O encontro com a presidente foi um monólogo. Os
governadores e prefeitos permaneceram submissos, calados, como passarinhos na muda da pena
O
grito do povo começou como o miado de um gatinho delicado, se transformou em
uivo uníssono de uma alcateia de lobos e hoje já é o rugido de um leão com fome
de justiça e dignidade.
Mas,
a turma de Brasília – incluindo aqueles e aquelas com know-how em terrorismo,
seqüestro, assaltos a bancos, entre outros crimes – insiste em não escutar as
vozes das ruas. Em resposta, às muitas reivindicações, que pautam mudanças nas
áreas de saúde, educação, transporte público e segurança, a guardiã do templo
da corrupção acenou com propostas absurdas, praticamente impossíveis de serem
alcançadas, justamente porque o vírus do mal continua intocado.
Para
fazer uma suposta reforma política, a tia surda encheu o peito, como gaúcho de
fronteira, e anunciou um plebiscito. Um plebiscito, que deverá desaguar numa
constituinte, até pingar gostas reformistas. É um caminho muito longo e
dolorido a ser percorrido. A consulta popular já está nas ruas, de forma
voluntária. O povo já se manifestou. Desde crianças até senhores e senhoras de
cabelos brancos se juntaram aos jovens, para protestar. E deram o recado,
disseram o que querem. Não precisa plebiscito. O mais grave é que a convocação
de uma constituinte não é atribuição da Presidência da República. Ninguém
avisou Dilma Rousseff.
Os
palacianos se esqueceram que a Constituição Brasileira é taxativa ao vetar a
possibilidade de convocação de uma Constituinte, com finalidade específica: a
reforma política. E que a proposta de plebiscito, para a tal Constituinte, tem
de ser feita por meio de decreto legislativo, apresentado, unicamente, por
deputados ou senadores. Ficou claro, então: a ideia palaciana é ganhar tempo.
Tentar calar as ruas, pelo cansaço.
A
presidente está, na verdade, tentando ganhar tempo. Quer calar as vozes das
ruas, com promessas mirabolantes. Fantasias sobre a destinação dos royalties do
petróleo, o que equivale a um ovo futuro naquilo da galinha. Importação de
médicos, de origem suspeita, para resolver os graves problemas de saúde. Por
trás dessa “boa” intenção presidencial, está embutido o projeto do PT de introduzir
médicos cubanos e trazer de volta petistas que estudaram em Cuba.
O
problema da saúde pública não se resume à falta de médicos. Está na escassez de
dinheiro. Com uma melhor remuneração, os médicos marcharão rumo às cidades do
interior. Mas o SUS é vergonhosamente econômico na hora de remunerar.
O
ponto mais positivo, anunciado por Dilma Rousseff, é a tentativa de transformar
a corrupção dolosa em crime hediondo, inafiançável. Iniciativa que vem com
décadas de atraso. Também merece destaque, o anúncio de investimentos de R$ 50
bilhões, em obras de mobilidade. Projeto velho, que estava incluso no pacotão
sobre obras da Copa do Mundo de Futebol, que fora esquecido, e que agora
ressurgiu das cinzas.
É
triste, mas temos que admitir. O encontro com Dilma Rousseff foi um monólogo.
Os 27 governadores e 26 prefeitos de capitais permaneceram calados, como
passarinhos na muda da pena. Sorridentes e submissos, ouviram o longo discurso
da tia surda, sem contestação. Muito conveniente. Raimundo Colombo (PSD), que
tenta se aproximar do Planalto, até tentou botar um ovo, sentado, no joelho da
tia. Colombo tem planos para navegar em águas mansas.
Foram
anunciados cinco pactos. Até pacto para ensopar pato foi lançado. Mas, sobre o
pacto federativo, a redistribuição da renda, com um quinhão maior para os
municípios, a presidente nem mesmo tocou no assunto. Embora tenha falado
sozinha por mais de meia hora. Senhora, o povo tem medo de pactos. No primeiro mandato
de Lula da Silva, um pacto se avolumou e deu origem ao mensalão.
O
que está ocorrendo é que as manifestações se avolumam, se multiplicam, por todo
o país. Em alguns cenários, já parece ser uma revolução. Porém, a turma de
Brasília, que ocupa os muitos palácios e o Congresso Nacional, parece
insensível às vozes, aos rugidos das ruas.
Certamente,
os insensatos e desonestos do Planalto nunca leram sobre a Tomada da Bastilha (Prise de la Bastille) e a Resolução Francesa de
1789. E ainda não se aperceberam que todo movimento de contestação tenta chegar
aos palácios.
Baby Espíndola
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Informação com opinião.
CONEXÃO CAMBIRELA
Apresentação: Baby Espíndola
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