Mas, foi péssimo para os brasileiros, que trabalham duro,
para pagar impostos, que sustentam os usurpadores de palácios.
O resultado da Copa das Confederações pode ter sido ótimo
para o futebol brasileiro, particularmente, para uma constelação de estrelas de
chuteiras.
Sensacional, para a Fifa, que foi embora mais rica e
poderosa, deixando para trás, um rastro de destruição e miséria, que contrasta
com a opulência dos estádios, alvos de protestos e denúncias de corrupção.
Não há como ignorar a euforia dos palacianos de Brasília,
que assaltaram os cofres públicos, e que desviaram bilhões de reais, de áreas
carentes, como saúde, educação, transporte público, segurança, para construir
estádios.
A tia surda, que não ouviu as vaias, na abertura da copa,
escutou, perfeitamente, as três sequências
de aplausos, que consagraram os gols. Mesmo assim, preferiu não arriscar
uma segunda vaia.
Não há como negar. O resultado do jogo emprestou um aval
à canalhice, à roubalheira de dinheiro público.
Mas, foi péssimo para os brasileiros, que trabalham duro
e honestamente, e que pagam impostos, a maior carga tributária do mundo, para
sustentar uma corja de canalhas, usurpadores de palácios.
Enquanto parte do povo geme, nas portas dos hospitais,
outros, abençoados pelo poder, gritam “olé”, nos estádios possivelmente
superfaturados.
– Porque, no Brasil, a saúde
é uma doença quase incurável, e o dinheiro foi desviado para o futebol.
Enquanto alguns desfrutam do ensino particular, milhares tateiam
na escuridão da ignorância, nas escolas públicas, vítimas das mazelas e da
violência.
– Porque, no Brasil, a educação
não é prioridade, e as verbas são desperdiçadas com obras supérfluas.
Enquanto muitos vivem cercados de segurança e grades de
aço, milhares tombam nas ruas e becos imundos.
– Porque, no Brasil, a segurança
é privilégio de poucos, enquanto a população é atirada a lobos e chacais.
Temos que reconhecer. O resultado da copa da corrupção
foi uma benção para o poder maligno e insensível. E está sendo usado para
abafar as vozes das ruas, que clamam por justiça, dignidade e um pouco de
respeito.
Por fim, quero dizer que considero uma grande
incoerência, alguém protestar, veementemente, nas ruas, apoiar manifestações
populares, para depois se amotinar, diante da televisão, como torcedor fanático.
É quase um caso de dupla personalidade. Falta de caráter, mesmo.
Devemos lembrar que a maioria dos protestos foi motivada pela
gastança de dinheiro público, com a construção de estádios. Então, não há como
protestar, fora dos templos do futebol, e vibrar com os resultados do gramado.
Os agentes da corrupção e as celebridades de camisa amarela participam do mesmo
jogo sujo.
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