terça-feira, abril 22, 2008

OS FAXINEIROS DA FAMÍLIA NARDONI

Quem tentou limpar a cena do crime? E por que os depoimentos da família Nardoni, marcados para a tarde de segunda-feira, 22, foram adiados?

A Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo estão intrigados, com um questionamento, ainda sem resposta. Quem é o exímio faxineiro da família Nardoni? Quem, com experiência de perito em crime, quase desapareceu com o rastro de sangue, do carro de Alexandre, passando pela garagem, e da porta do apartamento, até a janela do quarto do apartamento 62, do sexto andar do Edifício London, de onde Isabella foi jogada para o abismo fatal.

Esse eficaz faxineiro é o pai de Alexandre, o advogado Antônio Nardoni, o arquiteto de toda a artimanha da defesa? Ou ele é simplesmente o mentor da estratégia de limpar as pistas do crime, que os peritos do IML e do Instituto de Criminalística somente conseguiram restaurar, graças ao luminol e equipamentos modernos, recentemente introduzidos no setor de perícia da polícia de São Paulo.

Ou o eficiente serviço de faxina, que incluiu até a lavagem, com detergente, de uma fralda e de uma toalha, foi realizado por Cristiane Nardoni, irmã de Alexandre, que esteve no apartamento, logo após o crime. Segundo a polícia, a fralda e a toalha foram utilizadas para limpar o sangue da testa de Isabella, após a primeira cena de tortura, ainda no carro dos horrores.

Ou o próprio Alexandre e Anna madrasta Jatobá, antes ou após a queda mortal da menina, passaram a agir como faxineiros, apressados, na intenção de apagar as pistas. Não contavam, é claro, com os equipamentos modernos de perícia.

Verdade é que, o pai e a madrasta de Isabella, desde o primeiro momento, imediatamente após a tragédia, se preocuparam só com eles próprios, com a sua segurança. Telefonaram para os papais Nardoni e Jatobá, para contar não se sabe o quê. Buscaram a auto proteção e esqueceram de ligar para o socorro. Talvez, não fosse conveniente um socorro muito rápido. Os socorristas foram alertados por um vizinho, depois pelo porteiro.

Enquanto isso, a menina Isabella, aos cinco anos, agonizava na grama fria da noite.

Com base nessa certeza científica, de que houve uma faxina, no carro e no apartamento do casal indiciado, a polícia vai ouvir, na tarde desta terça-feira, 22, os depoimentos de Antônio e Cristiane Nardoni. É possível que um deles, ou ambos, também sejam indiciados, principalmente por obstrução ao trabalho da polícia judiciária e ocultação de provas.

Há que se admitir que a família Nardoni é perita na arte da faxina. Quem tentou ocultar as provas do crime – o que só não ocorreu, graças à eficiência da perícia –, nunca mais ficará sem emprego, e talvez até demonstre suas habilidades, limpando banheiros, na cadeia.

Baby Espíndola

Nenhum comentário: