia de Fora, o vereador convidou os palhocenses para um irônico ”passeio de barco”. Uma viagem de longa duração, porque a lagoa é imensa. Para o barqueiro não se perder, recomenda-se a utilização de rastreamento via GPS.



Passeio de barco na imensa lagoa da Rua Sabiá, no Loteamento Marivone

Foto: Divulgação

Nazareno Martins deixou uma sugestão, aos marketeiros da Casa Vermelha, para que incluam as “lagoas naturais”, nas próximas campanhas publicitárias da cidade “Bela por natureza”.

Contrariando o slogan, tão usado pelo prefeito Ronério Heiderscheidt (PMDB), a cidade só é bela, no centro urbano. Claro, as praias do Sul continuam belas, mas emolduradas por um cenário de abandono e miséria. Predonima a ausência quase total de infra-estrutura. E os bairros da periferia, como mostra essa, de uma série de fotos, desmentem o slogan oficial.

quinta-feira, outubro 22, 2009

Editorial – IDEOLOGIA VERMELHA, COMO O SANGUE DAS VÍTIMAS DO CRIME

O Rio de Janeiro está em chamas. A população aterrorizada pela guerra civil não declarada, patrocinada pelos narcotraficantes e contrabandistas de armas. Drogas e armas entram noite e dia pelas fronteiras propositalmente abertas, por desejo do governo da república do mensalão.

Do Paraguai do bispo papão Fernando Lugo, vem a maconha em toneladas. Evo Morales organiza e estimula a indiarada, na plantação de coca, nas montanhas da Bolívia. O “cumpanheiro” Hugo Cháves, da Venezuela, dá uma mãozinha aos “idealistas” das Farcs, traficantes e contrabandistas de armas, tarefa que divide com outro amigo incondicional dos bandidos das selvas da Colômbia, Rafael Corrêa, do Equador.

E Lula da Silva não reage. Nenhuma atitude adota para mudar esse quadro. Muito pelo contrário, mantém as fronteiras abertas aos vizinhos delinqüentes. Porteiras escancaradas aos criminosos.

O Brasil inteiro sofre com a ação dos narcotraficantes e contrabandistas de armas. Mas, o celeiro do crime organizado é a Cidade do Rio, com suas favelas quase inatingíveis. Na outrora cidade maravilhosa, o que está em jogo são os pontos de droga, regiões privilegiadas, as melhores vistas da Cidade do Rio.

Nesse processo de abandono do Estado / Nação, Lula da Silva, ideologicamente comprometido com grupos revolucionários / criminosos da América do Sul, tem a maior parcela de culpa. Durante seus dois mandatos, a criminalidade disparou em quantidade e qualidade. Sem recursos, as autoridades ainda interessadas em combater os criminosos, não têm como esboçar reação.

Em várias oportunidades, sempre que a ação dos bandidos fica completamente descontrolada, o que não agrada aos chefões do crime organizado, o presidente falastrão promete recursos, que nunca chegam ao destino final.

Pelo menos meia dúzia de vezes, o irresponsável amigo das Farcs, que é muito amiga do PT, prometeu 100 milhões de reais, para o combate ao crime, no Rio. Como o dinheiro nunca foi liberado, com cara de bêbado pobre de boteco de esquina, o mesmo senhor repetiu a promessa, quando a bandidagem abateu uma aeronave da Polícia Militar. Insensível à desgraça comunitária, Lula da Silva advertiu que, por conta da burocracia federal, que tudo emperra, o dinheiro, possivelmente, será liberado em seis meses, a contar da última grande tragédia urbana.

Até lá, outros helicópteros poderão ser abatidos pelos bandidos, policiais honestos perderão as vidas na guerra civil brasileira, centenas ou milhares de pessoas serão assassinadas.

Não sejamos hipócritas. O crime está dentro dos palácios. Grupos, supostamente formados por guerrilheiros idealistas, comandam, hoje, o narcotráfico e o contrabando de armas. A ideologia é vermelha, igual ao sangue das vítimas inocentes.

Sejamos razoáveis, e um pouco mais racionais. Evo Moraves, Hugo Cháves, Rafael Corrêa e o bispo papão Fernando Lugo, ficariam muito decepcionados, se o “cumpanheiro” Lula da Silva fechasse as fronteiras, dificultando a entrada de armas e drogas, no Brasil. Seria um violento golpe ao PIB dos vizinhos.

segunda-feira, outubro 19, 2009

ASAS DO DESTINO PEGA A ESTRADA, PROPONDO SOLIDARIEDADE E SEGURANÇA SOBRE DUAS RODAS

A Grande Florianópolis tem mais um moto clube. Asas do Destino, com sede em Palhoça, foi fundado em 19 de setembro, e já se prepara para grandes passadas. Dentre os principais objetivos, elencados no estatuto, devem ser destacados: “realizar e promover passeios, encontros, eventos, reuniões, que estimulem o uso da motocicleta e a divulgação do motociclismo; (...) promover assistências de caridade; prestar serviços de utilidade à comunidade”. Além, claro, de “estimular e orientar quanto ao uso correto da motocicleta, observando os aspectos de segurança e exigências da legislação vigente”.

O Moto Clube Asas do Destino, fundado em 19 de Setembro de 20009, é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, com sede à Avenida Elza Lucchi, 910, em Palhoça. Os (as) interessados (as) em participar das atividades do Moto Clube Asas do Destino, devem enviar mensagens para
babyespindola@yahoo.com.br ou mcasasdodestino@hotmail.com. O presidente fundador do Asas do Destino, Valdir Aristides Miranda, explica que a entidade não está buscando quantidade, mas sim “associados com qualidade, motivados para atividades em grupo, sociabilidade e espírito de cooperação”.

– Nosso objetivo não é apenas viajar, mas também demonstrar solidariedade, através de ações humanitárias, sempre que as comunidades a nossa volta estiverem necessitando. Em casos de catástrofes, como enchentes, que tanto atingem os municípios da Grande Florianópolis, vamos mobilizar nossos associados e simpatizantes, para prestar socorro aos atingidos. Em qualquer emergência, estaremos sempre dispostos a colaborar.



Miranda, presidente do Asas do Destino, um veterano das estradas


Foto: Divulgação

Miranda tem larga experiência no assunto, pois já participou de vários moto clubes. Depois de percorrer o Brasil e de visitar outros países, sempre sobre duas rodas, resolveu liderar um grupo, para fundar um moto clube, em Palhoça. Seu grande incentivador foi o jornalista Baby Espíndola, que, mesmo sem espaços na agenda, abraçou o cargo de diretor de marketing. “Sempre que encontrava o Miranda, o assunto era o mesmo: moto clube. Ele falava sem parar no assunto, e demonstrava muita insatisfação com a direção de um outro moto clube, ao qual estava filiado. Então o incentivei a fundar uma nova instituição. Por isso, não poderia fugir da responsabilidade, e aceitei um cargo de diretoria”, afirma Espíndola.

EXPERIÊNCIA SOBRE DUAS RODAS

Depois de observar acertos e falhas de outros moto clubes, Miranda adquiriu experiência suficiente para liderar. Pretende, à frente da diretoria (inclusive, consta do estatuto), além de “realizar e promover passeios, encontros, eventos, reuniões, que estimulem o uso da motocicleta e a divulgação do motociclismo, incentivar o intercâmbio com outras entidades afins e o convívio entre seus associados”.

Os associados do Moto Clube Asas do Destino estão divididos entre membros fundadores (os que assinam a ata de fundação); membros efetivos (os que se filiaram, após a fundação); e membros honorários (aqueles a quem o escudo for conferido, por consenso, como homenagem por serviços prestados ao moto clube, ao motociclismo ou à sociedade.

A proposta de admissão de um membro será objeto de aprovação, em assembléia, tendo este que ser indicado por um membro fundador ou efetivo, e cumprir as exigências contidas no artigo 6. As réguas previstas do artigo 6 do estatuto são básicas. Para ser admitido como membro efetivo o (a) motociclista deve “possuir motocicleta, com documentos em dia e em perfeitas condições de uso e segurança; ter habilitação; ser apresentado por um membro fundador ou efetivo; apresentar condições de participar de, pelo menos, um terço dos eventos, reuniões e atividades do moto clube”. Todo membro tem direito a: “votar e ser votado para cargos no moto clube; e usar o escudo do moto clube (...).

Miranda explica que o companheirismo entre os associados é fundamental para o sucesso de um moto clube. Por isso, no artigo 9, o estatuto sugere que os membros contribuam, “dentro de suas possibilidades, com as obras de caridade apoiadas pelo moto clube”, além de também “prestar cooperação aos demais associados, em caso de dificuldades nas viagens e passeios”.

São sócios fundadores: Valdir Aristides Miranda (presidente), Anderson Porter (vice-presidente), Rodrigo Martins, Sílvio de Souza, e Luis Henrique Guckert (diretores de disciplina), Luiz Carlos “Baby Espíndola” (diretor de marketing), Marcos Vinícius de Melo (diretor de comunicação), e Lucinei da Silva Luis (tesoureiro).


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terça-feira, outubro 13, 2009

Editorial – PROJETO DE EMANCIPAÇÃO DOS “MARES DO SUL"

Lideranças que moram ou que possuem terras na Região Sul de Palhoça estão retomando os contatos, visando um movimento do tipo “Coração Valente”, visando a emancipação daquelas terras abandonadas. O movimento está ressurgindo muito forte, com importantes lideranças na linha de frente. Uma reunião deverá acontecer nos próximos dias.

Quando o movimento dos “Guerreiros do Sul” for deflagrado com força total, será também colocada em prática uma campanha publicitária, com o objetivo de conscientizar a população, que mora ou tem propriedades no Sul, ou mesmo de outros bairros de Palhoça ou cidades vizinhas.

Segundo os organizadores do movimento, todos serão beneficiados. O que não pode continuar é a situação atual. A Prefeitura de Palhoça se apodera das belas imagens da Guarda do Embaú, da Pinheira, Praia do Sonho ou Ponta do Papagaio, para promover o marketing do município, mas nada investe em infra-estrutura diretamente na região. Assim, aquela região balneária vai vivendo a duras penas, numa situação de caos quase que total, o que desanima os moradores, constrange os visitantes e turistas, e afasta os investidores. Década após década, as promessas de campanha se sucedem, sem que sejam cumpridas, nem mesmo parcialmente.

Dezenas de ruas estão esburacadas, com lagoas suficientemente fundas para se criar pesque e pague, e a Prefeitura não tem um planejamento, não bota em prática um cronograma de obras, capaz de amenizar os problemas, que são gravíssimos.

Mais grave, ainda: recursos naturais são atacados, a partir do Morro Cambirela, até a divisa com Paulo Lopes, sem que as autoridades esbocem qualquer tipo de reação. Para os órgãos ambientalistas, como Ibama, Fatma, Polícia Ambiental, para um “ajustamento de conduta”, com pagamento de certas somas por parte dos destruidores da natureza, para que licenças de funcionamento sejam liberadas. Pedreiras e areais, todos muitíssimo lucrativos, estão exaurindo os recursos minerais da Região Sul. Nenhum projeto de recuperação é colocado em prática. E o dinheiro, resultante das riquezas extraídas, nunca fica nas comunidades. Some com os caçambões.

Recentemente, um secretário foi empossado, para administrar a pasta denominada Secretaria de Desenvolvimento Regional do Sul. Muito bem intencionado, o senhor Laudelino Soares, aliás, profundo conhecedor daquelas terras. Mas, nada poderá fazer pela boa gente dos Mares do Sul, porque não conta com uma única caçamba ou máquina. Sem equipamentos para enfrentar o processo de favelização da região balneária de Palhoça, o próprio secretário vai virar alvo dos moradores, que muito reclamam e muito cobram. E com razão.

Então, segundo os organizadores do movimento pró-emancipação, a única saída é proporcionar a autonomia jurídica da Região Sul, a partir do Rio Cubatão, que seria a divisa geográfica.

Aqueles que defendem a emancipação, que não são poucos, admitem que os cofres de Palhoça poderão sentir falta da arrecadação de impostos da Região Sul. Mas os palhocenses e vizinhos de outras cidades, que têm investimentos naquela região, serão beneficiados. Porque, com independência, autonomia e receita própria, a Região Sul, ou Mares do Sul, ou Paraíso do Sul, certamente crescerá numa escalada surpreendente, com a possibilidade de oferecer uma melhor infra-estrutura aos nativos, veranistas e turistas.

O movimento cresce em organização e força. Em breve, uma campanha publicitária deverá esclarecer os objetivos da busca pela emancipação, oferecendo alternativas, para que aquela gente sofrida e humilhada, bem como os simpatizantes da causa, possam participar ativamente da mobilização.

O grupo – formado por nativos, turistas, veranistas, empresários, investidores, lideranças comunitárias e políticas – busca a emancipação, mas se sentirá premiado, compensado, com um pouco mais de respeito pela região dos Mares do Sul.
(Publicado no Jornal Primeira Folha)

quinta-feira, outubro 01, 2009

Editorial – LOBO VESTIDO DE CORDEIRO PRETO

O senhor José Antonio Dias Toffoli conseguiu enrolar os senadores que, convenientemente, gostam de ser enrolados – até porque isso pode ser muito promissor, do ponto de vista financeiro.

De uma hora para outra, um lobo acusado de morder verbas públicas, se vestiu de cordeiro – cordeiro preto! –, e há suspeitas de que, no momento mais oportuno, a fera poderá até comer a vovozinha. Torço para que estupre alguns senadores da república do mensalão.

Todos os gestos e atitudes muito bem dissimuladas, deram bom resultado. Além de ser alçado, ainda “criança”, segundo critérios, ao mais alto posto da (in)Justiça, o protegido de Lula da Silva economizou nada menos que 420 mil reais, que deixará de devolver aos cofres públicos do estado do Amapá. Suponho que o senhor Toffoli foi submetido a algumas sessões de marketing, ministradas pela equipe palaciana, que produz a imagem do rei.

O resultado da votação, no emporcalhado Senado, nos revela uma leitura inegável: o rei, sentado sobre o cofre do ouro, é realmente muito poderoso. Seus súditos de cabresto, pulando sobre as fezes do plenário do Senado, concederam 58 votos ao até então advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, alçado ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Nove senadores – que poderão ser decapitados- votaram contra e três praticaram abstinência.

Lula da Silva está feliz. Para festejar, abriu uma garrafa de cachaça envelhecida. E tem motivos. Conseguiu driblar os critérios que definem o acesso ao Supremo. Deve estar pensando: se um analfabeto, mal intencionado, chegou ao poder máximo, porque exigir diplomas e currículo ético de um “cumpanheiro” de tantas batalhas.

Toffoli não tem mestrado, nem doutorado, é um advogado especialista em livrar políticos encrencados com a Justiça. Nunca foi um juiz, portanto, nenhum experiência tem, na hora de julgar. Pior, muito pior: é duplamente investigado pela Justiça do Amapá, onde estava condenado a devolver 420 mil reais aos cofres públicos. Decisão judicial que já foi suspensa. Muito conveniente.

Quanto à ausência de diplomas em seu currículo, o rei-padrinho acha isso o máximo. Pra quê estudar? – certamente anda repetindo, entre um trago e outro. A fragilidade intelectual de Toffoli, deveria ser um obstáculo as suas pretensões ao poder supremo da capa preta. Porém, o efeito é justamente o inverso. A ficha judicial e a deficiência jurídica, dentro do contexto do rei do Planalto, são requisitos mais que suficientes para que Toffoli exerça a função de ministro do Supremo. É um rapaz esperto, esse Toffoli! – matuta o rei. Aos 41anos, depois de tirar muitos petistas da cadeia, já conquistou uma condenação, por apropriação de dinheiro público. Rapaz muito esperto... Tem futuro, no país mais imoral do planeta.

Historicamente, é sabido, que o cargo de ministro do Supremo exige, entre outros requisitos, notório saber jurídico e reputação ilibada. Porém, como conseqüência dos atos e pensamentos de membros da corte, de repente, o currículo do senhor Toffoli é mais que suficiente. Se encaixa direitinho no novo perfil das figuras ilustres da Justiça. Lula poder ter razão. Todos se merecem.

Impressionante, o silêncio de senadores, que durante a semana vinham ladrando contra Toffoli. Quando ele se apresentou ao plenário do Senado, lobo fantasiado de cordeiro preto, alguns senadores ficaram mais mudos que passarinho que está mudando de pena. Apenas os senadores Álvaro Dias (PSDB-PR) e Pedro Simon (PMDB-RS) mantiveram as críticas. Os outros, se curvaram às respostas muito bem ensaiadas por Toffoli – que pregou humildade, isenção na hora de votar. Certamente, os senadores estavam imaginando as vantagens advindas de seus atos covardes e imorais.

O lobo vestido de cordeiro preto fez considerações eloqüentes. Segundo disse, o fato de ter sido advogado do PT, nas campanhas presidenciais de Lula da Silva, não é impedimento para que assuma a vaga de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF). Falou até em página virada, como uma jovem que troca de namorado, e rasga a folha do diário de lamúrias.

Atentem para esse detalhe: Toffoli foi reprovado em concursos para juiz, o que pode ser visto como falta de notório saber jurídico – e é esse um dos critérios para a escolha de ministros do STF. Mas, o protegido de Lula declarou que sua opção foi a advocacia. O cargo de ministro – entendam, e não se zanguem – é tão-somente um presente do rei. Lula da Silva indicou um cumpridor de suas ordens, sem trajetória jurídica, que possa justificar sua indicação.
Assim... Já tínhamos um ministro acusado de ser “chefe” de capangas – quem fez a acusação foi o ministro Joaquim Barbosa, num frenético bate boca com o presidente Gilmar Mendes.
Agora, teremos um ministro incapaz de passar num concurso para a magistratura, sem mestrado ou doutorado, e, ainda, condenado a devolver dinheiro público. Toffoli responde a dois processos na Justiça do Amapá.

Mas, nada disso interessa aos senadores. Convenhamos, é interessante aprovar alguém com um currículo tão fragilizado. O abençoado fica devendo favores. Então, mais tarde, se um ou outro senador precisar de um votinho salvador no Supremo... Tudo pode acontecer.

Para encerrar... Por imposição de Lula da Silva e submissão de um Senado imoral, mais uma página no livro da imoralidade foi escrita. Com letras de ouro do baú do rei. Essa é a história do lobo vestido de cordeiro preto. É por isso que, no feudo da justiça brasileira, sempre recomendo: Chama o Zorro!

quarta-feira, setembro 30, 2009

Editorial – TERNO SUPLENTE PARA A DUVIDOSA POSSE

Diante da euforia de milhares de suplentes de vereadores, em todo o Brasil, inclusive depois de saber que, em Palhoça, alguns até já encomendaram o terno da posse, a coluna foi buscar argumentos, para arrazoar esse polêmico tema. Como já amplamente noticiado, no último dia 22, a Câmara Federal da república do mensalão, aprovou uma PEC, que cria (ou recria) mais de sete mil novas vagas nos legislativos municipais.

Na busca por argumentos, encontrei uma declaração, bastante esclarecedora, do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Britto, publicada no site da Abrascam – Associação Brasileira de Servidores de Câmaras Municipais.

Segundo afirmou Ayres Britto, que também é ministro do Supremo, “a PEC chegou tarde para entrar em vigor nesta legislatura”. Justamente porque a aplicação da emenda está condicionada a sua aprovação antes do processo eleitoral.

Porém, o presidente do TSE adverte que, quando a PEC for promulgada pela Câmara Federal, “a Justiça Eleitoral não terá outra opção, senão dar posse aos suplentes”.

O som destas palavras é musicalidade aos ouvidos dos diretamente interessados, o que provoca um alvoroço no ego de alguns. Detalhe: a emenda deverá ser promulgada ainda esta semana, no Congresso Nacional. O que elevaria o número de vereadores, no País, para mais de 59 mil.

Outra vez, o porém... A matéria deverá ser questionada no Supremo Tribunal Federal (STF), intenção já anunciada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que pretende entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adim).

Não sei se os entusiastas da ascensão e posse têm tantos motivos para encomendar trajes oficiais. Vale lembrar que, já em junho de 2007, o TSE, de forma unânime, decidiu que a emenda constitucional não tem poderes para retroagir. A mudança proposta pela PEC somente será admitida para a eleição de 2012. Por isso Ayres Britto afirma que a emenda “chegou tarde para entrar em vigor”.

No meio de um emaranhado de teorias e interpretações confusas, a Câmara de Palhoça já recebeu requerimentos dos suplentes e até assinado por um partido (PTB), sugerindo que sejam instaladas mais oito confortáveis cadeiras, no plenário do Legislativo. A Mesa Diretora encaminhou os documentos à Assessoria Jurídica.

A mesma PEC “dos vereadores” definiu, também, a redução de repasses para as câmaras municipais. Atualmente, os repasses variam de 5% a 8% por cento, percentuais que devem cair para algo entre 3,5 e 7%.

Uma decisão, no mínimo, estranha. Se os legisladores do Congresso estão aumentando o número de vereadores – no caso de Palhoça, de onze para 19, quase dobrando –, como podem propor essa redução do repasse de recursos, das prefeituras para as câmaras? É contraditório.

Com toda certeza, em muitos municípios, para não demitir vereadores recém contratados – podem rir, à vontade! – as mesas diretoras terão que economizar de outra forma. Certamente, cortando no quadro de funcionários. É como sempre digo: a linha rebenta justamente no bolso do mais pobre. Assim ensina o ditado popular, aqui adaptado à situação, de forma irônica.

(Editorial publicado nos jornais Primeira Folha e O Caranguejo)

domingo, setembro 27, 2009

Editorial – A EMBAIXADA DA REPÚBLICA DA CUECA VERMELHA

Por motivos puramente ideológicos, a turma da cueca vermelha da república brasileira do mensalão está empurrando o Brasil para um precipício, no campo minado da diplomacia.

A iniciativa tosca, pobre, de abrigar o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, coloca o Brasil no epicentro de um terremoto diplomático, cujas conseqüências são imprevisíveis. Predominou a ideologia de Lula da Silva e seus esquerdistas amestrados. Há que se ressaltar, que isso é assunto particular deles. Não é um problema para envolver o Estado Brasileiro.

Eu, também, como jornalista, sofri com a ditadura militar, que nunca defendi. Mas isso não me dá o direito de arrastar o nome de uma nação, da importância do Brasil, para o campo da mesquinharia, por revanchismo, a bordo do barco das ideologias suspeitas.

Não podemos nos deixar conduzir por cartilhas de politiqueiros de idoneidade duvidosa, como o ditador Hugo Chávez, da Venezuela, o cocaleiro Evo Morales, da Bolívia, ou o amigo das Farc, Rafael Corrêa, do Equador. O governo brasileiro precisa se posicionar acima de interesses ideológicos obscuros.

Mas, infelizmente, o governo Lula da Silva não agiu com cautela e diplomacia. Deixou-se envolver pelo sentimentalismo dos “cumpanheiros”, supostamente revolucionários. De Nova Iorque, onde fazia turismo com dinheiro público, Lula da Silva mandou abrir as porteiras da Embaixada Brasileira, em Honduras, e oferecer cachaça, uísque, arroz e feijão para Manuel Zelaya e mais uma centena de puxa-sacos hondurenhos. Uns caras esquisitos, todos, estranhamente, muito parecidos com os perigosos membros do MST, mas, muito mais semelhantes aos criminosos das Farc. E, nós, brasileiros, estamos sustentando aquela quadrilha, na embaixada de Honduras.

Se ele, Zelaya, foi vítima de um golpe, isso não é assunto nosso. Até porque, a deposição de Manuel Zelaya foi autorizada pela Suprema Corte de Justiça de Honduras, porque, segundo informações internacionais, ele vinha desrespeitando a constituição daquele país, para impor uma ditadura de esquerda, à moda Hugo Chávez. Zelaya queria poderes absolutos, por tempo indeterminado. Pesa, sobre ele, acusações de envolvimento com o narcotráfico – isso, segundo autoridades de Honduras.

Se Lula da Silva pretende, com tamanho ardor, ser o justiceiro das Américas – um Zorro baixinho, barbudo e gordo, mais para Sargento Garcia –, porque não começa, aqui mesmo, no Brasil, a praticar Justiça? Pois é essa uma das maiores reivindicações dos brasileiros: Justiça! Justiça e segurança. Por que não toma decisões de governo para diminuir a criminalidade? – que, nos últimos anos, alcançou índices alarmantes.

Por que Lula da Silva não esboça gestos em defesa dos venezuelanos? – que vivem massacrados sob as patas do tirano Hugo Chávez. Na Venezuela, onde emissoras de rádio e de televisão, que criticam o governo, são fechadas, só os partidários do chavismo, a turma da cueca vermelha, tem vida fácil e confortável. Os opositores são perseguidos e ultrajados.

E, aqui, bem pertinho de nós, a Argentina, de Cristina Kirchner, está impondo um regime de censura explícita à imprensa. Mas Lula da Silva não sabe de nada. Nem mesmo lê jornal, conforme ele próprio admite. Não se envolve em nenhum assunto que possa contrariar os interesses de um grupo muito suspeito, que está tomando as Américas. E, de repente, de maneira muito suspeita, o governo Lula envolveu o país numa crise diplomática sem precedentes.

Mas, a turma de Lula da Silva sabe muito bem o que significa provocar uma crise diplomática. Na semana da pátria de 1969, um grupo de militantes de esquerda, entre eles alguns membros do Governo Lula, seqüestrou o embaixador norte-americano no Brasil, Charles Burke Elbrick. O fato provocou uma profunda crise diplomática para o governo brasileiro, que foi agravada pelo fato de o presidente Costa e Silva estar gravemente doente.

O problema Brasil/Honduras é mais grave do que possa parecer. O Brasil introduziu Zelaya em sua embaixada. Mas não tem um plano para uma saída estratégica do amigo pessoal de Lula, este, também muito amigo das Farc.

Zelaya é suspeito de envolvimento com o narcotráfico. Por conclusão, pode-se deduzir que o Brasil abriga um suspeito de envolvimento com narcotraficantes, em sua embaixada. Um arruaceiro de janela, de onde ele incita a rebeldia de seus seguidores e a desordem.

sexta-feira, setembro 18, 2009

Editorial – VICE-PREFEITO VETA ISENÇÃO DE PEDÁGIO EM PALHOÇA

O prefeito Ronério Heiderscheidt (PMDB), recordista absoluto em viagens, embarcou para a Costa Rica, e deixou uma batata quente na mão do vice, Valmir Walmor Schwinden (DEM). Uma batata quente, é uma expressão inadequada. Talvez, um pepino espinhoso, tipo um ouriço venenoso.

Nem bem Ronério se instalava nas ricas costas do país caribenho, para chupar água de coco e beber umas cervejas bem geladas, e já nas bancas de cá, nas pobres costas do Atlântico Sul, o vice despachava a batata quente para a Câmara de Vereadores.

Valmir das Tintas, como o vice é carinhosamente conhecido, vetou, completamente, o projeto que definia isenção do pagamento da taxa de pedágio – de autoria do próprio Executivo – e, também, a emenda coletiva, assinada pelos onze vereadores, que ampliaria o benefício a todos os veículos emplacados em Palhoça.

O que não dá para entender é o veto integral. Há vários dias, rumores vindos da Casa Vermelha, estavam a indicar que o prefeito Ronério vetaria a emenda do Legislativo. Mas não o projeto que ele enviou à Câmara. O mais absurdo é que o prefeito deu uma escapulida até a Costa Rica e delegou poderes para o vice vetar tudo. Quando poderia vetar só a emenda.

Que leitura se faz desse fenômeno? Primeiro, que a Prefeitura de Palhoça não tem interesse em isentar ninguém. Pois não respeitou nem mesmo os 1.762 munícipes, que se cadastraram para usufruir do benefício (agora já são mais de 1.800). Depois, que a autoridade maior do município se curvou aos interesses da concessionária, que explora o pedágio.

Também devemos refletir sobre a ausência de entendimento entre a Casa Vermelha e os vereadores da base aliada, principalmente as lideranças que defendem os interesses prefeiturais na Câmara. O líder do prefeito no Legislativo, vereador Isnardo Brant (PMDB) também assinou a emenda coletiva, que sugeriu a isenção para todos os veículos emplacados em Palhoça, até o limite da arrecadação com ISS.

Se os vereadores que dialogam diretamente coma Casa Vermelha, eles próprios, trabalharam a emenda, como então, o Executivo, derrubou tudo, a emenda e o projeto na íntegra? Dedução: a Casa Vermelha não respeita os vereadores.

E agora, indagam os palhocenses: os vereadores vão derrubar o veto, ou se curvarão aos interesses da Prefeitura? Se adotarem essa postura, estarão sepultando suas próprias propostas.

Se depender do vice-presidente da Câmara, Nirdo Artur Luz (Pitanta – DEM), o veto será derrubado. Ele qualificou a decisão do vice Valmir como “coisa de um inconseqüente, atitude de um homem incompetente, um boneco de recado, que age contra a população”.

Pitanta, que exerce seu oitavo mandato consecutivo, conclama os vereadores a derrubarem o veto do prefeito (hoje) em exercício, “porque nós não podemos votar contra nós mesmos. Se aprovamos a emenda coletiva, devemos mantê-la e também o projeto do Executivo”.

Para vetar tudo, emenda e projeto, o vice Valmir tomou por base um documento, supostamente elaborado pela concessionária Auto Pista Litoral Sul, que, de forma autoritária, se posicionou contra a isenção. A concessionária espanhola quer mandar mais que o prefeito e os vereadores de Palhoça.

O vereador Leonel Pereira (PDT) afirmou que “a empresa não tem palavra. O documento é uma aberração, uma indecência”, e defendeu “uma mobilização geral da população, até que a praça de pedágio mude para o km 246”. Pitanta também afirma que “a empresa está mentindo para os palhocenses”.

O que a população espera é que a Câmara demonstre um mínimo de autonomia em relação à Casa Vermelha. E que derrube o veto. E que se danem a Prefeitura e a concessionária.

VEREADOR LEONEL ALERTA: RIO CUBATÃO AMEAÇA RUAS NA GUARDA

O vereador Leonel Pereira (PDT) demonstrou, da tribuna da Câmara, sua preocupação com a erosão que o Rio Cubatão está provocando, principalmente, na Avenida Santo Anjo da Guarda.

Leonel do Proerd, como é conhecido, deixou claro que o processo de erosão vem ocorrendo há muito tempo e lamenta, porque, até agora, a Prefeitura, através da Secretaria de Obras, ainda não adotou nenhuma medida, para, pelo menos, minimizar o problema. A Secretaria de Agricultura também pode apoiar um projeto de recuperação das áreas atingidas, pois os agricultores também poderão ficar prejudicados.

Além da Avenida Santo Anjo da Guarda, também a rua que dá acesso ao Morro dos Quadros, está sendo destruída pelo rio, a cada enchente.



Quando ocorrem tempestades, a violência das águas ameaça destruir a Avenida Santo Anjo da Guarda



A Avenida Santo Anjo da Guarda é a principal ligação do bairro Guarda do Cubatão, com a BR-101 e o Centro de Palhoça

Veículos pesados, inclusive ônibus, também trafegam pela principal avenida do bairro








A avenida, que é considerada “a rua geral do bairro Guarda do Cubatão”, calçada com paralelepípedos, já perdeu uma parte da pista. A outra rua, de chão batido, foi duramente castigada pela turbulência das águas, que descem de Santo Amaro da Imperatriz e municípios vizinhos.




Na estrada de acesso ao Morro dos Quadros, o Rio Cubatão parece ainda mais ameaçador

No detalhe (foto à direita), estão bem nítidas as marcas da erosão



Fotos: Daniel Zimmermann










Na curva próxima à Santa Cruz, metade do leito da rua já desapareceu, calcula o vereador. “Mais algumas enxurradas, mais alguns temporais, e provavelmente perderemos o que resta da Avenida Santo Anjo e da rua de acesso ao Morro dos Quadros”.

quinta-feira, setembro 03, 2009

CÂMARA APROVA ISENÇÃO DE PEDÁGIO PARA TODOS VEÍCULOS EMPLACADOS EM PALHOÇA

Ao final de uma sessão ordinária de muitos debates e intensa polêmica, a Câmara de Palhoça aprovou o Projeto de Lei Complementar no. 11/2009, com a inclusão da Emenda 02 / 2009, que garante isenção de pedágio para todos os veículos emplacados no município de Palhoça. A lei, que obviamente será sancionada pelo prefeito Ronério Heiderscheidt (PMDB), deverá entrar em vigor no próximo dia 15 de setembro. O valor da isenção, contudo, não poderá ultrapassar o montante que a concessionária deve repassar à Prefeitura Municipal, a título de ISS.

O texto original, de autoria do Executivo, previa isenção apenas para 1.762 veículos, que foram previamente cadastrados, principalmente da Região Sul do município.

O vereador Nirdo Artur Luz (Pitanta – DEM), vice-presidente da Câmara de Palhoça, retirou, estrategicamente, a Emenda 01 / 2009, que pedia a isenção para todos os veículos emplacados no município, porém sem condicionamento ao valor a ser arrecadado com ISS, pela Prefeitura. A sessão foi suspensa e, ao final de uma reunião que durou mais de meia hora, os vereadores resolveram apresentar uma emenda coletiva, que recebeu onze assinaturas.

Ao final da sessão de segunda-feira, Pitanta disse que a Câmara “fez justiça, agiu com dignidade e respeito aos palhocenses”.

A REUNIÃO

Na reunião com o prefeito, vereadores, secretários e alguns poucos empresários, na tarde de quinta-feira, 27, a senadora Ideli Salvatti anunciou três propostas: mudança da praça de cobrança de pedágio, do km 221 para o km 246, na divisa com Paulo Lopes; ou, construção de uma ponte alternativa, sobre o Rio Cubatão; ou, ainda, a isenção, apenas para os veículos cadastrados pela Prefeitura.

O PROJETO

O Projeto de Lei Complementar 11/2009, de autoria do Executivo Municipal, propunha a gratuidade do valor da taxa de pedágio “aos proprietários de automóveis, caminhonetas, motocicletas e motonetas”, que foram cadastrados pela Secretaria Municipal da Receita”. A isenção anunciada pela Prefeitura de Palhoça atingia apenas os 1.762 veículos cadastrados.

A concessionária Auto Pista Litoral Sul S/A não deverá perder um único centavo com a isenção. Isso porque, através do projeto 11/09, a Prefeitura pede autorização à Câmara, para “deduzir do valor devido, a título de ISS, pela empresa (OHL), incidente sobre a taxa de pedágio, o custo referente à gratuidade concedida”.

Isso significa dizer que, todos os contribuintes palhocenses arcarão com os custos decorrentes da isenção, segundo cálculos de hoje, algo em torno de quinze mil reais mensais. Porque é dinheiro que entra nos cofres, mas só poderá ser usado para sustentar a isenção.

Assim sendo, o pedágio não é um bom negócio, nem para a Prefeitura, e muito menos para os munícipes. Basta considerar que o ISS a que Palhoça tem direito, é calculado com base no trajeto de oito quilômetros, entre a divisa com São José e a praça de cobrança.

O mesmo projeto de lei define que “a concessão vigorará até a conclusão ou a liberação de um acesso alternativo, aos usuários beneficiados com a gratuidade da taxa de pedágio”.

A EMEMDA

Estrategicamente, o vereador Pitanta retirou a Emenda 01, para facilitar o acesso da Emenda 02, coletiva, que assegura isenção de pedágio para todos os veículos (automóveis, caminhonetas, motocicletas e motonetas),emplacados em Palhoça, até o montante arrecadado a título de ISS. Ou seja, se a Prefeitura arrecadar quinze mil reais em ISS, resultante do pedágio, poderá isentar veículos até o mesmo valor. Estudos indicam que o município tem cerca de 50.000 veículos licenciados.

Outra emenda coletiva proposta, de no. 03, e aprovada, afirma que a lei entrará em vigor, a partir do dia 15 de setembro, tendo vigência até que seja construído um caminho alternativo.

Para o vereador Isnardo Brant (PMDB), líder do governo na Câmara, o Legislativo deu “uma demonstração de maturidade, na busca de uma solução mais conveniente para os palhocenses”. O presidente da Câmara disse que “a emenda é ótima. Vai beneficiar todos os palhocenses que têm carros emplacados no município”.

sábado, agosto 15, 2009

Editorial – COLLOR AMEAÇA SIMON E CONSTRANGE OS BRASILEIROS

O balaio de escândalos, patrocinados pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB), e sua quadrilha, transbordou, e atingiu o extremo da paciência dos brasileiros. Naquela casa de orgias e corrupção, ninguém respeita mais ninguém.

Um episódio, no entanto, se tornou muito grave. O canastrão Fernando Collor de Mello, fez um pronunciamento agressivo, grosseiro, ameaçador, contra o senador Pedro Simon (PMDB – RS), um dos últimos pilares de honestidade da República. Ameaçador, é o termo mais exato. Xingou o respeitável sulista e ainda culpou a imprensa pela podridão que abala as estruturas do Senado da república brasileira do mensalão.

A postura de Collor de Mello, que, no passado, subiu a rampa do Planalto como rei e deixou a casa pela porta dos fundos, é um demonstrativo do quanto de podre há naquela casa legislativa.

Quem achava que, durante o período em que esteve afastado da vida pública, Collor de Mello, tinha aprendido algo, que o tombo da presidência lhe servira de lição, que moldara seu espírito vulgar, mesquinho, fútil e aventureiro, se enganou. Collor de Mello é o mesmo arrogante, diria, até, imoral. Pois é uma imoralidade atacar e ameaçar o veterano Pedro Simon.

Ao senhor Collor de Mello, quero dizer, por fim, que cangaceiro com fama de valente, nós aqui do Sul, costumamos cortar aquilo, que é supostamente roxo, para ser pendurado numa esquina qualquer, para a cachorrada vadia de rua lamber.

Constatada tamanha arrogância e agressividade, recomenda-se que, na portaria do Senado, por onde entram os senadores – muitos deles, suplentes, sem nenhum voto, de procedência duvidosa, coma validade ética vencida –, que sejam instalados detectores de metais, e que alguns senhores, que lá se escondem da polícia e da Justiça, que sejam revistados. Motivos para tal temores, os brasileiros os têm de sobra. Cenas de sangue já foram registradas no Senado.

Lamentamos... Mas devemos lembrar que, em 1963, o então senador Arnon de Mello (UDN-AL), pai de Fernandinho Collor, e seu adversário, Silvestre Péricles de Góes Monteiro (PSD-AL) sacaram armas dentro do Senado. Arnon, pai do Collor de hoje, errou o alvo e matou o suplente de senador, José Khairallah (PSD-AC). Os envolvidos foram presos.

Porém, em sessão secreta, por 44 votos contra 4, decidiu-se não abrir processo de cassação contra os dois pistoleiros. Tiveram a imunidade parlamentar suspensa e foram processados na Justiça comum. E, como a impunidade não nos surpreende, os dois pistoleiros foram absolvidos, em abril de 1964. (Notem que a diferença entre imunidade e impunidade é simplesmente um “p”).

Fico imaginando se aquela cara de pistoleiro de bang bang barato, a máscara que o senador Fernando Collor de Mello utilizou para ameaçar Pedro Simon e o Brasil, não é um indicativo de uma violência extrema, contida, como um vulcão que pode explodir a qualquer momento.

terça-feira, agosto 04, 2009

Editorial – REPÚBLICA DO MENSALÃO, O PEDESTAL DA IMPUNIDADE

Os brasileiros, de um modo generalizado, parecem anestesiados, sem capacidade de reagir, diante das várias denúncias de corrupção. Principalmente, porque predominam as regras da instituição denominada impunidade, talvez, a mais sólida, hoje, no país. Sobre a impunidade, devemos nos concentrar em torno dos mesmos argumentos. A justiça falha porque tarda demais, protege a bandidagem da política. E político corrupto faz favor aos seus comparsas de crime. No caso mais recente, o presidente Lula da Silva está apenas devolvendo um favor a José Sarney. A quadrilha do senador e presidente do Senado protegeu os mensaleiros do PT e Lula da Silva & Cia. Ltda.

A crise do Senado se agrava. Na terça-feira, 28, o jornal O Estado de São Paulo fez uma revelação estarrecedora, difundida pela Agência Estado: “Pelo menos 70% dos membros do Conselho de Ética do Senado são suspeitos de irregularidades”. Segundo o respeitável jornal, isso explica “A esperada benevolência do Conselho de Ética com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP)”. A biografia dos senadores esclarece porque a podridão que assola o Senado da República, de onde escorre um caldo fétido, nunca é alvo de punição.

Segundo o jornal, “pelo menos 70% dos membros do colegiado são alvos de inquéritos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), réus em ações penais e/ou envolvimento com nepotismo e atos secretos nos últimos anos”.

O mais grave, é que “caberá a esses senadores decidir, na terça-feira, 04 de agosto, o destino dos pedidos de abertura de processo de cassação de Sarney”. É, de fato, exigir demais que eles adotem uma postura mais ética contra o bandoleiro Sarney. O presidente do Senado é um deles, um igual, alguém cheio de privilégios. Como a maioria deles, um político que se aproveita da coisa pública em benefício próprio e dos seus. Um quadrilheiro, que assalta os cofres públicos. E que é protegido pela legislação: foro privilegiado. E goza das benesses patrocinadas pela oportuna lentidão da justiça.

Ainda segundo o “Estadão”, o senador Sarney “é acusado de ligação com boletins administrativos sigilosos, nomeação de parentes e afilhados, além de desvio de recursos da Petrobras pela Fundação José Sarney. A fundação vive hoje a perspectiva de intervenção por parte do Ministério Público (MP) do Maranhão, por causa do desvio de cerca de R$ 500 mil de uma verba de patrocínio de R$ 1,34 milhão, concedida pela estatal do petróleo”.

A reportagem do jornal – informa a Agência Estado – “cruzou a lista de integrantes titulares e suplentes do Conselho de Ética, com escândalos recentes semelhantes aos que alcançaram Sarney. Poucos escapam. Dos 30 titulares e suplentes, ao menos 21 estão nessa malha fina. Dos 14 suplentes, dez empregaram parentes, assinaram atos secretos, são alvos de inquérito ou réus em processos”.

“A tropa de choque do PMDB, por exemplo, marcha unida nesse quesito. Os quatro titulares – Wellington Salgado (MG), Gilvan Borges (AP), Paulo Duque (RJ) e Almeida Lima (SE) – têm algum tipo de ligação com nepotismo, ato secreto ou investigação externa. Outros quatro titulares aliados de Sarney também fazem parte desse grupo: Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), Gim Argello (PTB-DF), João Durval (PDT-BA) e Romeu Tuma (PTB-SP). Juntos com João Pedro (PT-AM) e Inácio Arruda (PC do B-CE), eles somam votos suficientes, entre os 16 titulares, para barrar as cinco representações que já foram protocoladas contra Sarney”.

Outros três titulares no Conselho de Ética têm seus nomes em boletins sigilosos ou casos de nepotismo: Demóstenes Torres (DEM-GO), Heráclito Fortes (DEM-PI) e Eliseu Resende (DEM-MG). Na terça-feira, 28, o Estado publicou a reportagem, na qual afirma que “o presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ), emprega um assessor "fantasma" no próprio órgão, desde novembro”.

É uma situação muito grave. Uma vergonha para o país. Os brasileiros decentes precisam reagir. Não pode ser tratado como “conselho de ética”, um amontoado de corruptos desonestos, reunidos em salões suntuosos.

A Roma antiga foi queimada porque o caldo fétido da corrupção e os resíduos do esgoto corriam juntos, nas valas comuns.

Abrascam confirma: “Pitanta é campeão de mandatos no Brasil”

A Abrascam – Associação Brasileira das Câmaras Municipais – confirmou, recentemente, aquilo que a maioria dos palhocenses e outros catarinenses já sabiam: “Não existe, no Brasil, outro vereador com oito mandatos consecutivos – ou seja, sem nunca se afastar do Legislativo”.

O recordista é o vereador Nirdo Artur Luz (DEM), que exerce o oitavo mandato. Pitanta nunca aceitou convite para ocupar cargos na administração municipal ou mesmo na estadual. E muitas foram as tentações, nesses mais de 30 anos de vida pública.


Pitanta: oitavo mandato, três décadas no Legislativo de Palhoça
Foto: Heverton Alessandro

Essa informação ocupou espaço de destaque, no “Jornal Democratas”, uma publicação do partido que, em Santa Catarina, tem como maior liderança, o ex-governador e ex-senador Jorge Bornhausen.


Com o título “Pitanta campeão de mandatos”, a publicação lembra que o palhocense se elegeu, pela primeira vez, em 1976, aos 18 anos de idade, incentivado pela mãe, já falecida, Natalina Martins Luz. À época, a legislação garantia mandato de seis anos. Pitanta foi o mais votado naquele ano, e, por isso, conseguiu a reeleição, para um segundo mandato, também de seis anos, com muita facilidade. E, na seqüência, conquistou mais seis vereanças de quatro anos, em 1988, 1992, 1996, 2000, 2004 e 2008.

Estranhamente, o jornal, uma publicação do DEM – que a nível de estado faz parte da Tríplice Aliança, e que, em Palhoça, é aliado da administração municipal –, também trata Pitanta como “oposição ao prefeito” Ronério Heiderscheidt. “O vereador é, hoje, líder da oposição, em Palhoça”, afirma o informativo.

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sábado, julho 18, 2009

Editorial – PEDÁGIO EM PALHOÇA: COMEÇA A BUSCA À ARCA PERDIDA

A Prefeitura de Palhoça deu início ao cadastramento dos quase 14 mil veículos, dos munícipes que residem em 15 bairros, da Região Sul, a mais prejudicada pela cobrança de pedágio. Ao que parece, trata-se de uma atitude precipitada. Precipitada, porque nada está definido, em termos de garantias de isenção.

Na quinta-feira (16 de julho), por volta das 12 horas, conversei, demoradamente, com o vereador Nilson João Espíndola, que estava em Brasília, acompanhando o presidente e vice-presidente da Câmara, respectivamente, Nazareno Martins e Nirdo Artur Luz (Pitanta). Via MSN, Nilson, passou informações que, imediatamente, transmiti aos ouvintes da Rádio Cambirela. Os três vereadores participaram de uma reunião na ANTT, em Brasília – assunto que será detalhado, na sequência.

Em verdade, vos digo: Não existe uma garantia de isenção do pagamento de pedágio. O assunto somente será definido, numa reunião agendada para o próximo dia 5, em Brasília.

Mesmo assim, a isenção, se for autorizada, será temporária, até que obras complementares sejam realizadas, como uma ponte sobre o Rio Cubatão e uma estrada alternativa. Isso mesmo. Para que a cobrança de pedágio seja legal, as autoridades precisam construir estradas alternativas.

O cadastramento dos 13.963 veículos, de moradores do Sul de Palhoça, começou no dia 15 e se estenderá até 31dejulho. Informações não confirmadas oficialmente dão conta de que, no primeiro dia, houve tumulto nos balcões de cadastramento.

Os vereadores, que participaram da reunião na ANTT, defendem um plano de isenção para todos os veículos licenciados em Palhoça. Essa é a postura mais sensata.

Devemos lembrar que, no início do ano, o prefeito Ronério Heiderscheidt anunciou isenção, que ficou condicionada ao pagamento de IPTU. Foi uma correria, filas de munícipes interessados na prometida isenção da taxa de pedágio. Mas era só uma promessa, que não foi cumprida.

E, agora, sem ter a certeza de que a isenção será autorizada, o prefeito Ronério provoca outra romaria aos balcões da casa vermelha. Fico só imaginando o tamanho da confusão, a decepção, daqueles que enfrentaram filas, que se cadastraram, se não for confirmada a isenção.

A “nova” isenção, prometida pela administração da “nova Palhoça”, destina-se aos habitantes espalhados por toda a Região Sul, do Rio Cubatão até a divisa com Paulo Lopes.

A assessoria de comunicação da Prefeitura informa que “essa (a proposta de isenção) foi uma das definições da audiência, que aconteceu, na manhã de terça, dia 14, na sede da ANTT, em Brasília”. Debateram o assunto, em volta da mesma mesa, com o presidente da ANTT, Bernardo Figueiredo, o prefeito de Palhoça, Ronério Heiderscheidt, o presidente da Câmara, Nazareno Martins, os vereadores Nilson João Espíndola e Nirdo Artur Luz (Pitanta). Também estavam presentes o diretor superintendente da OHL em Santa Catarina, Márcio Protta, e representantes do Ministério Público Federal e do DNIT.

A senadora Ideli Salvatti que, num passado nem tão distante, organizava protestos na praça de pedágio da SC-401, em Florianópolis, onde chegava mesmo a se deitar sobre a pista, testemunhou o encontro.

Na tal reunião, informa o comunicado da Prefeitura, “ficou resolvido que a ANTT, OHL e o DNIT serão responsáveis pelo projeto do acesso alternativo (com ponte sobre o Rio Cubatão), que servirá de desvio, para a praça de pedágio, no Km 221 na BR 101, e pela execução das obras pendentes no bairro Aririú Formiga”.

Na agenda oficial, ficou anotado que, no dia 05 de agosto, em Brasília, na sede da ANTT, deverá acontecer uma nova negociação, “para ajustar detalhes”. Nessa data, descobriremos se essa nova etapa de cadastramento de veículos terá alguma validade. Se as autoridades de Brasília vão ou não isentar os veículos licenciados em Palhoça.

Eu recomendo ponderação. Nada de correria aos balcões da casa vermelha, em busca da isenção, como se fosse uma arca perdida. Cuidado, não há nenhuma garantia de que a arca perdida guarda um pergaminho de isenção. O melhor mesmo é aguardar o resultado da reunião, agendada para 5 de agosto.

(Editorial publicado na coluna Baby Espíndola – Jornal Primeira Folha).

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IPVA em dia: muito estranho

No ato do cadastramento, na sede da Prefeitura de Palhoça, no Loteamento Pagani, os interessados, na isenção do pagamento de pedágio, devem apresentar documentos, como escritura do terreno, contrato de locação, ou carnê do IPTU, talão de água, luz ou telefone.

Também estão exigindo o Certificado de Registro de Licenciamento de Veiculo ( CRLV), IPVA em dia, desde que licenciado em Palhoça. Outras informações, pelo telefone (48) 3279-1761.

Por que “IPVA em dia”? Estão cadastrando ou fiscalizando, e cobrando taxas? Muito estranho. Fizeram isso, no primeiro cadastramento, exigindo quitação de IPTU. E tudo não passou de promessas.

Cuidado, senhores, sou muito amigo do Zorro.



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Rádio Saudade, no Tinho’s Bar

Na noite de sexta-feira, 31 de Julho, às 20 horas, tem Rádio Saudade Especial, no Tinho’s Bar. Será uma segunda edição, pois, na noite de cinco de junho, aconteceu o primeiro evento no mesmo local. E foi um sucesso. Por isso, fomos convocados outra vez.

Rádio Saudade é um espetacular programa de rádio, que mistura a boa música, poesia e romantismo dentro da noite. Um excelente repertório, inclusive dos bons tempos da Jovem Guarda. Rádio Saudade é apresentado, diariamente, das 21 às 23 horas, com reapresentação a 01 da madrugada. É um dos programas de maior audiência da Rádio Cambirela (http://www.radiocambirela.com.br/).

É claro, no Tinho’s Bar tem a boa comida. Enquanto você relembra os grandes sucessos musicais do Brasil e do mundo, será servido um delicioso jantar: aipim com galinha. Uma especiaria!

Então, estão todos convidados: Rádio Saudade Especial, com Baby Espíndola, sexta-feira, 31 de julho, às oito da noite, no Tinho’s Bar. Local: Avenida Aniceto Zacchi, 582, em frente ao Supermercado Pierri, na Ponte do Imarui.




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A praia abandonada

Dia e noite, principalmente com as ressacas de inverno, a bucólica, simpática e aconchegante Praia do Tomé, na Barra do Aririú, em Palhoça, vai desaparecendo. Pouco resta da faixa de areia, outrora farta.

Enquanto isso, os projetos continuam engavetados nos órgãos (in)competentes do Governo do Estado. O prefeito Ronério Heiderscheidt e os vereadores precisam fazer algo, para restaurar a Praia do Tomé.


A foto mostra que, da faixa de areia, outrora farta, muito pouco restou
Foto: Baby Espíndola




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O bandido veloz

A Polícia Rodoviária Federal está muito interessada em descobrir, se todas as vítimas, do acidente da madrugada de segunda-feira, 13 de julho, na BR-282, em Palhoça, embarcaram no Golf, na área da New Time, ou se pegaram carona no caminho.

Não entendo a suposta importância desse detalhe. As autoridades devem se concentrar em fatores mais importantes: quanto o motorista e os ocupantes beberam, até a madrugada, se usaram drogas?


Por que a polícia não fiscaliza, nas saídas de casas noturnas? Não é novidade, para ninguém, que os freqüentadores de shows, baladas e tantos eventos, se embriagam ao extremo e usam drogas.

E, por que José Carlos Moretto, 28 anos, condenado pela justiça, por sequestro do filho de um ex-prefeito de Xavantina, em 2002 estava em liberdade.

A resposta, posso antecipar desde já: porque a justiça brasileira é uma vergonha. Além de cega e lenta – de tão lenta, perde corrida para tartaruga de três pernas –, é muito delicada com os bandidos. Vergonhosamente gentil e delicada.




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Gambá no Senado

Permitir que José Sarney investigue a patifaria, que envolve o Senado Federal – de onde escorre um suculento caldo de esgoto –, é como aceitar que um gambá cuide das galinhas. Vai comer todas. É capaz de estuprar algumas.

Independentemente da vontade do presidente Lula da Silva e da senadora Ideli Salvati, os grandes protetores de Sarney, ele deveria ser afastado da presidência do Senado e processado. Lula acha que Sarney não pode ser punido, porque não é um cidadão comum.

E a Constituição, senhor presidente? Vossa Excelência nunca leu o artigo 5º., que define direitos iguais para todos os brasileiros... Se nunca leu, peça para um puxa-saco do Planalto soletrar o texto para Vossa Excelência.

quinta-feira, julho 09, 2009

Editorial – UM SISTEMA FINANCEIRO CRIMINOSO

Num dia qualquer de junho, um cidadão palhocense, um pobre, da cota pessoal do presidente Lula da Silva, foi a um banco qualquer, integrante do sistema financeiro brasileiro, e foi assaltado por uma moça peituda. Peituda, devido à ousadia na aplicação das taxas de juros.

O pobre brasileiro, pagador de impostos e juros extorsivos, portanto, explorado, foi saldar uma dívida de 58 reais, que ficara esquecida, no meio de uma papelada. Atente para esse detalhe: uma dívida de 58 reais, durante 41 dias, acumulou juros de 22 reais, quase 50 por cento sobre o valor da fatura.

Isso é crime, é roubo, assalto, estelionato. Não importa a modalidade, a qualificação técnica, a tipificação do delito. É crime. No mínimo, um atentado ao bom senso. Caracteriza a criminosa omissão do Governo Federal, do Banco Central, de todo o complexo do sistema financeiro.

Além de tudo, escancara a hipocrisia do falastrão Lula da Silva, que alardeia um discurso em defesa dos “mais pobri”, quando, na verdade, contribui, com sua vergonhosa omissão, para o empobrecimento dos trabalhadores, justamente aqueles de menor poder aquisitivo.

Ele, o presidente, se beneficia do sistema e do conseqüente empobrecimento de parte da população. Por quê? Porque, quanto mais dependentes da miséria, mais gente atrelada ao bolsa-voto, o bolsa família, o maior estelionato político das Américas. É o conhecido toma-la-dá-cá. Votos trocados por favores palacianos.

Menos juros, senhor presidente, é quesito importante para aumentar o consumo por parte da classe trabalhadora. E, se aumenta a procura por produtos nas lojas, o comércio vende mais, as fábricas produzem mais, e o governo arrecada mais impostos. Todos se beneficiam desse fenômeno. Porém, quando apenas os bancos lucram, através do mecanismo criminoso dos juros extorsivos, ocorre justamente o contrário: menos produção, queda das vendas, declínio do consumo. Lula da Silva e seus comandados precisam aprender essa regra simples.

Em verdade, quando um trabalhador paga quase 50 por cento de juros, sobre uma fatura de 58 reais, como punição máxima pelo atraso de 41 dias, que leitura se faz dessa contabilidade perversa? Que o brasileiro está sendo explorado pelos bancos, com o consentimento do governo da república brasileira do mensalão.

Para que possamos entender a gravidade da situação, devemos nos debruçar sobre essa superficial equação. Se um débito de 58 reais gerou juros de 22 reais, uma dívida de 58 mil reais geraria uma “punição” de 22 mil reais. Se aumentarmos os zeros, teremos: 58 milhões, para 22 milhões de juros, e assim por diante.

A partir daí, podemos entender o quanto que lucram os bancos. Passamos a compreender porque, no Brasil, até lojas que vendem cuecas, insistem em oferecer dinheiro emprestado. Aliás, muito apropriado. Depois da invenção da cueca transportadora de valores, carro forte é coisa do passado. Em tempo: dólar na cueca não é título de filme. Tem tudo a ver com amigos do chefão da republiqueta do mensalão. É a turma da cueca vermelha em ação.

Fecho esse texto com a frase chavão do primeiro parágrafo. Moça peituda, que não é do big brother, assalta brasileiro dentro de um banco. Na verdade, a moça não tem culpa, nem por ser peituda (inclusive, isso é um importante qualificativo; e viva a república brasileira do silicone!), nem pela cobrança dos juros abusivos. Ela, como milhares de bancários, cumpre ordens de um sistema financeiro criminoso.


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domingo, julho 05, 2009

Editorial – GREVE DO TRANSPORTE COLETIVO, A NOVELA SEM FIM

A quarta greve do transporte coletivo, que atingiu os principais municípios da Região Metropolitana de Florianópolis, mais parece uma novela sem fim.

Sem fim, porque uma solução definitiva não foi encontrada pelas partes diretamente envolvidas na contenda. Os grevistas apenas deram uma trégua. Mas, como o impasse persiste, não demora muito e, novamente, a clientela do único meio de transporte coletivo regional será usada como massa de manobra. E, pela omissão das “otoridades” do Executivo autoritário, do Legislativo podre e do Judiciário cego, os clientes do caótico transporte vão pagar as contas. E já estão pagando. Aliás, sempre pagam.

Vejam que trato as pessoas que dependem dos ônibus como clientes, e não usuários. Devemos evitar o termo “usuário”, que soa pejorativo, pobre, o que é de interesse de alguns políticos poderosos, que, há anos, não utilizam as ruas e estradas congestionadas da Região Metropolitana de Florianópolis.

Aqueles, que insistem em permanecer empoleirados no poder, usam helicópteros até para vencer pequenas distâncias, de pouco mais de dez quilômetros, como é o caso da “ponte aérea” Florianópolis / Palhoça. Já os comuns mortais se arrombam no trânsito terrestre, vergonhosamente congestionado.

A greve do transporte coletivo é fruto de um sindicalismo autoritário, atitude muito própria da turma da cueca vermelha. Atinge impiedosamente mais de 200 mil pessoas, diariamente, por conta da omissão das “otoridades”, e pela incompetência da Justiça Trabalhista, que pune, mas não pune; que toma decisões que ninguém cumpre. Porque, de um modo geral, no Brasil, decisões judiciais não são cumpridas pelos poderosos. E os sindicatos são poderosos.

Na cobrança por uma solução imediata, toda a mediação é atirada, como pedra burocrática, nos ombros do prefeito Dário Berger (PMDB), de Florianópolis. Mas, precisamos entender que o sistema é semi-integrado, numa composição que envolve, além da Capital, também os municípios de Santo Amaro da Imperatriz, Palhoça, São José e Biguaçu.

Portanto, os demais prefeitos deveriam ser chamados à mesa de negociação. E os munícipes, de forma organizada, precisam aprender a exercer algum tipo de pressão sobre todos os prefeitos, cobrando também um envolvimento das Casas Legislativas, na solução do problema transporte coletivo.

E o Governo do Estado, porque não se manifesta? Ou, os sofredores do transporte coletivo não são catarinenses!? Todos os administradores públicos da região têm sua parcela de culpa. Particularmente o Governo Estadual. Desde o primeiro mandato, o governador Luiz Henrique da Silveira vem prometendo metrô de superfície. Mas, até agora, nenhum metro de metrô foi construído.

E onde está o tão anunciado transporte marítimo? O que se sabe é que os sucessivos projetos para implantação do transporte marítimo acabam sempre naufragando nos esgotos da burocracia, sufocados por interesses mesquinhos.

Não se pode, também, omitir a culpabilidade do Governo Federal, no encarecimento do transporte coletivo, em todo o Brasil. Todos os impostos juntos, que incidem sobre o transporte coletivo, aumentam em mais de 40 por cento os valores das passagens. A carga tributária, que penaliza as empresas do transporte coletivo, na verdade, varia entre 42 e 48 por cento, segundo estudos estatísticos divergentes. Seja qual for o índice real, é vergonhoso.

Enquanto o presidente Lula da Silva arrota um discurso em defesa dos “mais pobri”, na realidade, explora essa massa menos conhecedora de seus direitos, e que não tem acesso à informação. Justamente por isso, mais fácil de se iludir.

Não há como esconder. Também no quesito transporte coletivo, o governo da república brasileira do mensalão sacrifica justamente os mais pobres. O “cumpanhero” sindicalista jura que governa para “us pobri”, mas destes arranca o couro com a maior carga tributária do mundo. Inclusive sobre as passagens do transporte.

Sem tantos impostos sobre o transporte coletivo, o valor das tarifas dos coletivos certamente seria reduzido, e, além disso, as empresas poderiam pagar melhores salários aos funcionários.

Mas, o império federal do mensalão, um similar da Roma Antiga, não demonstra nenhum interesse em caminhar no sentido da desoneração. Sempre buscando a popularidade, Lula da Silva reduziu o IPI dos automóveis e motocicletas, o que privilegiou o transporte individual, em detrimento do coletivo, justamente o que atinge a maior parte da população. Reduzir o IPI que incide sobre chassis, motores, peças, pneus e carrocerias de ônibus, vagões de trens e metrô, essa, sim, seria uma ótima medida.

A desoneração dos custos do transporte coletivo urbano, ao que parece, é a melhor saída para o problema crônico. Mas, uma solução parece muito distante. Os trabalhadores não admitem achatar salários, as empresas afirmam perdas constantes, devido aos aumentos de insumos, e o Governo Federal pretende arrecadar cada vez mais.

Enquanto isso, as conseqüências das sucessivas greves são desastrosas. Quem, por força das circunstâncias, precisa trafegar com carro próprio, no centro (Ilha) da capital catarinense, está sentindo o caos viário da segunda pior cidade em mobilidade do mundo. Espremida entre montanhas e o mar, a cidade de Florianópolis, vive dias difíceis. E, por falta de planejamento, pior ainda, porque os planos aprovados não são executados, o sistema viário do eixo São José / Florianópolis tende a se transformar num verdadeiro inferno.

Agravam a situação, os milhares de veículos que invadem a região, a cada greve – a quarta, somente este ano –, situação que deve se tornar permanente, por falta de alternativas no sistema viário, mas, principalmente, porque o transporte coletivo é invariavelmente ineficiente e, a partir de fatos recentes, pouco confiável.

sábado, junho 20, 2009

Editorial – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL SUCATEIA A PROFISSÃO DE JORNALISTA

Jornais, revistas, emissoras de rádio e de televisão, agências de notícias do Brasil e do mundo, estão repercutindo a polêmica decisão do Supremo Tribunal Federal, que implica no exercício da profissão de jornalista. O site G1 da Globo, informa que “o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (17) derrubar a exigência do diploma para exercício da profissão de jornalista”. Detalha que a decisão contou com oito votos favoráveis e um contra, o do ministro Marco Aurélio Mello.

O que o Supremo fez, não encontra justificativa. Até os completamente leigos estão criticando esse ato, uma intromissão do Judiciário sobre o Legislativo fraco, podre. Os ministros agiram sorrateiramente, e de tudo fizeram para esvaziar a única instituição, que tem o reconhecimento popular, e que vem denunciando os atos de corrupção dos três poderes.

E, pode estar aí, a motivação embutida, para justificar tal ato irracional, digno de um bando de macacos, reunidos em torno de um cacho de bananas. Acredito que o Supremo tentou desvalorizar os atos da imprensa, que vem investigando corrupção no Executivo, no Legislativo e, inclusive no Judiciário.

A postura do Supremo, nos remete, justamente, a essa conclusão: qualquer um, a partir de agora, poderá ser jornalista. Um traficante, por exemplo, poderá criar o jornal O Tráfico, com uma possível coluna chamada Bolsa da Coca, ou Esquina do Crack. As prostitutas poderão criar a Rádio e TV Programa. Aliás, não será uma idéia nada original, porque Gilberto Gil, quando ministro da Cultura, usou dinheiro público para criar uma rádio voltada à prostituição, em Salvador, Bahia, onde, literalmente, as “radialistas” realizam programas.

Milhares e milhares de homens e mulheres, motivados por vaidades e outros sentimentos menos nobres, se aventurarão, a partir de agora, principalmente na televisão.

Até então, alguém poderia se dizer jornalista, mediante o diploma de qualificação, ou pela conquista da DRT. Esse mecanismo protegia aqueles que exerciam a profissão antes das faculdades em suas respectivas cidades. Em Santa Catarina, por exemplo, quem exercia a profissão, regularmente, antes de 1979, adquiriu o direito à DRT, através de um processo junto ao Ministério do Trabalho.

A decisão do Supremo é perigosa, porque não exige mais nada, o que equivale dizer que a profissão de jornalista foi extinta.

Não estou discutindo talento, capacidade, nem mesmo a eficiência das faculdades de jornalismo. Mesmo porque não é o tema em questão. E até lembro que grandes nomes do rosário de formadores de opinião, não cursaram o curso de jornalismo. Proponho um debate sobre regras de acesso à profissão. Por exemplo: para ser um músico, não basta tocar bem um instrumento. É necessário adquirir a carteirinha de músico da Ordem dos Músicos do Brasil. É uma regra, um requisito.

Ocorre que, o Supremo age como míssil desgovernado, atirando no escuro, justamente porque o Congresso da república federativa do mensalão não cumpre suas funções. Enquanto alguns bandidos, que se escondem, na Câmara e no Senado, fugindo da Polícia Federal e de setores (ainda confiáveis) da Justiça, discutem sobre o direito de saquear os cofres públicos, atos secretos e nomeações de parentes, o Supremo arrisca rabiscos de legislação.

Por fim, arrisco apostar um caroço de azeitona, na possibilidade de, futuramente, uma outra geração de ministros do Supremo, modificar essa decisão confusa e arbitrária, que alguns supostos iluminados praticaram em nome de uma democracia, que escorre nas valetas do submundo.

A propósito, o Supremo não encontra tempo para julgar os mensaleiros e outros golpistas. E viva a república do mensalão!

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Procuro uma toga preta

Estou procurando uma toga preta para comprar. Pode ser de segunda mão, roída pelas traças, mofada, com vestígios de fezes de barata. Não importa. Tem que ser uma toga preta. Pode estar desbotada, mas tem que ter o brilho assustador do poder.

Depois disso, quero ser juiz, mais tarde ministro das instâncias superiores da justiça. Se os ministros do Supremo tem o direito de sucatear uma profissão tão digna, como o jornalismo, eu posso pretender ser juiz. Com um detalhe: não pretendo criar uma banca de venda de sentenças.

sexta-feira, junho 05, 2009

Editorial – LULA É CONTRA O TERCEIRO MANDATO. MAS NÃO MUITO

Tudo como o diabo gosta. Lula da Silva nega, mas caminha a passos largos para uma tentativa de terceiro mandato. Depois de participar de um evento inútil, na Cidade da Guatemala, capital daquele país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a descartar a hipótese de um terceiro mandato presidencial, em entrevista a jornalistas.

Segundo a Agência Estado, o presidente “foi enfático”, ao declarar que "o Brasil não deve ter terceiro mandato". Lula da Silva disse que não brinca com a democracia, e advertiu para um fato evidente: “Quem quer o terceiro mandato, pode querer o quarto, o quinto ou o sexto".

Esse é, justamente, o meu maior temor. Que o “cumpanhero” Lula se apaixone pelo poder (e já se apaixonou), e queira repetir a façanha do amigo Hugo Chávez, da Venezuela. Lula admira e até inveja o poder incontrolável de Chávez, como também é fã incondicional de Fidel Castro, que permaneceu quase 50 anos no trono, e, quando desceu do pedestal do poder, forçado por grave enfermidade, passou o bastão todo poderoso, absolutista, ao irmão Raul.

Aos jornalistas, Lula falou em democracia, alternância no poder, mas admitiu que não vê "nenhum mal", que presidentes de outros países queiram ter terceiros mandatos, como o venezuelano Chávez. "Mas tem que ser eleito. Tudo tem de ser feito dentro do exercício da democracia”, advertiu Lula. Aqui, o projeto Lula foi revelado. Tem que ser através do voto. E, para haver eleição, basta alterar a Constituição.

Em verdade, na América do Sul, um grande golpe está sendo implantado. As raízes vêm de uma vertente que, aparentemente, secara, chamada União Soviética. Ocorre que o poder se espalhou, e o dinheiro dos políticos e de criminosos daquele império não foi queimado em praça pública. Está, atualmente, a serviço do poder, na frágil América do Sul.

Devemos relembrar que Lula da Silva evitou assinar – não imprimiu sua digital – o documento que impediria alterações, com fins eleitoreiros, na Constituição Federal. Todos os outros candidatos que disputaram a última eleição presidencial, assinaram tal documento. Por que Lula se omitiu? Pense... pense... Pensar faz bem para a saúde (mental). Nos deixa menos alienados.

Nosso democrático presidente, que surfa no prestígio de uma popularidade de mais de 81 pontos – alavancada pelo bolsa-voto (a mais escandalosa compra de votos já registrada nas Américas), e também empurrado pela mídia eletrônica (que é sustentada pelo dinheiro chapa branca do BB, CEF, Petrobras e ministérios) – nega, veementemente, a intenção de disputar o terceiro mandato.

Mas nada faz, para impedir que alguns de seus capachos políticos manobrem no Congresso Nacional, com o objetivo de alterar a Constituição. Se, é contra o terceiro mandato, deveria adotar medidas enérgicas, através das principais lideranças e assessores, para evitar essa mobilização golpista. Mas, não o faz. Em verdade, é contra o terceiro mandato, mas não é muito, não!

Contra suas intenções golpistas e a favor da democracia, há um fator importante a se considerar. O Congresso está em pé de guerra. A CPI da Petrobras, um iminente incêndio, na república do mensalão, gerou uma disputa ensandecida. Todos os grupos mafiosos que controlam as duas casas, Senado e Câmara, querem o comando da CPI. E, por isso, não se concentram nas manobras golpistas.

Que se matem! O que a maioria dos brasileiros desejaria é, ler e ouvir no noticiário, bem cedo, que, na noite anterior, alguns bandidos, que se escondem no Congresso, fugindo da Polícia Federal e da Justiça, trocaram tiros e vários morreram.

Mas, voltando ao tema central... Lula, o falastrão, fica dizendo “não quero”, mas se insistirem muito, acabará aceitando. Fui forçado, com certeza dirá.

Não demora muito e aparecerão campanhas na mídia, algo parecido como três é melhor que nada. Não se esqueçam que o número “3”, em vários produtos e serviços, vem sendo popularizado, nos últimos anos, de maneira acintosa.

E, se os golpistas pretenderem implantar o terceiro mandato, quem os impedirá? O Congresso reunirá forças morais para assumir um posicionamento. Dificilmente, senadores e deputados federais terão coragem de enfrentar o poder central, exercido pelo Palácio do Planalto. A fonte eterna da corrupção secaria.

E a sociedade civil não tem mais poder de mobilização, até porque os sindicatos, associações, confederações, centrais sindicais, se fantasiaram do mesmo vermelho que subiu a rampa do Planalto. E, principalmente, porque qualquer reação popular é extremamente temerária, perigosa.

Afinal, os sem-terra e sem-vergonha, sustentados por verbas oficiais, apóiam o “cumpanhero Lula” com unhas, dentes, ferramentas (com selo de fábrica, nunca usadas, novinhas em folha), e armas letais. Membros das Farcs estão infiltrados dentro do Brasil – isso também representa um grande risco.

Tratemos, agora, do PCC, que já está repetindo o mesmo cenário de horror, implantado antes da última eleição presidencial, que tinha por meta desmoralizar o ex-governador e candidato Geraldo Alckmin. Há 15 meses das eleições, os bandidos do PCC já estão mobilizados, como guerreiros do diabo, matando, saqueando, roubando, incendiando, em São Paulo.

Enquanto isso, autoridades policiais, ministério público e outras instituições investigam as suspeitas relações do PT com o crime organizado, capitaneado pelo PCC.

Para encerrar, pois se trata de um tema muito enfadonho: Se o “cumpanhero” desejar, terá, sim, o terceiro mandato. Com tantas armas a seu favor, difícil, praticamente impossível, será impedi-lo.

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TODOS CONTRA O PEDÁGIO

Autoridades e representantes da sociedade civil organizada não desistem de lutar contra a praça de pedágio, o presente do governo Lula aos palhocenses. Enquanto a Câmara de Vereadores aguarda decisão da Justiça Federal, sobre a ação cível pública, o prefeito Ronério Heiderscheidt (PMDB) cumpre a promessa. Também impetrou um mandado de segurança, para impedir a cobrança de pedágio.
Na tarde de quarta-feira (03 de junho), aconteceu mais uma reunião de lideranças, na Câmara. Participaram os vereadores Leonel (do Proerd) Pereira, PDT, e Nirdo Artur Luz (Pitanta – DEM), além de lideranças sociais, como Charles Pires, da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) e Valdeci da Silva, presidente do PT de Palhoça. A Rádio Cambirela transmitiu, ao vivo.

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AMOR MUITO BANDIDO

Prestem muita atenção. O governo da república do mensalão está pretendendo transformar as tais instituições sócio-educativas, em motéis, para menores infratores.
Na noite de terça-feira, na calada da noite, como sempre, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei, do Poder Executivo, que cria o Sistema Nacional de Atendimento Sócio-educativo (Sinase), “que regulamenta as medidas aplicáveis às crianças e adolescentes infratores”.
E que também garante o direito de visitas íntimas aos bandidinhos e bandidinhas, desde que casados ou em união estável. Vale lembrar que “união estável”, para os delinqüentes juvenis, é qualquer relacionamento, de forma geralmente irresponsável. Milhares de crianças nascerão, fruto desses encontros bandidos. E nós pagaremos as contas. A matéria vai ao Senado Federal para discussão e votação.