quinta-feira, janeiro 01, 2009

NOVOS E ANTIGOS POLÍTICOS. ANTIGOS E NOVOS DESAFIOS

A responsabilidade dos novos governantes e legisladores, para o período 2009 / 2012, vai além dos ensinamentos da cartilha formal. A Região Metropolitana de Florianópolis precisa se preparar para enfrentar graves desafios.

O sistema viário é ultrapassado, incapaz de acolher os milhares de veículos que, mensalmente, são despejados nas ruas. O transporte público, que poderá reduzir o caos no trânsito, é outro desafio a exigir soluções. A Saúde Pública, nem de longe, consegue amenizar o sofrimento da população. A Educação prioriza a quantidade de alunos matriculados, em detrimento da qualidade do ensino.

E, o pior dos problemas, a criminalidade, é um monstro errante, descontrolado e ensandecido. A violência precisa muito mais do que discurso e retórica. Exige investimentos e ações rigorosas dos administradores públicos e legisladores.

O saneamento básico, como plataforma para eliminar os riscos de enchentes e deslizamentos, está, desde agora, cobrando mais planejamento e medidas preventivas.

Para discorrer, breve e superficialmente, sobre esse tema, tomo emprestadas algumas palavras do juiz eleitoral, Vilmar Cardozo , pronunciadas, em tom de aconselhamento, na cerimônia de diplomação dos eleitos, em 12 de dezembro.


Prefeito Ronério, recebe o diploma do juiz eleitoral, Vilmar Cardozo: reflexão para o futuro.

Foto: Heverton Alessando / Primeira Folha

Do magistrado, em seu discurso nada econômico em metáforas, partiu um sutil recado, aos poderes Executivo e Legislativo. Citando a tragédia das enchentes e deslizamentos – que resultaram, até agora, em mais de 130 vítimas oficialmente confirmadas, e causaram prejuízos incalculáveis, aos catarinenses –, o juiz Vilmar Cardozo lembrou “a responsabilidade de quem exerce uma atividade pública”, no sentido de planejar, de exercer a autoridade legal, para evitar ocupações irregulares às margens de rios, valas e encostas.

Faz sentido, sua advertência. No Vale do Itajaí, muitas das vítimas fatais e alguns milhares de desabrigados e desalojados, são membros de famílias que migraram das várzeas e baixadas – onde sofreram duras perdas com inundações –, para as encostas. Ocorre que, no Vale do Itajaí, como nas demais cidades catarinenses e brasileiras, por extensão, não há um rigoroso planejamento, para definir a ocupação do solo.

Para não adotar medidas consideradas antipáticas, o que pode significar a perda de votos, as autoridades fazem vistas grossas à desordem de loteamentos, alguns até clandestinos, que nas últimas décadas proliferaram nas margens de rios, valas e nas encostas. Aqueles que evitam tomar medidas antipáticas, impedindo tais loteamentos e construções, agora contabilizam as perdas e ajudam a recolher os cadáveres, dentre os escombros, lama e entulhos.

Que as autoridades de Palhoça, do Executivo, do Legislativo e do Ministério Público tenham aprendido uma lição, com a tragédia que enlutou Santa Catarina, e que, a partir do aconselhamento do juiz Vilmar Cardozo, agendem projetos e ações. O juiz Cardozo, foi discreto, mas transmitiu um importante recado.

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