sexta-feira, abril 24, 2009

Editorial – BARRACO NO SUPREMO: QUANTO MAIS JOAQUIM SABE?

Pegou o pau no Supremo. Um arranca-rabo. Dessa vez, foi só mais uma discussão. Talvez, a mais ríspida e violenta de toda a historia do Supremo Tribunal Federal.

Mas, infelizmente, qualquer dia, os brasileiros se surpreenderão com ministros registrando BOs contra colegas, fazendo exames de corpo de delito, internações em emergências. Imaginem a cena ridícula: um ministro procurando os poucos cabelos do outro, para arranca-los, mas só encontrando a careca lustrosa! Como briga de “lavadeira” do século passado. Mas, sem cabelos.

E nem adianta a grande mídia eletrônica botar panos quentes, argumentando que os ministros estavam nervosos, estressados. Estressados, estão os brasileiros, com os noticiários das desgraças, da violência, da escandalosa ausência de justiça, da impunidade.

Invariavelmente, os envolvidos com crimes bárbaros, já são clientes da vergonhosa justiça brasileira: bandidos que foram soltos por algum esquema de regalia. Por conta do direito humanitário, que sempre procura beneficiar os bandidos, sejam eles do tênis sujo, ou da gravata importada.

O barraco da noite de 22 de abril, no Supremo, revelou frases gravíssimas, de profundo significado, fatos que estão a merecer uma maior reflexão.

Por exemplo, vale a pena conjecturar: Por que o ministro Joaquim Barbosa, que tem se pautado pela ética e serenidade, afirmou que o presidente do Supremo, Gilmar Mendes, está “destruindo a justiça brasileira”. Ao que parece, não foi uma frase surgida em um momento de descontrole emocional. Mais parece um posicionamento amadurecido durante um longo tempo.

Não podemos nos esquecer, do intrigante envolvimento de Gilmar Mendes, no rumoroso caso Daniel Dantas (Operação Satiagraha). Mendes, o todo-poderoso presidente do STF, peitou um juiz federal de São Paulo. Em poucas horas, Mendes soltou o ex-banqueiro Dantas duas vezes da cadeia. Até parece que o presidente do Supremo não dormiu, que passou a noite de pijama, sempre alerta para libertar o passarinho de ouro.

Joaquim Barbosa desafiou o presidente do Supremo a sair às ruas, para escutar o clamor popular. “Saia à rua, ministro Gilmar!”

Isso me inspirou uns versinhos:
Joaquim lançou um desafio, /
que correu todo o Brasil, /
até as Minas Gerais. /
Se Gilmar tiver coragem, /
que saia às ruas, /
para observar a desordem. /
Se conseguir, sem capangas, /
e voltar ileso, /
ganha mil reais. /
Além do dinheiro, /
leva também uma caixa de cerveja, /
o senhor pode ter certeza.

Mas, atentem para o que disse o ministro Joaquim Barbosa: "Vossa Excelência – referia-se a Gilmar Mendes – (...) Vossa Excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro”.

Logo depois, Joaquim pegou pesado, mas sempre com o protocolar tratamento, recomendado a um presidente do Supremo: "Vossa Excelência, quando se dirige a mim, não está falando com os seus capangas do Mato Grosso, ministro Gilmar. Me respeite"

Que doidura! O presidente do Supremo tem capangas no Mato Grosso? – É o que afirmou Joaquim, o ministro. Mas, vamos recorrer ao dicionário, para entendermos o que o ministro quis dizer. Capanga pode ser definido como jagunço, pistoleiro, guarda-costas, matador de aluguel. Creio, esse é o significado que o ministro Joaquim Barbosa tentou empregar. Na verdade, quando se ouve falar em capangas, logo lembramos de cenários de crimes, de impunidade.

Então, temos que perguntar: Quanto mais Joaquim sabe? A Nação ficou curiosa. Os mais jovens estão ficando inquietos. Os brasileiros começam a desconfiar que o crime está também dentro dos palácios.

Estão começando a adivinhar!
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