quinta-feira, dezembro 11, 2014

O ESPANCAMENTO DA DEMOCRACIA

Foram várias surras, aplicadas por canalhas que habitam palácios, o que provocou lesões gravíssimas, provavelmente irrecuperáveis. Nem sabemos se a Democracia vai sobreviver.

A democracia levou uma surra, nos últimos dias. Apanhou no Congresso, quando a banda podre do PT conseguiu aprovar a contabilidade criativa. Foi humilhada pela CPMI da Petrobras, que não achou nada de errado no maior escândalo do país. A nossa sofrida Democracia também foi violentamente espancada pelos inúteis ministros do TSE, que aprovaram as contas de campanha de Dilma Rousseff. E a Comissão da Verdade foi concluída com meias verdades, para agradar o grupo ideológico que habita palácios.

Contabilidade criativa >>> Vamos por parte. Primeiro, a contabilidade criativa. Depois de roubar, roubar muito, a quadrilha do Palácio do Planalto descobriu que era totalmente impossível fechar as contas. E que se as contas não fechassem, a presidente Dilma poderia ser enquadrada em crime de responsabilidade fiscal. Então, os multiplicadores de corrupção inventaram a contabilidade criativa, através da qual, 2 + 2 são 5. Para convencer os canalhas do Congresso Nacional, bastou um balaio de capim recoberto com dólares. Tudo resolvido.

Na mesma tarde/noite de quarta-feira (10), a Democracia apanhou em dobro. Enquanto o relator da CPMI da Petrobras anunciava o relatório final (da investigação que não investigou nada), no TSE, um bando de ministros fantasiados de preto fazia um esforço desmedido para aprovar as contas de campanha de Dilma Rousseff e do PT. No final, também deu tudo certo, a favor da corrupção.

Chapa branca >>> Fazendo um esforço sobrenatural para parecer decente, o relator da CPI Mixta, Marco Maia, leu um relatório sobre a Operação Lava Jato e o escândalo Petrobras, que não aponta nenhuma irregularidade. Bilhões de dólares em propina, compra de refinaria por um valor 300 vezes acima do preço normal, dezenas de prisões. Mesmo assim, Marco Maia não detectou nada de errado. Por isso, não indiciou ninguém, em seu relatório chapa branca, redigido dentro do Palácio do Planalto e nos porões da Petrobras. Detalhe: Marco Maia é deputado do PT. Usa cueca vermelha.

Contas do PT >>> E, no plenário do TSE (o tribunal que deveria ser sério, mas que não consegue), os ministros aprovaram as contas de campanha da presidente reeleita e do partidão. Também não notaram nada de irregular, embora os técnicos e peritos do próprio TSE tenham apontado dezenas e dezenas de graves irregularidades nas contas de um grupo político, que tem a marca da corrupção.

O relator, ministro Gilmar Mendes, demorou mais de duas horas para ler seu voto. É não é porque perdeu os óculos, não. É cara de pau mesmo. O bobalhão bem sabe que o ouvido humano não tolera uma mesma fala durante muito tempo. Principalmente quando a fala emite os ruídos da indecência. Detalhe: os ministro do TSE, como de outras cortes de justiça, são indicados pelos políticos – os mesmos políticos que eles deveriam julgar com imparcialidade.

Meia verdade >>> Outro fato gravíssimo. A Comissão da Verdade, instituída para investigar excessos do período dos governos militares, foi concluída com meias verdades. Para ser da verdade, a comissão deveria ouvir os dois lados: os militares (e seus tentáculos no governo e nos organismos de segurança) e os lacaios de Cuba, que pegaram em armas.

Nos anos 60, o Brasil viveu dias de terror. O Exército e órgãos de segurança, com os tanques nas ruas, endurecendo cada vez mais o regime. Do outro lado, a guerrilha urbana, treinada em Cuba e sustentada pelo ouro de Moscou.

Os dois lados cometeram excessos. Por isso, a Comissão da Verdade deveria ouvir também os guerrilheiros, entre eles, Dilma Rousseff (ou Estela), Zé Dirceu e outros.

Assim, de fatos em fatos, a Democracia levou várias surras, nos últimos dias. Foi uma sequência de espancamentos. Será necessário um diagnóstico mais profundo, para sabermos se a Democracia, já tão fragilizada por outros fatos, sobreviverá a mais essa surra.
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