sexta-feira, maio 23, 2008

SANGUINETTI, O SUPER LEGISTA, COMPARA O SOFRIMENTO DE ISABELLA A UMA NOVELA

Não se espantem... Não se espantem, se algum dia, os advogados de defesa do casal Nardonito e Jatobina acusarem a menina Isabella, de algum crime. Tudo é possível. Afinal, aqueles mauricinhos arrogantes, que decoraram leis e códigos e se afastaram das teses do bom senso e da ética profissional, são capazes de tudo, para tirar seus “clientes” da cadeia.

Vejam que interessante: assassinos, réus, na boca de certos advogados, viram “clientes”. Conclusão óbvia: pagando bem, o cliente sempre tem razão.

Observem que, mesmo depois da utilização de muito papel e tinta com habeas corpus fajutos, todos, até agora, ignorados pelos tribunais, os advogados da dupla mais odiada do Brasil não perdem a pose. Ainda tentam provar que havia uma terceira pessoa na cena do crime, na tenebrosa noite de 29 de março, quando a garotinha, de cinco anos, foi torturada, asfixiada e jogada do sexto andar do Edifício London, em São Paulo.

Segundo informações do Jornal da Tarde, “o médico-legista alagoano, George Sanguinetti, contratado pela defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta, acusados pela morte de Isabella Nardoni, disse que provará que a menina não foi asfixiada, antes de ser jogada, pela janela do 6º andar, na noite de 29 de março”.

Assim, temos que concluir, que todos os peritos, legistas e delegados, que pesquisaram e investigaram o caso, são idiotas. Só o senhor Sanguinetti é um gênio. Sua genialidade é invocada, repentinamente, como num passe de mágica. Aliás, basta alguém exibir uma carteira gorda, ou abrir um cofre pomposo, e essa genialidade, quase mística, aflora, em alguns setores da sociedade. O mesmo ocorre com alguns advogados, criaturas estranhas, homens de preto, a serviço do crime.

Defesa é outra coisa. A defesa, o sagrado direito constitucional de todos os investigados, acusados, réus, deve ser realizada com base em detalhes jurídicos, mas com base em princípios éticos. Essa bravata, essa luta desvairada dos advogados de Nardonito e Jatobina, é algo que beira a imoralidade. Eles afrontam as autoridades constituídas, que investigam o caso. Tratam a verdade, baseada em laudos, como lixo. E desrespeitam o sentimento de dor dos brasileiros.

Até porque eles continuam insistindo numa tese absurda, a da terceira pessoa na cena do crime. Mesmo com o fator tempo eliminando, excluindo essa possibilidade.

Já dei a dica, mas ninguém quis me ouvir: foi o “fantasma da ópera”, aquela criatura sinistra, asquerosa, quem acabou com os sonhos da menina Isabella.

Silêncio, o doutor Sanguinetti vai falar... "Não existe asfixia, sem marcas externas na região cervical. É só fazer o teste. Aperte delicadamente o pescoço de alguém e veja a reação do organismo. Imagine com muita força!", declarou o gênio.

Não provoca os brasileiros, senhor! Tem muita gente louquinha para apertar um pescoço. Respeite a dor dos brasileiros, que ainda estão chocados com a barbárie ocorrida no Edifício London, a casa dos horrores.

Pronto! Eu também tenho bola de cristal. Comprei no camelô, e ela está a me indicar uma significativa revelação. Silêncio... A imagem ainda é muito nebulosa, porque a bola é produto do Paraguai... Mas, com o tempo, vai ficando mais nítida. Então, vou adiantar o fato mais surpreendente. A menina Isabella não estava na cena do crime, na noite de 29 de março.

Essa é, sem dúvida, a mais brilhante conclusão, a qual chegarão os bicudos da defesa e o senhor Sanguinetti. A menina não estava na cena do crime. Foi tudo uma invenção da mídia. Assim, não houve agressão, asfixia, nem sangue. Sangue, sanguinetti, que horror!

Quase dois meses depois da tragédia, aparece um mago, quase um feiticeiro, para jogar areia no trabalho de seus colegas legistas, um estudo técnico realizado com tanta dedicação. Isso, no mínimo, é antiético.

O povo quer saber: onde o senhor bruxo vai fazer suas pesquisas? Na cena do crime, que, inclusive, foi lavada e adulterada pelos faxineiros Nardoni / Jatobá? Ou vai violar a sepultura da menina, à noite? Concluindo: se não tem onde basear uma perícia, o único objetivo do senhor Sanguinetti é tentar fazer confusão, desacreditar um trabalho realizado e acatado pela Justiça.

Caso é que, pressionado aqui e acolá, o senhor Sanguinetti já está a admitir, que não tem “elementos para levar uma terceira pessoa à cena do crime". Descarta a tese do “fantasma da ópera”. Sobre o lobisomem, não teceu comentários, ainda. Também admite que a menina foi jogada pela janela do apartamento. Oh, quanta benevolência, em admitir essa versão.

Porém, prestem muita atenção na fala do senhor Sanguinetti. Isso é um escárnio. Ele está zombando de todos os princípios cristãos conhecidos. Está tratando essa desgraça como uma “novela”. Ele compara o sofrimento e a morte de Isabella como uma “novela”. Está escrito no Jornal da Tarde: “Essa idéia de que a criança sofreu esganadura, asfixia, perdeu a consciência, a circulação ficou lenta. Isso é novela”, afirmou o insensível Sanguinetti.

Ela sangrou e morreu, porque foi tratada com amor e muito carinho. Brilhante conclusão! A verdade, é que alguns homens dizem o que lhes convém, desde que sejam bem pagos. É o caso.

Como já disse, é possível que os advogados, com a ajuda do médico-legista, venham a denunciar Isabella, por algum crime. Ou consigam convencer os jurados que a menina não estava na cena do crime, na noite de 29 de março.

Felizes, senhores do terno preto?, urubus de porta de cadeia! Se não pararem de dizer besteiras, vamos mandar chamar o Zorro.

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