sexta-feira, junho 13, 2008

UM PRESENTE DO GREGO LULA DA SILVA: UMA RESERVA INDÍGENA, NO SUL DE PALHOÇA

Baby Espíndola

Reportagem Especial

Por algum momento, considere-se um viajante, um turista, em trânsito pela BR-101, naquele trecho do sul, parecido com o inferno. E, aí, você se depara com algumas centenas de pessoas, protestando contra a demarcação de uma reserva indígena, com a possível instalação de mais 8.000 índios, no local.

Então você recorre ao mapa, vira de lado, de cabeça para baixo, porque acha que está no extremo norte do Brasil. Ledo engano. Você está no Sul do país, no verdadeiro Brasil, mais exatamente em Palhoça, cidade da Grande Florianópolis, com quase 150 mil habitantes e economia em franca expansão.



A área verde do mapa, destinada à reserva indígena, soma quase vinte milhões de metros quadrados. Vai inviabilizar atividades econômicas

Fotos: Baby Espíndola


Pois fato é, senhores e senhoras, que um bando de aloprados do governito da republiqueta do mensalão, resolveu importar oito milhares de índios do país do contrabando. As criaturas serão pegas a laço, embaixo de pontes, de viadutos; ou escolhidas a dedo, nas delegacias de polícia, nas cadeias, no submundo do crime, nos redutos da pobreza e da miséria, do vizinho país.

O que interessa é que sejam índios e possam gozar de certos privilégios, aos quais os brancos não têm direito, pelo menos legalmente. Como, por exemplo, agredir com facão novinho em folha, e até matar, sem mesmo enfrentar a justiça – que, no Brasil, é cega, surda, muda e perde corrida para tartaruga de três pernas.

Pois é, senhores e senhoras, nossas “otoridades”, comandadas pelo sindicalista presidente, estão tentando criar uma reserva indígena, no Morro dos Cavalos, no Sul de Palhoça. Esse besteirol, de autoria da Funai, que conta com o aval de antropólogos desocupados, é amparado pela Portaria 771, de 18 de abril, do Ministério da Justiça – a mesma justiça que é cega e etc. Aquele ministério do sr. Tarso Genro, cujo único mérito foi ter nascido já dotado de sogra. O Ministério da Justiça é especializado em defender políticos e administradores corruptos do Governo Lula. Nada mais faz.

UM NOVA RORAIMA, NO SUL

O sinistro projeto prevê a desapropriação de 1.988 hectares de terras no Distrito de Enseada do Brito, toda a extensão de Maciambú Pequeno e Araçatuba. Recorrendo à matemática, teremos números estratosféricos. Como um hectare tem dez mil metros quadrados, assim, 1.988 hectares , serão dezenove milhões, 880 mil metros quadrados de terras. Além disso, os índios poderão, também, usar, a bel prazer, as propriedades do entorno. Índio tem direito a super-direito.

Estão querendo transformar Santa Catarina numa nova Roraima, mas os moradores já avisaram, que não vão permitir. “O pau vai pegar”, dizem alguns. “Pode até começar a terceira guerra mundial, em Palhoça”, juram outros.

É bom lembrar que, no Morro dos Cavalos, à margem esquerda da BR-101, sentido Norte – Sul, nunca foi visto um único índio. Até que, há pouco mais de duas décadas, a Funai e antropólogos da UFSC trouxeram alguns representantes da etnia Mbyá Guarani, de um lado e de outro, inclusive do Paraguai, denunciam moradores do sul de Palhoça, e os penduraram no morro – e os ensinaram a cantar: “Moro, onde não mora ninguém”. E os coitadinhos estão lá, até agora, em sub-habitações, muitos viciados em álcool, sem grandes objetivos na vida, vivendo de favores de brancos espertos, que os usam como massa de barganha.



A Funai criou uma verdadeira favela de índios, no Morro dos Cavalos, à margem de uma perigosa rodovia


Foi maldade da Funai. Maldade com os brancos e com os índios. Com estes, porque a terra é árida, propícia justamente para a criação de uma favela, no que realmente se transformou: uma favela de índios. Uma pirambeira, onde não nasce nem sal. Lugar perigoso, ao lado de uma rodovia federal, a que mais mata no país. Maldade com os brancos, porque a Funai e a UFSC sabiam, tinham conhecimento do projeto de duplicação da BR-101. Jogaram os índios naquele inferno de lugar, com um único propósito: barganhar, dificultar ao máximo a duplicação.

MORRO DOS CAVALOS, SEM DUPLICAÇÃO

E conseguiram. O Morro dos Cavalos, em Palhoça, é um dos quatro trechos, onde o Dnit não sabe o que fazer, diante da pressão sociológica, elaborada e defendida por grupos de direitos humanos, que argumentam que obras não podem, não devem, ser realizadas dentro de uma comunidade indígena. Se virar reserva, aí, então, fica tudo inviável, sem duplicação da 101. No trecho, nenhuma máquina trabalha, nada foi feito até agora.

Tudo inviabilizado, por conta de interesses mesquinhos. Inclusive atividades econômicas, como agricultura, turismo, maricultura, numa região onde vivem mais de 5.000 famílias de todas as raças. Palhoça é município campeão nacional na produção de mariscos. O mais preocupante: as nascentes de água, que abastecem a região, estão nas terras da reserva. A Funai vai deixar os brancos usarem a água sagrada dos índios. Não será uma ofensa, às divindades da selva?! Cruz, credo!

Isso é uma total falta de respeito, porque comunidades de todas as raças estão instaladas na região, há séculos, e agora poderão ser expulsas pelos tecnocratas da Funai. O órgão do Governo Federal quer as terras para os índios do Paraguai. E que se danem aqueles que moram e trabalham na terra.

Uma injustiça, porque investimentos foram feitos numa região, que desde os anos 70 já vem sendo prejudicada, pela instalação do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro – que, de parque, só tem o nome. Poucos proprietários foram indenizados até hoje, o que gerou o atraso da região da Baixada do Maciambú, onde estão praias como Pinheira, Guarda do Embaú, Praia do Sonho, Ponta do Papagaio, entre outras.

MANIFESTAÇÃO PACÍFICA

Na tentativa de evitar que Palhoça, na Grande Florianópolis, se transforme num pedacinho de Roraima – onde índios, estimulados pelos atos do Governo Federal, e agricultores estão guerreando à bala e dinamite –, homens e mulheres de todas as raças e etnias, desarmados de qualquer preconceito, vão se concentrar, na BR-101, no trevinho da Enseada do Brito, na segunda-feira, a partir das 10 horas.

Será um protesto pacífico, como explica Gênesi Duarte, uma das lideranças do grupo de trabalho. O objetivo é convencer Lula da Silva, o ministro Tarso Genro e a Funai a desistirem da estapafúrdia idéia de criar uma reserva indígena, onde, há séculos, vivem várias comunidades, a poucos quilômetros da capital do estado, Florianópolis.


Prefeito Ronério: “Em defesa dos interesses das comunidades”

Enquanto protesto pacífico e ordeiro, o movimento conta com o apoio do prefeito Ronério Heiderscheidt (PMDB) e do presidente da Câmara, Nirdo Artur Luz (Pitanta, DEM). Em reunião com moradores da região, o prefeito teria prometido “defender os interesses das comunidades, inclusive, colocando o setor jurídico, da Prefeitura, à disposição”.


Vereador Pitanta, com Gênesi Duarte: “Contra o decreto, que cria a reserva indígena, no Sul de Palhoça”

Pitanta se declarou “totalmente contra o decreto, assinado pelo ministro Tarso Genro, que cria a reserva indígena”. O vereador lembrou que, no próximo dia 17, autoridades de Palhoça estarão reunidas, no Ministério da Justiça, na tentativa de convencer Brasília a revogar a portaria 771.

O protesto de segunda-feira, na BR-101, deverá ser pacífico. Mas, se o governito da republiqueta do mensalão teimar com a idéia, podem ter certeza: os brancos também estão pintados para a guerra. “Branco quer apito, se não der, pau vai comer”, conforme diz a música.

Essa não é uma intenção racista. Nada contra os índios. É, sim, uma reação, quando se percebe que o Governo Federal, através da Funai, Incra, Ibama, está jogando classes contra classes, provocando a desordem e incentivando o racismo, principalmente no campo.


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