quinta-feira, julho 09, 2009

Editorial – UM SISTEMA FINANCEIRO CRIMINOSO

Num dia qualquer de junho, um cidadão palhocense, um pobre, da cota pessoal do presidente Lula da Silva, foi a um banco qualquer, integrante do sistema financeiro brasileiro, e foi assaltado por uma moça peituda. Peituda, devido à ousadia na aplicação das taxas de juros.

O pobre brasileiro, pagador de impostos e juros extorsivos, portanto, explorado, foi saldar uma dívida de 58 reais, que ficara esquecida, no meio de uma papelada. Atente para esse detalhe: uma dívida de 58 reais, durante 41 dias, acumulou juros de 22 reais, quase 50 por cento sobre o valor da fatura.

Isso é crime, é roubo, assalto, estelionato. Não importa a modalidade, a qualificação técnica, a tipificação do delito. É crime. No mínimo, um atentado ao bom senso. Caracteriza a criminosa omissão do Governo Federal, do Banco Central, de todo o complexo do sistema financeiro.

Além de tudo, escancara a hipocrisia do falastrão Lula da Silva, que alardeia um discurso em defesa dos “mais pobri”, quando, na verdade, contribui, com sua vergonhosa omissão, para o empobrecimento dos trabalhadores, justamente aqueles de menor poder aquisitivo.

Ele, o presidente, se beneficia do sistema e do conseqüente empobrecimento de parte da população. Por quê? Porque, quanto mais dependentes da miséria, mais gente atrelada ao bolsa-voto, o bolsa família, o maior estelionato político das Américas. É o conhecido toma-la-dá-cá. Votos trocados por favores palacianos.

Menos juros, senhor presidente, é quesito importante para aumentar o consumo por parte da classe trabalhadora. E, se aumenta a procura por produtos nas lojas, o comércio vende mais, as fábricas produzem mais, e o governo arrecada mais impostos. Todos se beneficiam desse fenômeno. Porém, quando apenas os bancos lucram, através do mecanismo criminoso dos juros extorsivos, ocorre justamente o contrário: menos produção, queda das vendas, declínio do consumo. Lula da Silva e seus comandados precisam aprender essa regra simples.

Em verdade, quando um trabalhador paga quase 50 por cento de juros, sobre uma fatura de 58 reais, como punição máxima pelo atraso de 41 dias, que leitura se faz dessa contabilidade perversa? Que o brasileiro está sendo explorado pelos bancos, com o consentimento do governo da república brasileira do mensalão.

Para que possamos entender a gravidade da situação, devemos nos debruçar sobre essa superficial equação. Se um débito de 58 reais gerou juros de 22 reais, uma dívida de 58 mil reais geraria uma “punição” de 22 mil reais. Se aumentarmos os zeros, teremos: 58 milhões, para 22 milhões de juros, e assim por diante.

A partir daí, podemos entender o quanto que lucram os bancos. Passamos a compreender porque, no Brasil, até lojas que vendem cuecas, insistem em oferecer dinheiro emprestado. Aliás, muito apropriado. Depois da invenção da cueca transportadora de valores, carro forte é coisa do passado. Em tempo: dólar na cueca não é título de filme. Tem tudo a ver com amigos do chefão da republiqueta do mensalão. É a turma da cueca vermelha em ação.

Fecho esse texto com a frase chavão do primeiro parágrafo. Moça peituda, que não é do big brother, assalta brasileiro dentro de um banco. Na verdade, a moça não tem culpa, nem por ser peituda (inclusive, isso é um importante qualificativo; e viva a república brasileira do silicone!), nem pela cobrança dos juros abusivos. Ela, como milhares de bancários, cumpre ordens de um sistema financeiro criminoso.


< > < > < >


RÁDIO CAMBIRELA
Virtual, mas real.
Informação com opinião.

Repertório musical selecionado.

24 horas no ar.

WWW.RADIOCAMBIRELA.COM.BR

MSN / E-mail: radiocambirela@hotmail.com

Nenhum comentário: