sábado, abril 04, 2009

Editorial: O CRIME É UMA EMPRESA PARA ALGUNS POLÍTICOS

Os brasileiros são vítimas de quase 50 mil assassinatos a cada ano. Nas estradas, outras 30 mil pessoas perdem suas vidas todos os anos. Uma matança jamais vista em nenhuma nação. Além disso, temos os latrocínios (roubos seguidos de mortes), roubos, furtos, seqüestros, tentativas de homicídio aos milhares, num festival de ações delituosas, que elevam o Brasil ao topo da lista de celeiro do crime.

Em São Paulo, o número de latrocínios, crime considerado hediondo, aumentou 64%, na capital, no ano passado, em relação a 2007, conforme apurou a Agência Estado. Já no Estado do Rio de Janeiro, em 2008, o crime de latrocínio teve uma aumento de 110%, em comparação a 2007. Índices alarmantes.

No final de 2007 a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego divulgou um relatório estarrecedor. Em oito anos, foram registrados mais de 2 milhões e 500 acidentes no Brasil, com 254 mil mortes.

Diante de tudo isso, o que se espera é que as autoridades esbocem uma reação, que planejem ações capazes de significar um enfrentamento ao crime, organizado e/ou desorganizado. Mas, nada. Nenhuma reação. Parece que os dirigentes da Nação e dos estados federados não lêem jornais, não têm acesso à internet. Talvez o “cumpanheiro” tenha razão: “Ler jornal dá azia”. Ou seria diarréia?

Então, senhores e senhoras, se algum político subir no pedestal da canalhice, para arrotar que tem planos e projetos para reduzir a criminalidade, pode atirar ovo podre, sem peso na consciência. Ovo podre. Não vá gastar produto bom com político ruim.

Podemos afirmar, sem risco de cometermos injustiças, que de maneira geral, a classe política e os administradores públicos dos altos escalões, não estão nem um pouco interessados em reduzir a criminalidade, com suas trágicas conseqüências. Alguns até, pelo envolvimento direto com facções criminosas, outros por comodismo, alguns por conveniência, até festejam as ações da bandidagem – da qual também fazem parte –, visando exatamente o lucro.

Pode até parecer estranho, admitirmos que políticos e administradores públicos, eleitos ou indicados para trabalhar pela população, para resolver ou encaminhar solução para seus mais graves problemas – e a violência urbana é um gravíssimo problema! –, possam lucrar com as desastrosas estatísticas.

Pois, não tenham mais dúvidas disso, senhores. Se analisarmos mais profundamente, constataremos que as grandes empresas produtoras e vendedoras de equipamentos de segurança, ou proprietárias das agências de segurança privada, pertencem aos políticos ou aos seus aliados.

Estudos recentes revelaram que a classe média trabalha e produz do início de janeiro até o final de setembro, para pagar taxas e impostos e para comprar serviços de educação, saúde e segurança.

Como a escola pública não é de boa qualidade, levamos nossos filhos às escolas particulares. Porque a Saúde é um caos em todo o País, contratamos planos de saúde, que nem sempre são a taboa de salvação, nos momentos de maior necessidade. Como a bandidagem, protegida pelo IBI – Instituto Brasileiro da Impunidade –, está tomando as cidades, nos enjaulamos atrás de grades, e compramos proteção para nossos imóveis, bens duráveis, carros, motos e até terceirizamos a segurança pessoal e dos familiares.

E, quem nos vende os serviços de Educação, Saúde e segurança? Justamente os políticos, aos quais sustentamos com os nossos impostos, com a maior carga tributária do mundo. Conclusão: a classe política não nos oferece os serviços públicos, nos abandona e permite a proliferação do caos, exatamente para vender o serviço, através da iniciativa privada. Muito conveniente.

Pergunto: na sua cidade, quem são os donos das empresas de segurança? Respondo: os políticos e seus aliados, que, a cada dois anos, financiam as campanhas dos detentores do poder.

Há que se admitir, ainda, que muitos políticos são eleitos com o dinheiro sujo do crime, ou são de fato criminosos, delinqüentes, alguns que usam o Congresso Nacional, Câmara e Senado, para se esconderem da polícia e da justiça.

A todos esses falsos guardiões da coisa pública, o crime interessa, direta ou indiretamente. Se a criminalidade for reduzida, o faturamento de tais empresas será reduzido. Também, não podemos nos esquecer, do lucro diretamente advindo do crime. Então, não acredite, quando, em discursos muito bem elaborados, esses canalhas arrotarem projetos mirabolantes de combate à criminalidade.

No Brasil, o crime é uma empresa, muito lucrativa, e interessa a uma elite. Até porque a elite, muitas vezes usando cueca vermelha e fantasiada de pobre, participa das ações criminosas. Sempre muito bem protegida pelo IBI.

Um comentário:

Tolentino disse...

Grande Baby, e aí, quais são as novidades em Palhoça? Adiciona meu blog aí -
www.marcelotolentino.blogspot.com
é sobre bastidores políticos.
Abraços