PM isolou a área, próximo ao Centro Educacional Infantil Ulysses Guimarães, em Palhoça. BOPE detonou o explosivo.
Bomba de efeito moral foi transformada em
explosivo, explicou policial do PPT
Fotos: Baby Espíndola Repórter
A granada foi encontrada,
por volta das 7h30, por um morador do bairro, que a entregou ao Secretário de
Segurança e Defesa Civil, Leonel José Pereira, que pertence aos quadros da
reserva da PM. Leonel acionou a Polícia Militar, que de imediato enviou uma
viatura. Em seguida, chegou uma viatura do PPT – Pelotão de Patrulhamento
Tático. Os policiais isolaram a área, entre o Centro de Educação Infantil Ulysses
Guimarães e a organização não governamental CADI Palhoça. A poucos metros,
também funciona uma escola da Rede Municipal de Ensino.
O achado provocou um clima
de agitação no bairro, que já havia saído do estado de rotina, desde as 7
horas, quando chegaram as máquinas, caçambas e dezenas de funcionários da
Prefeitura de Palhoça, para a realização da força tarefa denominada “Mutirão da
Cidadania”.
Segundo informações do Cabo
Broering, do PPT, originalmente, tratava-se de uma “carcaça lacrimogênea”. Mas,
como o fundo foi mexido, adulterado, seria muito difícil definir o que havia
dentro da granada. Inicialmente, os policiais não descartaram a possibilidade
do artefato ter sido transformado em “granada letal” – possivelmente com
pólvora e pregos. Essa linha de raciocínio aproxima o achado aos recentes
atentados, que abalaram Santa Catarina.
Cabo Broering, do PPT (à direita), advertiu: “Pode ser granada
letal”
O policial advertiu sobre os
riscos do manuseio de “um objeto dessa natureza”. Broering afirmou que “se for
uma granada com conteúdo letal, qualquer movimento pode provocar uma explosão”.
Se houve mesmo a modificação, também seria difícil prever o raio de ação da
granada.
A granada letal aparece, no gramado, junto ao muro. A PM isolou a área
EXPLOSÃO CONTROLADA
Por volta das 10 horas, uma
equipe do BOPE – Batalhão de Operações Policiais Especiais – removeu a granada para uma área, longe das
edificações, isolou o artefato entre pneus velhos e provocou a detonação.
Dezenas de pessoas, que assistiram a operação à distância, ficaram impressionadas
com o poder da explosão. Como se suspeitava, de fato havia pólvora dentro da
granada, originalmente fabricada como “bomba de efeito moral”.
Constatou-se, em seguida,
que o manuseio irregular, antes da chegada da PM poderia provocar uma explosão.
Isso porque a bomba de efeito moral foi adulterada e transformada em granada letal.
BOMBA DE EFEITO MORAL
A bomba de efeito moral faz parte
dos chamados "armamentos de distração", usados quando se quer
amedrontar ou incapacitar um inimigo sem matá-lo. A bomba de efeito moral
propriamente dita é parecida com a granada militar comum. Segundo a revista
Mundo Estranho, quando acionada, ela inflama uma mistura química que explode
com grande estrondo, normalmente espalhando uma nuvem de talco. Há também a
bomba de fumaça, usada para obscurecer a visão; a flashbang, que produz um
clarão que desorienta a vítima temporariamente; e a de gás lacrimogêneo, que
irrita as mucosas de olhos, nariz, boca e pulmões, fazendo a pessoa espirrar,
chorar e tossir fortemente.
Mas, enquanto as granadas
militares soltam estilhaços de metal mortíferos, as de efeito moral são feitas
com um plástico que se desintegra - assim, não ferem ninguém, pelo menos em
teoria.
Policiais militares, a faixa de isolamento e, ao fundo, o morro Pedra Branca, um símbolo de Palhoça