domingo, junho 22, 2008

ATAQUE AO EXÉRCITO BRASILEIRO: O CINISMO DA TROPA IDEOLÓGICA

Baby Espíndola /
(Jornalista Luiz Carlos de Espíndola)


Há vários dias, desde que os corsários da república do mensalão passaram a atacar, vergonhosa e descaradamente, o Exército Brasileiro, venho tentando escrever algo, a respeito. Contudo, devido a várias tarefas, mas, principalmente, pelo total envolvimento com o projeto da Rádio Cambirela, não consegui tempo e organização de idéias, para tratar de tão grave assunto.

De repente, ao abrir a caixa eletrônica, encontro esse impressionante ensaio – “Regras demais e princípios de menos” – assinado pelo Coronel-Aviador reformado, Luís Mauro Ferreira Gomes. Esse texto, me foi encaminhado por Vanderlã Guedes Vieira (Subject: Bom artigoDate: Fri, 20 Jun 2008 22:19:16 -0300), a quem agradeço, pela gentileza.

Por ora, me contento em disponibilizar, aos meus leitores, esse profundo ensaio, assinado por quem conhece do assunto. Não se pode atirar, ao fundo da gaveta eletrônica, informações tão preciosas.

Muito em breve, voltarei ao tema, analisando, o mais profundamente possível, essa impetuosa e repentina vocação do presidente Lula da Silva, tão empenhado em condenar a violência.
Condenável, sim, a atitude dos militares do Exército, que recolheram, no Morro da Providência, três traficantes (que a mídia eletrônica chama de “jovens”, num arraigado eufemismo), e os entregaram, para tortura e morte, a outros membros do crime organizado, no Estado do Rio, onde o poder público é desorganizado.

Mas, vale lembrar, àquele que nunca sabe de nada, que, aproximadamente, 50.000 pessoas são assassinadas, a cada ano, no Brasil. Nunca vimos o presidente, ou os ministros da Justiça, Tarso Genro, ou da Defesa, Nelson Jobim, proferindo duras declarações contra a bandidagem. Ou apresentando um projeto viável, para combater a criminalidade e reduzir a pó os membros do narcotráfico.

Nem mesmo a OAB, se manifesta sobre a matança de pessoas inocentes, por vezes, famílias inteiras, que são massacradas em seus lares, no trabalho, nas ruas.

Bem... Apenas pretendia produzir um preâmbulo, para situar, nesse blog, o texto tomado emprestado. Mas, forçado pelas circunstâncias, acabei adentrando alguns palmos no submundo, onde políticos e criminosos se cruzam. Muito em breve, voltarei ao tema. De momento, disponibilizo o texto acima anunciado:



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Regras demais e princípios de menos

Luís Mauro Ferreira Gomes
Coronel-Aviador reformado.
Em 17 de junho de 2008

O ataque cerrado, às Forças Armadas brasileiras, continua cada vez mais intenso. Desta feita, o instrumento usado foi assassinato de três jovens depois de terem sido presos por militares e, inexplicavelmente, entregues, pelos co-atores, a traficantes de uma facção rival.

Imediatamente, várias autoridades passaram a dar declarações preconceituosas, com o objetivo de debitar ao Exército, como instituição, a responsabilidade pelo crime, cujos autores, ao contrário do que normalmente ocorre, já foram identificados e presos.

Para o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, o Exército tornou-se 'um protagonista nocivo, na tragédia de horrores imposta aos moradores'. Que a tragédia foi um horror, nem era preciso dizer, mas ver nocividade no Exército seria como considerar a OAB nociva, porque alguns advogados transportam droga para traficantes ou transmitem sentenças de morte geradas dentro dos presídios, para os criminosos que as executarão do lado de fora.
As manifestações de indignação quase histéricas, cuidadosamente encenadas por alguns, não se justificam, pois os culpados serão, inevitavelmente, condenados.

E o serão, justamente, por serem militares. Dissemos 'justamente', porque os militares não adotam a lógica do presidente e de seus seguidores, para os quais o aparelho repressor do Estado serve, apenas, para constranger adversários políticos.

Os aliados são sempre intocáveis. Onde estarão, agora, os 'mensaleiros'; os 'cuequeiros'; os 'sanguessugas'; os mafiosos da saúde; os 'aloprados'; os usuários dos cartões de crédito ditos corporativos; os autores do dossiê da Casa Civil; os traficantes de influência da venda irregular da Varig; os assassinos dos prefeitos do PT, vitimados em meio à queima de arquivos, nos escândalos de desvio de dinheiro público; os ministros; os parentes e os amigos do presidente?
Como se vê, nenhum desses casos envolvia militares. A impunidade só vigora nos meios castrenses, quando imposta pela Justiça, contaminada pelos 'defensores dos direitos humanos', mais interessados em quebrar a espinha dorsal das Forças Armadas, demolindo-lhes os princípios basilares da Hierarquia e da Disciplina.

Ninguém verá a “tropa de choque” do Exército ser chamada para 'blindar' criminosos. Esta será preservada para usos mais nobres, quando tal se fizer necessário.

A Força Terrestre sempre procurou evitar o seu emprego em operações de Garantia da Lei e da Ordem, sem o cumprimento de todos os ritos legais.

O que, então, estaria o Exército fazendo no Morro da Providencia?

Infelizmente, o presidente envolveu, indevidamente, os militares, coagindo-os, como Comandante Supremo das Forças Armadas, a participar de um projeto de cunho político-partidário, para favorecer o seu candidato à prefeitura do Rio de Janeiro.

Assim, a indignação presidencial com o envolvimento de militares no crime, só se explicaria pelo desgaste que isso possa ter causado ao seu candidato.

Em verdade, o presidente deve estar exultante.

A exposição da sua política indigenista antinacional e criminosa deflagrou um intenso esforço para desacreditar o Exército, utilizando-se, inclusive, do recurso à baixaria, com a exploração, nos meios de comunicação, das declarações de militares homossexuais desajustados. Um presente desses deve tê-lo deixado muito feliz.

O presidente 'indignado' mandou, então, o ministro da defesa acompanhar as investigações. Ressuscitado, agora, depois do grande silêncio obsequioso a que se viu condenado, quando foi confrontado pelo Alto-Comando do Exército em decorrência de suas bravatas iniciais, o ministro não nos parece, mercê do seu passado, a melhor pessoa para acompanhar qualquer investigação.
E ele não perdeu tempo. Tratou, logo, de tirar proveito da situação, ao augurar, em busca de mais quinze minutos de fama, uma reação forte, da sociedade, e radical, da Justiça, contra o nosso Exército. Novamente, a avaliação do ministro foi equivocada. Reação forte da sociedade, quando houver, será contra esse governo desastroso.

Contra as Forças Armadas, somente as manifestações orquestradas pelos inimigos tradicionais e já conhecidos, para os quais tudo vale, desde que seja para destruí-las.

O Exército Brasileiro é instituição permanente e continuará respeitado por todos, muito depois que os nossos maus governantes tenham sido varridos da História.

Até o ministro Tarso Genro saiu do limbo e voltou a 'deitar falação'.

A contaminação ideológica é tanta, que ninguém fala dos traficantes do Morro da Mineira, os verdadeiros assassinos dos rapazes, nem do absurdo de existirem, na cidade, com a tolerância do Estado, áreas controladas por essa ou por aquela facção criminosa. O Ministro da Justiça, tão diligente contra os rizicultores, também silenciou sobre isso. Só interessa ferir, de morte, o Exército. Mais uma vez, fracassarão.

Mas a responsabilidade do presidente vai muito além do que já foi dito.

Com os baixos soldos, as graves restrições orçamentárias e o desprestígio que têm sido impostos às Forças Armadas, a seleção de pessoal ficou muito prejudicada. O recrutamento de militares nas áreas controladas por traficantes e a sensação de impunidade generalizada, sem dúvida, contribuíram para essa barbárie.

Por tudo isso, é o presidente quem menos tem o direito de se indignar. Ele é a principal fonte de todos os nossos problemas e, portanto, também, da nossa indignação, esta, sim muito justa.
Para agravar a situação, recentemente, o Tribunal Superior Eleitoral sucumbiu à lógica dos criminosos e perdeu a chance de resgatar parte da moralidade nacional.

Alguns ministros parecem haver-se esquecido de que a aplicação do Direito se rege por princípios e por regras, para se concentrarem, exclusivamente, nestas últimas.

É incompreensível que quatro deles tenham preferido permitir que maus cidadãos se aproveitem de suas próprias ações dolosas e torpes para conseguirem imunidades, que lhes garantam continuar a praticar seus crimes livremente.

No Brasil, há regras demais e princípios de menos. Vivemos em um caos jurídico, onde os bons são oprimidos e os maus têm toda a proteção do Estado.

Isso decorre da anomia intencional que a ditadura petista nos impõe, para desestruturar o Estado de direito, em benefício de seu projeto despótico de poder.

Por que alguém se sentiria obrigado a respeitar as Leis, se, todos os dias, os ministros e o próprio presidente as violentam, sem qualquer pudor, e debocham de toda a Nação, negando, cinicamente, todas as evidências das atividades ilícitas que cometem às escâncaras? Tudo, tranqüilamente, sem que nada se faça para impedi-los.

Todas as regras têm seus limites e somente devem servir para proteger quem, também, as cumpra.

O Estado de direito tem o dever de usar todos os meios à sua disposição, para proteger-se de todos os que o ameaçam, inclusive de ministros e presidentes.

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RÁDIO CAMBIRELA

Transmitindo em caráter experimental

www.radiocambirela.com.br

Em breve, programação especial, com muito jornalismo.

Informação com opinião.

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