quinta-feira, abril 15, 2010

Editorial – INSEGURANÇA EM PALHOÇA

Palhoça tem uma população considerável, algo em torno de 150 mil pessoas, um comércio diversificado e respeitável, uma indústria próspera, que produz para consumo interno e para exportação, porém... Sempre tem um porém. Não é respeitada pelas autoridades estaduais. O Governo do Estado, simplesmente ignora as necessidades básicas e urgentes dos palhocenses. Na questão segurança, é um violência o que o Estado vem fazendo com o povo de Palhoça.

Quando tinha dez mil habitantes, ou menos, a cidade, então chamada “rainha do litoral”, contava com uma delegacia de polícia. Isso há 30, 40 anos. A cidade se expandiu, inchou, sem planejamento, e a delegacia ainda é peça única, praticamente com o mesmo efetivo. Os enroladores do Governo do Estado dirão que, recentemente, foi criada uma Delegacia Regional. Respondo, de pronto, que se trata de um órgão burocrático.

O que a cidade, assolada por uma criminalidade sem precedentes, está exigindo, é um aumento considerável de efetivo, e a criação de, pelo menos, mais três delegacias. Da mesma forma, cobra das “otoridades”, a implantação do Batalhão de Polícia Militar, que, em enfadonhos discursos e promessas mentirosas, funciona perfeitamente. Mas que, na prática, nunca saiu do papel.

A Delegacia de Comarca de Palhoça, com seu efeito reduzido e precárias condições de trabalho, registra dezenas de BOs, diariamente. Uma papelada sem fim, que nunca resulta em solução para as vítimas. A única cela, um quarto imundo e insalubre, enjaula dezenas de criminosos pé de chinelo, e até papai que deixou de pagar pensão.

A tal cela ficou famosa, no noticiário nacional. Isso porque, sem espaço para engaiolar os criminosos, homicidas, traficantes, ladrões, a delegada Andréia Pacheco mandou acorrentá-los às colunas do prédio. Foi massacrada pelos defensores intransigentes dos direitos humanos, mas compreendida por aqueles que entendem a gravidade de se libertar criminosos, por falta de espaço na instituição estatal.

Liderando um batalhão de descontentes com a atual situação, o presidente do Poder Legislativo, vereador Nazareno Martins (DEM), esteve, recentemente, na Assembléia Legislativa, onde foi pedir socorro ao vice-presidente, deputado Jorginho Mello. Implorou, ao parlamentar, a sua intermediação, junto ao Governo do Estado, para viabilizar a construção de novas delegacias no município.

Martins recorreu ao parlamento estadual, porque, cansou das falsas promessas e do desrespeito do Governo do Estado com o povo de Palhoça. Essa mesma descrença atinge, de igual maneira, os demais vereadores e outras lideranças. O presidente da Câmara utilizou uma linguagem clara e direta, para relatar a crise de segurança, em Palhoça. “A situação é crítica”, afirmou Nazareno Martins. Segundo o vereador, “Palhoça precisa, urgentemente, de mais três delegacias, incluindo-se uma voltada ao atendimento às mulheres”.

Em comunicado à imprensa, a Assessoria de Comunicação da Câmara informou que “o deputado se comprometeu em agendar uma audiência, com o governador Leonel Pavan, para que o projeto da construção seja iniciado”.

Jorginho Mello é ágil e cumpridor de promessas. Demonstrou isso, quando governou Santa Catarina. Mesmo cumprindo uma interinidade, adicionou um regime de agilidade à emperrada máquina estatal. Mas, sua boa vontade em ajudar vai esbarrar, mais uma vez, no muro da burocracia, maquiado pela insensibilidade, do Governo do Estado. Palhocenses, sentem-se, porque esperar de pé será um suplício.

(Baby Espíndola)