Desesperados e sem saber em quem confiar, os catarinenses apelam para orações e pedem proteção ao Zorro.
Ônibus incendiado: alvo preferencial dos terroristas
Foto: Baby Espíndola Repórter
Agora tá como o diabo gosta.
Os bandidos atacaram a sede do Governo do Estado, de onde o governador Raimundo
Colombo conversa todo dia, por telefone, com o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo – e rejeita a
oferta de apoio da Força Nacional de Segurança. Uma teimosia burra, que já virou
piada nos botequins de esquina.
Talvez, o próximo passo dos
incendiários seja uma visitinha surpresa à residência do governador, a Casa d’Agronômica.
Um excelente alvo, com as garagens lotadas de carros de luxo. Se isso acontecer,
recomendamos ao senhor Colombo, que até hoje não botou um ovo em pé e nem
sentado, que passe a usar cinturão de castidade. Do melhor aço possível, porque
alguns bandidos são autores de estupros.
As estatísticas indicam que os
terroristas, que estão espalhando o terror por toda Santa Catarina, a cada dia
(e a cada noite), ficam mais audaciosos, enraivecidos, ensandecidos. “Por toda
Santa Catarina” – Este era o slogan de marketing do ex-governador, hoje
senador, Luiz Henrique da Silveira. LHS
e o slogan ajudaram a elevar Colombo ao poder, lembram?
Nem mesmo a visita do juiz corregedor Alexandre Karazawa Takaschima, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, ao presídio de São Pedro do Alcântara, aplacou a ira calculada do psicopata chefe do "primeiro ministério" do crime.
O líder do PGC (Primeiro
Grupo da Capital) nem se abalou com as súplicas do juiz de olhinhos puxados. Devoto
da ultrapassada teoria dos direitos humanos (direito de bandidos), capacho do mundo
do crime, o juiz beijou a mão ensangüentada de Adílio Ferreira. Mas parece que ele queria mais, da visita. Talvez um carinho. Adílio Ferreira é condenado por homicídio qualificado, roubo, furto e tráfico de drogas. Nos Estados Unidos, estaria no corredor da morte. Aqui, no país dos direitos, mesmo preso, espalha o terror num estado inteiro.
É público e notório. O PGC é
o Primeiro Grupo da Capital. Na hierarquia, o Governo do Estado e suas engessadas
forças de segurança formam o segundo grupo, de menor importância. Hoje, quem dita
as regras é o PGC.
Nós, catarinenses, estamos ferrados. Nada mais podemos esperar do Secretário de Segurança Pública. César Augusto Grubba é um promotor, que também endeusa as teorias dos direitos humanos – mas nunca se preocupa com a segurança dos humanos direitos. E o Tribunal de Justiça está bem mais preocupado com a qualidade da água e da comida, servidas no presídio de São Pedro de Alcântara, do que com a barbárie das ruas.
Coitadinhos! Os bandidos
presos em São Pedro de Alcântara comem muito mal: arroz, carne, batata frita,
ovo, salada e banana. Só isso. Ah, uma mulher, que pode ser uma garota de
programa, de sobremesa. Para relaxar, maconha e cocaína à vontade. O juiz Takaschima exige mais médicos para os bandidos - em "caráter emergencial", como se algum criminoso fosse parir um filho. Que vergonha! Os brasileiros, que trabalham e pagam impostos, inclusive para sustentar juiz, não têm acesso a médicos, quando precisam.
O terrorismo descontrolado, que
abala Santa Catarina, saiu do estágio de crise de segurança para atingir o
patamar da imoralidade. Se nem o Centro Administrativo, o falido sistema de
segurança é capaz de proteger, o que nós, os humildes servos do poder, poderemos
esperar?
Em verdade, é muita conversa
e pouca ação. Todo dia, Raimundão conversa com o Ministro da Justiça.
Certamente mente, fazendo a autoridade nacional acreditar que tudo está sob
controle. Mas não está não.
Os empresários do transporte
coletivo nem dormem mais. Já substituíram o café por chá de camomila. Tem
empresa, com cerca de 200 ônibus nas ruas noite e dia. Quem contratou segurança
privada está a salvo dos ataques. Faz parte do sistema. Que funciona assim. Os
criminosos incendeiam, aterrorizam, e o Estado faz de conta que oferece
segurança. Então resta aos empresários (como à população em geral) a opção de
pagar uma segunda vez pelo serviço de segurança, que deveria ser público.
Mas, como é que meia dúzia
de guardas particulares pode proteger toda uma frota de ônibus? Não protege. É uma
proteção simbólica. É o sistema. Contratado o serviço, o poder paralelo do
crime, que tomou o Estado, passa a contabilizar lucros. Digamos que o batalhão
de criminosos funciona como mão de obra voluntária para o sistema.
Não é difícil de entender. Os
bandidos produzem o caos e a indústria da segurança privada – um dos setores,
que mais fatura no país da desordem, e que está na mão dos políticos –, passa a
lucrar ainda mais. Até alguns policiais militares, pressionados pelos baixos
salários, passam a ganhar com isso, fazendo bicos.
Os empresários pagam por
isso, Mas é a população mais carente, que é massacrada, pois fica sem transporte
coletivo. E quem garante que o sistema de segurança não divide parte dos lucros
com o “grupo de voluntários” que espalha o pânico? Propina é uma palavra de
forte significado no Brasil.
Ainda sobre a inundação de
mentiras... Quando o governador e os comandantes militares ou civis das forças
de segurança alardeiam um suposto enfrentamento do crime, estão faltando com a verdade.
Não há segurança nas ruas. Principalmente à noite, quando os PMs desaparecem. É
compreensível. É muito perigoso andar nas ruas de Santa Catarina, com a
escuridão da noite. Mas, mesmo com a luz do sol – que, envergonhado com tudo
isso, pouco aparece –, não há policiamento preventivo. Porque o efetivo é
minguado. Porque não há vontade de fazer segurança. Isso faz parte do sistema.
As barreiras policiais
anunciadas simplesmente não existem. A escolta ao transporte coletivo é ilusão,
é falácia. Os motoristas vêm denunciando essa falha da segurança anunciada. Por
isso, as empresas contrataram seguranças particulares. Porque a tropa do
governador não dá conta do recado.
Voltando à tese de que se
trata de uma atitude premeditada, temos que admitir que é o sistema,
funcionando conforme o planejado. Muitos estão lucrando com o caos. Inclusive
os políticos que nos vendem a segurança privada.
Desde o início da segunda
onda de atentados, estamos aguardando por um milagre – que os bandidos se
cansem de atacar, de incendiar, de nos humilhar. Mas, parece que os atos
terroristas vão fazer parte do nosso dia a dia, por muito mais tempo.
Só Deus é quem sabe, se teremos de volta a paz, como já andou admitindo o comandante geral da PM de Santa Catarina, coronel Nazareno Marcineiro, em novembro. Uma declaração estapafúrdia,que revelou impotência, ingerência e incapacidade de lidar com o grave problema.
E como o governador não toma
uma atitude enérgica, condizente com a realidade, temos que buscar
alternativas. Quem precisa e pode, contrata os serviços da segurança privada –
de acordo com a cartilha do sistema –, cujos preços, dizem, estão nas alturas,
por conta da demanda. De novo: é o sistema funcionando.
Quem não tem recursos para
comprar proteção, resta apelar para as orações – um detalhe místico,
introduzido na cartilha do sistema, pelo coronel Marcineiro. Mas, se até uma boa oração não funcionar, então só nos resta a opção final. Vamos apelar para um dos nossos heróis da infância. Chama o Zorro!
Baby
Espíndola
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