O engenheiro Carlos Alberto confirmou, inclusive, que a empresa Águas de Palhoça tem planos para municipalizar também a coleta e tratamento da água, serviço que ainda é realizado pela Casan.
Engenheiro Carlos Alberto Fernandes: “Investimentos em projetos inadiáveis”
Foto: Baby Espíndola
Ao assumir a gestão municipalizada dos serviços de água e esgoto, em agosto de
O gestor da Águas de Palhoça, cita, como ponto positivo, desse primeiro período de aproximadamente nove meses, “uma importante conquista social”. Quase mil famílias, passaram a contar com o fornecimento de água potável, “com controle de qualidade”. Essa medida beneficia entre
Segundo Carlos Alberto Fernandes, a gestão Águas de Palhoça passou a priorizar as chamadas “áreas economicamente não viáveis”, comunidades carentes que não contavam com o serviço de abastecimento.
Por exemplo, no bairro Alto Aririú, Rua Ari Wagner, na chamada “Região da Pedreira”, cerca de 200 famílias, há muito tempo, reivindicavam o fornecimento de água potável. A fase de cadastramento já foi encerrada, com sucesso, e a Águas de Palhoça está concluindo a fase das ligações domiciliares.
Também na comunidade Alto Bela Vista, mais popularmente conhecida como “Rodeio”, a empresa Águas de Palhoça realizou ampliações de rede, necessárias a uma melhor prestação de serviço, para oferecer “um abastecimento confiável”. O cadastramento dos imóveis, que serão atendidos, encontra-se em fase final e a Águas de Palhoça já está passando para a etapa seguinte, realizando as ligações nos domicílios.
Com um detalhe importante: essas famílias, situadas em áreas consideradas carentes, contarão com o “benefício do cadastro de consumidor de tarifa social”. Vão pagar apenas dez a doze por cento do valor da tarifa normal.
DIRETRIZES DE INVESTIMENTOS
A Casan não vinha investindo conforme a demanda exigia. A cidade tem menos de um por cento de esgoto tratado e esse inexpressivo percentual, é uma conquista da iniciativa privada, sem a participação da Casan. A Águas de Palhoça traçou “diretrizes de investimentos”, conforme explica o engenheiro Carlos Alberto Fernandes. O que ele trata como “projetos inadiáveis”, vai definir uma nova estratégia no quesito saneamento básico, em Palhoça.
Cita, por exemplo, o “projeto, em definitivo, para a Baixada do Maciambu, região sem água tratada, que se encontra em fase final na Caixa Econômica Federal, e que prevê investimentos da ordem de vinte milhões de reais. Numa primeira etapa, serão aplicados doze milhões de reais, com recursos do Orçamento Geral da União, da ordem de 50 %, sendo que a outra parte fica sob a responsabilidade da Prefeitura Municipal.
Já no Bairro Brejarú, outra comunidade carente, será implementado um projeto, “em termos de atendimento social, é da maior importância”, frisa Carlos Alberto. O projeto, a ser financiado com recursos da Caixa Econômica, visa “a recuperação e a revitalização de todo o sistema de esgoto tratado, no bairro”. Vale lembrar que, quando da implantação do conjunto habitacional, pela Cohab, foi também instalada uma estrutura completa de esgoto. Passados alguns anos, por falta de manutenção e até de operação, “a estação de tratamento está completamente abandonada e deteriorada”, denuncia o gestor da Águas de Palhoça.
Também está previsto, para breve, “um volume considerável de recursos, para a revitalização da comunidade Frei Damião”, considerada a mais carente de Palhoça. O projeto tem sua origem na Prefeitura.
UMA “BOMBA” SOB A CIDADE
Existe uma adutora de
Carlos Alberto Fernandes revelou, ainda, que a empresa Águas de Palhoça está terminando o “termo de referência, para a contratação do projeto do sistema de esgoto sanitário de toda a região central de Palhoça”. O administrador acredita que, “ao longo do mês de maio, já teremos o edital de licitação, para contratação da empresa, que vai fazer o projeto”.
ÁGUAS DE PALHOÇA E CASAN
Águas de Palhoça e Casan. Quem é quem, nesse emaranhado de atividades, uma verdadeira teia de canos e de detalhes jurídicos? Carlos Alberto admite que “existem pontos conflituosos, entre as duas empresas, mas que podem e devem ser resolvidos, para o bem do serviço prestado à comunidade”, justifica.
Do ponto de vista operacional: a Casan continua captando e tratando a água, enquanto que a Águas de Palhoça se responsabiliza pela distribuição. A Estação de Tratamento de Água da área central de Palhoça, conhecida pela sigla ETA, continua localizada no Morro dos Quadros, no Aririú.
MUNICIPALIZAR A ETA
A Prefeitura, que já municipalizou a distribuição, pretende também municipalizar a captação e tratamento da água? Carlos Alberto respondeu diretamente, sem rodeios. Seguindo um veio de raciocínio, defendido pelo próprio prefeito Ronério Heiderscheidt, o gestor disse que, “com certeza, a Águas de Palhoça vai buscar a sua solução completa”.
Essa solução, para se completar, passa necessariamente pela coleta, tratamento e distribuição de água. E, coleta, transporte e tratamento de esgoto, complementa Carlos Alberto. “A Prefeitura tem o seu cronograma, que será colocado em prática”, afirmou. Isso deixa a Casan, literalmente, com as barbas de molho.
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A OMISSÃO DA CASAN, EM 30 ANOS, COMPROMETEU O DESENVOLVIMENTO DE PALHOÇA
DURANTE TRÊS DÉCADAS, a Casan explorou – literalmente, somente explorou – os benefícios de um contrato com a Prefeitura Municipal, que findou em 2007, e que o prefeito Ronério Heiderscheidt, mesmo formando fileira política com o governador do Estado de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, optou em não renovar.
Vale ressaltar, que o Estado é o maior acionista da Casan. Nessa decisão, o prefeito contou com o aval da Câmara de Vereadores, que, por maioria dos votos, decidiu pela municipalização dos serviços de água e esgoto.
Nos mais de 30 anos de vigência do contrato, a Casan investiu muito pouco na distribuição de água potável – tanto é que a Região Sul de Palhoça, onde estão praias como Pinheira, Sonho, Ponta do Papagaio e Guarda do Embaú, algumas delas conhecidas internacionalmente –, o saneamento é praticamente zero.
Nos balneários Ponta do Papagaio e Praia do Sonho, além de toda a região conhecida como Baixada do Maciambu, os moradores e visitantes captam água de péssima qualidade, no subsolo, através de ponteiras, que disputam espaço com as fossas de esgoto. Uma mistura nada agradável, que oferece sérios riscos à saúde pública.
No Balneário Ponta do Papagaio, a Casan não instalou um metro de cano, em 30 anos
Foto: Baby Espíndola
Guarda do Embaú, um paraíso que encanta nativos e turistas, sem rede de esgoto tratado
Foto: Baby Espíndola
Até a região central da cidade foi abandonada pela Casan. Palhoça tem menos de um por cento de esgoto tratado, e o serviço existente foi implantado pela iniciativa privada, no Condomínio Residencial Pedra Branca e Loteamento Madri. Uma cidade, com quase 150 mil habitantes, em fase de expansão, atraindo dezenas de investimentos de vulto, com notável vocação ao turismo, não poderia continuar dependendo de uma empresa que se pauta pela omissão.
Baby Espíndola
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COMENTÁRIO:
Data: | Fri, 2 May 2008 15:31:28 -0700 (PDT) |
De: | "Marcos de Freitas" |
Para: | babyespindola@yahoo.com.br |
Assunto: | [BABY ESPÍNDOLA REPÓRTER] PALHOÇA / REP ORTAGEM ESPECIAL tem um comentário novo. |
Marcos de Freitas deixou um novo comentário sobre a sua postagem "PALHOÇA / REPORTAGEM ESPECIAL":
Parabéns pela entrevista e matéria sobre a Águas de Palhoça. Muito esclarecedora e importante para a comunidade.
Freitas
(Antônio Marcos de Freitas é Diretor Executivo do jornal Primeira Folha)
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RÁDIO CAMBIRELA
Em breve, no ar.
De Palhoça para o mundo.
Faltam só mais alguns detalhes técnicos e burocráticos.
2 comentários:
Parabéns pela entrevista e matéria sobre a Àguas de Palhoça. Muito esclarecedora e importante para a comunidade.
Freitas
Realmente nós da Baixada do Maciambu somente somos lembrados no verão, quando os turistas aparecem para usufruir da natureza e durante o ano somos apenas moradores invasores...Para que tanta beleza se nem aguá para beber temos? Cadê o esgoto? Apenas promessas...
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